Retirado de: http://www.federacaoanarquistagaucha.org/?p=1111
Realizamos no dia 30/04 nosso Ato Anarquista de 1º de Maio no Centro de Cultura Libertária da Azenha, CCL. Um momento de socializar linhas de análise da conjuntura e das lutas sindicais atuais, de fazer memória a data e de confraternizar com companheiros e companheiras de luta.
Abaixo compartilhamos a adesão da nossa irmã Federação Anarquista Uruguaia – FAU, o discurso de nossa Organização lido no Ato e algumas fotos.
Viva o 1º de Maio!
Viva a FAG e seus 20 anos!
Viva a CAB!
Viva a Anarquia!
Compañeras y compañeros de la FAG
Nosotros que somos su organización Hermana, la federación Anarquista uruguaya queremos dejarles un fuerte abrazo libertario de cara a las jornadas de lucha para el 1° de mayo. Una data mas que importante para nosotros, por lo histórico y político de aquellos hechos y por la continuidad ideológica de nuestras luchas obreras y populares, y nuestra cultura anarquista, libertaria.
Vinieron muchos después, muchos y muchas luchadoras y luchadores, todos humildes y modestos en su aporte que ha significado el sostenimiento de una ideología y cultura de práctica, acción, resistencia. Ha sido la lucha desde abajo, con los de abajo lo que nos ha caracterizado. Y no nos lo han contado como una novela, es porque somos de abajo y sabemos que las conquistas han sido con sangre y lucha, que decimos que el anarquismo, el socialismo, la cultura libertaria en sí ha sido obra y creación de los pueblos oprimidos. No ha sido obra de laboratorio ni creación científica. Y allí también lo es. Año 2013 que marcó y viene definiendo una nueva etapa para nuestros hermanos de la FAG y la CAB. Sostenido en 2014, y se viene el 2015, y el 2016. Con los 20 años de la FAG y los 60 de la FAU!
Entonces va nuestro saludo solidario, va nuestro abrazo de resistencia y va nuestro puño en alto, nuestro pulso furioso señalando los 10 años del asesinato del compañero Nicolas Neira Alvarez de Colombia a manos de la policía asesina y el aparato represivo del estado, y la brutal represión, masacre que están viviendo los trabajadores y pueblo movilizado en Curitiba. Toda nuestra solidaridad para resistir esa bestial masacre en aquel pueblo Paranaense, sin dudas, sin titubeos. Con los 200 heridos y con todo el pueblo que está creciendo en organización y resistencia.
Por un 1° de mayo clasista!
Toda la solidaridad con las luchas de Curitiba!
Arriba los 20 años de nuestra Hermana Federación Anarquista Gaúcha!
Arriba el poder Popular!!
Arriba los que luchan!!
federación Anarquista urugaya
Contra a trapaça político burguesa e o arrocho da vida dos trabalhadores
O mal estar corre solto nas ruas do país. A recessão econômica e as amargas medidas do governo Dilma/PT a nível federal e Sartori/PMDB a nível estadual buscam salvar os lucros de banqueiros e empresários, cortando direitos, investimentos sociais e aumentando o custo de vida sob o farsante argumento de que o momento é de “sacrifício para todos”. Aliado a isso tudo, o cheiro podre da corrupção sistêmica impregnado no ar, em que se articula uma complexa constelação de interesses e “escândalos” que envolvem desde os partidos da coalizão governista como aqueles da oposição de direita, grandes empresas e banqueiros e os grandes conglomerados de comunicação.
Vida cara e precária. Arrocho nos trabalhadores.
A promessa do capitalismo brasileiro, que vinha crescendo pela mão de uma desapropriação violenta dos bens comuns, pela dominação dos capitais do agronegócio, mineradoras e empreiteiras, quebra a cara com a queda do preço das “commodities” e da desaceleração do capitalismo chinês. As idéias triunfalistas de um país de classe média, puxado pelo consumo e o endividamento de massas, pelos empregos precários e a inclusão dos pobres como sujeito flexível do mercado, mostram sua fragilidade e já entram em desencanto em amplas camadas de trabalhadores do país.
A classe operária vive de novo as demissões na indústria e na construção civil. Só no ramo de autopeças a patronal prega mais uma chantagem, exigindo infinitos incentivos fiscais e flexibilização de direitos, ameaçando em caso contrário com 30 mil demissões ao longo do ano. A falta de água e luz cria calamidade nas periferias urbanas e o preço das contas de energia, da alimentação e dos serviços aumentam mais que a renda dos trabalhadores. A mudança de regras do seguro-desemprego e do acesso a benefícios previdenciários (MP´s 664 e 665) corta direitos e coloca sobretudo uma classe trabalhadora jovem e localizada em empregos precários em uma situação de maior vulnerabilidade e risco.
Os impostos castigam o consumo dos setores populares e médios, enquanto aliviam os ricos, donos de empresas e grandes fortunas. Em contrapartida a saúde e a educação pública seguem sucateadas, o transporte coletivo é péssimo, a justiça criminaliza a pobreza, a polícia é racista e mortal nas vilas, favelas e subúrbios e o encarceramento em massa de pobres e negros entra em uma nova fase com a aprovação da redução da maioridade penal.
Os precarizados, a massa dos trabalhadores brasileiros, alçados como modelo do regime de trabalho flexível e super-explorador, sujeitos de uma rotina de pesados sacrifícios, dão sinais de cansaço e irritação. A patronal, não satisfeita com os inúmeros incentivos vindos dos governos, quer mais trabalho precário e pressiona o governo pela lei de terceirizações.
A insatisfação cresce por todos os lados e chega a transbordar para além das velhas estruturas, normas e regras que o sistema oferece para sua canalização. Insatisfação representada por um sentimento difuso que, entre outras coisas, expressa rebeldias que vem de baixo.
Terceirização: o grande ápice de um processo que leva 12 anos.
A ofensiva patronal sobre nossa classe atingiu seu ápice nas últimas semanas com a aprovação do PL 4330, a lei das terceirizações, na Câmara de Deputados que agora se direciona para votação no Senado para então ser sancionada ou vetada pela presidente Dilma.
Ancorados no embuste de “regulamentação dos trabalhadores terceirizados” e “modernização das relações trabalhistas”, a patronal em aliança com a corrupta e mafiosa burocracia da Força Sindical desdobra uma ardilosa operação política que visa, em realidade, fazer das terceirizações o novo paradigma das relações de emprego no país, sepultando de uma vez por todas a garantia de pleno emprego com direitos. Ao liberar a terceirização das “atividades-fim” esse modelo de precarização do trabalho afirma sua vitória política que vem sendo construída ao longo dos últimos anos, afirmando-se por sua vez, enquanto a maior derrota dos de baixo desde o golpe de Estado de 1964.
Ainda em 2003, o início do primeiro mandato de Lula apontava o verdadeiro projeto político em curso com a aprovação da reforma da previdência, então uma das principais ambições tucanas. A mesma reforma não teria sido possível sem a velha cantilena da “modernização” a qual não deixou de lado o covarde jogo de desenvolver um discurso que buscava opor trabalhadores do funcionalismo público com trabalhadores do setor privado, apresentando a “inevitável necessidade de podar os privilégios” dos primeiros para que pudessem ser garantidos os direitos dos segundos.
Desde então, os 12 anos de pacto social petista antes de terem sido capazes de reduzir os índices de desemprego, foram os anos de uma discreta e eficaz construção de um consenso social em torno da necessidade de precarizar as relações de trabalho. A grande massa de novos trabalhadores formais, em sua grande maioria jovens, que deixaram a incerteza do desemprego dos odiosos anos tucanos foi também aquela que se formou em condições de trabalho precário e sem direitos. Telemarketing, construção civil e terceirizações diversas foram o grande pulmão que alavancou os empregos nestes anos, colocando essa nova geração de trabalhadores em condições deploráveis de exploração, repressão sindical, excesso de jornada e ritmo de trabalho, salários rebaixados, acidentes e mortes, dentre outras mazelas.
A fragmentação da classe trabalhadora e seu contínuo enfraquecimento organizativo foi, por sua vez, a principal trilha percorrida pelo projeto democrático popular encabeçado pelo PT desde meados da década de 1980. Para alcançar o executivo foi necessário a “acumulação de forças” nas estruturas políticas do Estado enraizando ai uma cultura política em que antes da luta autônoma de classe se ambicionava a aquisição de cargos no legislativo e nos executivos estaduais e municipais. Com a chegada do PT ao executivo esse processo deu um salto de qualidade e levou as grandes organizações de classe a uma simbiose com o Estado, sendo fiéis escudeiros do governo de turno e afirmando-se enquanto um grande estorvo à organização dos de baixo. Vista grossa à reforma da previdência e assinatura de acordos que flexibilizam direitos, rebaixam salários e demitem, foram e seguem sendo recursos cotidianos por parte da CUT, para citar um dos mais importantes exemplos.
Após 12 anos à frente da gestão do Estado, aproximadamente 30 anos de progressivo alinhamento ao mesmo e enfraquecimento da capacidade organizativa dos de baixo por parte do projeto encabeçado pelo PT, a patronal se viu em uma situação favorável para convocar sua bancada e seus aparelhos ideológicos, os grandes oligopólios da comunicação e seu Instituto Millenium, para desengavetar o Pl 4330 de autoria do industrial da alimentação e ex deputado Carlos Mabel/PL.
Ainda que tenham se colocado contrários a lei das terceirizações, o PT e as centrais governistas (CUT e CTB), que em realidade brigam pela regulamentação da terceirização às atividades meio e não a sua extinção, condicionaram o essencial de suas medidas em discursos parlamentares, promovendo poucas e limitadas iniciativas de mobilização. Medidas como a vã perspectiva de sensibilizar deputados, autoridades e a presidente Dilma, tem dado o tom da pretensa resistência que este campo pretende oferecer ao monstro por ele gestado.
A lei das terceirizações chega ao senado com relativo enfraquecimento dado a repercussão negativa de seu verdadeiro teor, mas, por sua vez, com importante capacidade de se efetivar dada a ausência de uma real capacidade organizativa das organizações de base em dar uma resposta concreta no curto prazo. Em que pese esse fator, as muitas lutas que tem se desenvolvido mostram uma real capacidade de acumularmos forças e tencionar na perspectiva de virar o jogo. Da greve dos operários de Jirau à exemplar resistência dos trabalhadores em educação no Paraná, passando pelas jornadas de junho de 2013, fica à todos nós a mensagem de que é nas bases, buscando fomentar sua organização e radicalização que podemos acumular forças e reorganizar o tecido social para dar batalha nos locais de trabalho, moradia e estudo para resistir ao pacto social que hora se degenera a aberta austeridade.
É preciso cerrar o punho para dar batalha intransigente a ofensiva dos de cima, estimulando desde cada local de trabalho, estudo e moradia iniciativas para debater e se mobilizar contra a redução da maioridade penal, o ajuste fiscal do governo dos governos estaduais e federal e o projeto das terceirizações em curso, não alimentando nenhuma sorte de ilusões de que as grandes direções sindicais possam apresentar medidas que sejam capazes de frear essa onda. Só com uma forte explosão de descontentamento e fúria popular, que fuja do controle das burocracias sindicais pelegas, mas também de toda sorte de burocracia radical que reproduz os vícios burocráticos de condicionar ao seu próprio desenvolvimento político partidário, e só com protagonismo de base é que conseguiremos apresentar uma real resistência a voracidade patronal rumo à construção de uma greve geral.
Em memória aos mártires de Chicago, continuar a luta por direitos e pela transformação social!
Em solidariedade à resistência dos trabalhadores do Paraná.
Por um 1º de Maio contra as burocracias e de combate aos ataques dos governos e dos patrões!
Criar um Povo Forte!
Pelo Socialismo e pela Liberdade, Viva a Anarquia!
Federação Anarquista Gaúcha – FAG/CAB
20 anos!!!