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[CAB] 25 anos do Massacre do Carandiru: A gente não esquece, isso ainda acontece!

A gente não esquece…

O dia 2 de outubro de 1992 foi marcado pela maior chacina que o Estado Brasileiro realizou através da Policia Militar em um presídio.  Foram 111 pessoas mortas no Carandiru, 89 delas ainda aguardavam a primeira audiência, todas foram sentenciadas a pena de morte quando o governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, deu a ordem através de seu secretário de segurança, Pedro Franco de Campos, para a Policia Militar invadir o presídio para conter um tumulto em dos pavilhões do presídio.

A polícia militar se fez presente através do 1º Batalhão de Choque, chefiado pelo ex-comandante da Rota, Antonio Chiari, 2º Batalhão, sob o comando de Edson Faroro, 3º Batalhão, sob o comando de Edson Faroro, Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), comandado pelo major Wanderley Mascarenhas e o Comando de Operações Especiais (COE), liderando a operação estava o coronel Ubiratan Guimarães, a convite do diretor do Carandiru, José Ismael Pedrosa.

A maior parte dos mortos da chacina aconteceu no Pavilhão 9, onde estavam os réus primários e detidos que aguardavam a primeira audiência, após o massacre a pericia constatou que a maior parte dos mortos havia sido atingidos por disparos na cabeça ou no tórax o que confirma que foram vitimas de execuções sumárias.

Nenhum policial militar que participou da chacina foi punido, ainda que alguns tenham sido condenados entre 2013 e 2014, a sentença de condenação foi anulada no ano passado, dos 74 policiais que foram indiciados pelo massacre, 58 foram promovidos e 7 seguem atuando nas ruas de São Paulo.

…Isso ainda acontece!

25 anos após o maior massacre da história do sistema penitenciário brasileiro, por falhas e negligencias do Estado, não se sabe ao certo o número de pessoas presas no Brasil estima se que sejam mais de 622mil pessoas, o que coloca o Brasil como o quarto país que mais encarcera no mundo.

O ano que marca um quarto de século de impunidade do Massacre do Carandiru, registrou em seus primeiro quinze dias um  número de mortos que supera o Massacre de 1992, na primeira metade de janeiro de 2017 o Brasil já registrava  mais de 130 mortes violentas em presídios, no primeiro dia do ano 56 pessoas foram mortas no complexo prisional Anísio Jobim, presidio privado no Amazonas  administrado pela empresa Umanizzare Gestão Prisional E Serviços Ltda., logo veio o massacre na penitenciária Agrícola de Monte Cristo em Roraima, que deixou 33 mortos, e em seguida o massacre na penitenciaria de Alcaçuz no Rio Grande do Norte, deixando 26 mortos, demais mortes aconteceram em São Paulo, Santa Catarina, Paraná.

A superlotação dos presídios vem criando cenas dantescas, como no caso do Rio Grande do Sul onde pessoas se acumulam em frente a delegacias algemadas dentro de viaturas, em corrimões de escadas e até mesmo em lixeiras aguardam por semanas a liberação de vagas nos presídios.

Massacres como o do Carandiru ou os mais recentes saltam aos olhos, ganham visibilidade, pois não há como esconder centenas de mortos de uma única vez,  porém o Estado tem dispositivos mais silenciosos  para operar a sua necropolítica, quando o Estado não mata, ele deixa morrer através das doenças não tratadas que se alastram pelos presídios como é o caso da tuberculose, cuja a disseminação incontrolável nos presídios colocou o Brasil na lista dos 20 países com maior incidência de tuberculose no mundo.

Diante dos massacres e da superlotação há quem afirme a existência de uma crise, acusando assim um mau funcionamento do sistema prisional brasileiro, o que alguns insistem em chamar de crise nos chamamos de Projeto de Estado, pois o superencarceramento é apenas mais uma das faces do genocídio do povo negro e periférico no Brasil.

 

Pelo fim do genocídio do povo negro e periférico!

Por uma sociedade livre de prisões!

 

Todo apoio à ocupação da UFFS em Laranjeiras do Sul-PR e da UEA em Tefé-AM! Viva a luta autônoma indígena, ribeirinha e camponesa estudantil!

No dia 11 de outubro de 2016, os estudantes do campus da Universidade Federal Fronteira Sul, em Laranjeiras do Sul, sudoeste paranaense, ocuparam o campus da instituição em protesto contra a PEC 241, contra a reforma no ensino médio (MP 746) e em solidariedade ao movimento de ocupação de escolas. Esta foi a primeira instituição federal a ser ocupada no Paraná.

A PEC 241 que está para ser votada em 2º turno na Câmara e depois encaminhada para o Senado Federal nas próximas semanas, institui um teto para os gastos públicos do estado. O governo enxerga direitos sociais como despesas, saúde e educação que teoricamente deveriam ser as últimas coisas a serem cortadas, são as primeiras. Especialmente, o atual ministro da educação, Mendonça Filho, tem seus compromisso a honrar com as empresas de educação que financiaram suas campanhas em eleições passadas, abrindo espaço para a iniciativa privada do campo educacional crescer, precarizando a educação pública, mais ainda.

UFFS  e UEA de luta!

UFFS, um espaço de formação de futuros trabalhadores e trabalhadoras do campo, professores(as), camponeses(as) e outros profissionais, já nasce dentro do assentamento Oito de Junho, do MST, dentro da luta dos movimentos sociais do campo pela educação pública. E não poderia estar de fora das lutas contra os ataques do lobby empresarial da educação nessa conjuntura política nacional acirrada.

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Faixa em Kaingang: ” Nós enquanto indígenas não queremos aceitar a PEC 241″.

A frase em língua Kaingang representa bem a presença da juventude destes povos originários em movimento. Povos estes que são historicamente alvo de ações colonizadoras, seja pelas políticas do Estado ou por outros atores da sociedade branca como congregações religiosas. A presença da juventude indígena na universidade é um exemplo claro da busca por uma educação que respeite seus modos de vida. Mesmo em espaços da cultura branca-ocidental-cristã, os povos originários lutam pelo reconhecimento de seus saberes e de seus territórios. Territórios estes que são atacados, de forma a criar mais barreiras e negar um acesso digno à educação pública aos povos indígenas.

Em Tefé-Amazonas, na bacia do Médio Solimões, estudantes ribeirinhos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), maior universidade multi campi do Brasil, ocuparam no dia 17 de outubro, o CEST (Centro de Estudos Superiores de Tefé), também reivindicando a imediata anulação da PEC 241 e contra a precarização do ensino no interior do estado. Bolsas de pesquisa e extensão e a permanência estudantil são as grandes pautas locais dos ribeirinhos.

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(Estudantes ribeirinhos de tefé ocupam CEST-UEA)

Na semana passada, estudantes secundaristas Guarani-Mbya manifestaram seu repúdio à medida provisória 746/16. Dialogando e participando de oficinas e rodas de conversa, demonstraram seu apoio à luta das escolas públicas ocupadas. A escola de sua comunidade, chamada Araca-i, em Piraquara, já é uma escola ocupada por eles. E não é de agora. A comunidade e os estudantes guaranis utilizam a escola como parte da comunidade.

Somente a ação direta realizada pelos estudantes irá garantir a revogação dessa reforma autoritária no ensino médio. Mobilizar e ocupar as escolas é o caminho! Pressionar o governo Temer para recuar!

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(Estudantes Secundaristas Guarani-Mbya em atividades na Escola Ocupada Arnaldo Jansen em São José dos Pinhais).

Kaingangs mandam o recado

Ao mesmo em tempo que se inicia o movimento grevista dos trabalhadores(as) da rede estadual de educação do Paraná, um grupo de kaingang ocupou (sem interrupção do expediente) a regional da Secretaria de Educação em Pato Branco. Ao mesmo tempo em que acontecia a ocupação do Núcleo Regional de Laranjeiras do Sul, contra a PEC 241 e a MP 746/16 e o cacique kaingang Miguel Alves ainda mandou um recado para os fura-greve:

“Quero dar um recado para esses professores, que são uns covardes, que não vem aqui participar da greve. Não defendem nem sua classe. Falta de vergonha para os professores que estão aí nas escolas defendendo seu emprego e não vem aqui na greve defender o próprio salário”.

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Assinam:

Coletivo de Articulação de Rádios e Comunicação Popular Indígena,

Coletivo Rádio Gralha e

Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC)/CAB

[MATINHOS] Roda de conversa sobre o Movimento Indígena

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Por intermédio do Rizoma de Rádios Livres (radiolivre.org) e da AMARC (Associação Mundial de Rádios Comunitárias) três indígenas, dois do Amazonas e um do Equador, estarão dos dias 04 ao dia 11 de abril visitando Curitiba e regiões próximas, como terras indígenas, comunidades populares, espaços de educação popular e universidades, com o intuito de compartilhar saberes e experiências ancestrais, como também relatando suas trajetórias de vidas e suas ações, compondo o movimento indígena.

Silvio, indígena da etnia Ticuna, é atualmente formado em licenciatura intercultural indígena pela Universidade Estadual do Amazonas, Campus de Tefé- AM. Trabalha na FUNAI e é membro do coletivo de comunicadores populares Rádio Xibé (xibe.radiolivre.org). Tem experiência em educação escolar indígena e esta envolvido com a organização das comunidades etnicas no baixo solimões.

Jonas, indígena da etnia Miranha, é xamã em sua comunidade, agricultor em Tefé-AM e também é membro do coletivo Rádio Xibé. Tem experiência na construção de pequenos transmissores de rádio e habilidade na radiocomunicação.

Yanda, indígena equatoriano da etnia Sapara, é comunicador popular e membro do projeto “A Nave Vai” que tem como objetivo conhecer experiências de cultura e comunicação dos povos originários da América Latina. É fotográfo e tem experiências com cinema popular.

As atividades estão sendo articuladas com a intenção de iniciar o ABRIL INDÍGENA, em uma parceria estratégica entre os coletivos Rádio Gralha, Coletivo Anarquista Luta de Classe, Somos Todos Guarani-Kaiowá e Rádio Xibé, com apoio da Associação dos Geógrafos Brasileiros, do Núcleo de Estudos em População e Territorio (NUPOTE) da UFPR e da AMARC.

Quando: Dia 07 de abril, quinta, 14:30 horas.
Onde: Auditório da UFPR Litoral – Matinhos.
Evento no Facebook:                   https://www.facebook.com/events/1059947987411338/                 

[CURITIBA] Roda de conversa sobre o Movimento Indígena

roda de conversa

Por intermédio do Rizoma de Rádios Livres (radiolivre.org) e da AMARC (Associação Mundial de Rádios Comunitárias) três indígenas, dois do Amazonas e um do Equador, estarão dos dias 04 ao dia 11 de abril visitando Curitiba e regiões próximas, como terras indígenas, comunidades populares, espaços de educação popular e universidades, com o intuito de compartilhar saberes e experiências ancestrais, como também relatando suas trajetórias de vidas e suas ações, compondo o movimento indígena.

Silvio, indígena da etnia Ticuna, é atualmente formado em licenciatura intercultural indígena pela Universidade Estadual do Amazonas, Campus de Tefé- AM. Trabalha na FUNAI e é membro do coletivo de comunicadores populares Rádio Xibé (xibe.radiolivre.org). Tem experiência em educação escolar indígena e esta envolvido com a organização das comunidades etnicas no baixo solimões.

Jonas, indígena da etnia Miranha, é xamã em sua comunidade, agricultor em Tefé-AM e também é membro do coletivo Rádio Xibé. Tem experiência na construção de pequenos transmissores de rádio e habilidade na radiocomunicação.

Yanda, indígena equatoriano da etnia Sapara, é comunicador popular e membro do projeto “A Nave Vai” que tem como objetivo conhecer experiências de cultura e comunicação dos povos originários da América Latina. É fotográfo e tem experiências com cinema popular.

As atividades estão sendo articuladas com a intenção de iniciar o ABRIL INDÍGENA, em uma parceria estratégica entre os coletivos Rádio Gralha, Coletivo Anarquista Luta de Classe, Somos Todos Guarani-Kaiowá e Rádio Xibé, com apoio da Associação dos Geógrafos Brasileiros, do Núcleo de Estudos em População e Territorio (NUPOTE) da UFPR e da AMARC.

Quando: Dia 04 de abril, segunda, 14 horas.
Onde: Sala T2, Politécnico, UFPR.
Evento no Facebook:                                                                   https://www.facebook.com/events/596138077201751/