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Da Resistência à Esperança: A Revolução Social no Curdistão.

Texto retirado do jornal NO BATENTE #8

Eu escutei o coração da terra, Falou-me do amor dele pela chuva.
Eu escutei o coração da água, Falou-me do amor dele pela fonte.
Eu escutei o coração da árvore, Falou-me do amor dele pelas folhas.
Depois eu escutei o coração do amor, Falou-me da liberdade. 
(Şêrko Bêkes, poeta curda)
 
Foram décadas de luta desde a organização do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), em 1976, rumo à autogestão, autonomia dos territórios curdos e liberdade cultural. A Revolução Curda é um exemplo de que a luta auto-organizada demora a criar raízes, mas seu caminho, contra as opressões estruturais da sociedade, certamente é a trilha para a emancipação. No Ocidente não se imaginava que a Primavera Árabe de 2010 traria condições para germinar o processo revolucionário do povo curdo no Oriente Médio. Este, por sua vez, já estava sendo semeado há anos, na luta dos curdos contra o Fascismo e o regime do Estado Turco. O povo curdo é a maior população sem Estado do mundo e estão espalhado sem regiões da Síria, Irã, Turquia e Iraque. Estas regiões são subdivididas em quatro partes: Rojava (Curdistão Sírio, no Oeste),Rojhilat(Curdistão Iraniano, no Leste), Bakur (Curdistão Turco, no Norte) e Basur (Curdistão Iraquiano, no Sul). A forte relação cultural e sua história de séculos de resistência une a população destes territórios, apesar das distintas religiões praticadas e línguas faladas
 
  
Rojava: Governo Sem Estado 
Rojava, é a região onde a revolução social teve início e consolidação. São cerca de 2,5 milhões de pessoas lá vivendo e fazendo parte deste processo histórico. Região autônoma desde 2012 tem sua organização social baseada no Confederalismo Demo-crático: um sistema democrático do povo sem o Estado. 
  
 
Organização Política 
Em Rojava, assim como em outras regiões do Curdistão, o processo de organização política se dá por meio das seculares assembleias familiares e tribais. Atualmente, são feitos os Conselhos de Bairro, com participação de 30 a 150 famílias, em que todos os moradores têm direito a fala e voto. Posteriormente são feitos os Conselhos de Distrito/Vilarejo, que reúnem de 5 a 17 Conselhos de Bairro. Assim que as instâncias começam a reunir tantas pessoas que inviabilizam sua organização logística, são escolhidos um homem e uma mulher para transmitir suas posições em instâncias superiores. Nestes conselhos superiores respeita-se a equidade de etnias e religiões e, como o poder é descentralizado, cada local tem autonomia para definir uma série de coisas de seu cotidiano. É assim que milhares de pessoas estão construindo um novo mundo no meio do Oriente Médio.
 
 
 Economia 
O planejamento econômico na Revolução de Rojava é nomeado Economia Popular. Ele se baseia em três conceitos: bens comuns, propriedade por uso e empresas administradas pelos trabalhadores. A propriedade privada tradicional foi abolida em 2012 e desde então o que existe é a propriedade por uso, ou seja, é garantida enquanto se usa, mas não pode ser vendida. Os bens comuns são as terras, águas, parques, infraestrutura, etc. e são geridos pelos Conselhos. As empresas e meios de produção também são controlados pelos trabalhadores, através dos Conselhos de Trabalhadores. A produção, por sua vez, é articulada em conjunto com a estrutura política. Sua organização é autônoma e federalista, de modo que não há uma estrutura centralizadora como o Estado; o povo se estrutura por meio da autogestão – comunas e unidades populares articuladas de baixo para cima. 
 
  
  Luta das Mulheres 
  A história do movimento das mulheres curdas não nasceu na guerra da Síria e não se reduz à atuação em Rojava. São décadas de organização e luta de autodefesa das mulheres contra as violências do patriarcado. Em Rojava, as mulheres se destacam no processo revolucionário, não só por sua eficiência nas táticas de guerra, mas por um planejamento estratégico que mira o estabelecimento do Confederalismo Democrático. Apenas as mulheres poderão conduzir a construção de uma sociedade que vá contra a masculinidade hegemônica. A libertação das mulheres é a principal bandeira ideológica do PKK. É por isso que os espaços de decisão são compostos por metade de mulheres e existe um grupo específico de autodefesa feminina na guerra (YPJ), por exemplo. “Um povo não pode ser livre se as mulheres não forem livres”
 
Liberdade para Abdullah Öcalan! 
O povo curdo tem hoje uma de suas principais referências mantido em cárcere na Turquia: o militante Abdullah Öcalan está em isolamento total há anos. Öcalan contribuiu para tornar o Confederalismo Democrático o método de transformação social exercido pelo PKK, tendo a ecologia e o feminismo como pilares de sustentação. Sua prisão é perseguição política do aparelho repressor do Estado. 
 
 
  Liberdade a Öcalan! 
  Liberdade aos presos políticos do Curdistão! 
  Terra e liberdade ao povo curdo!

 

No Batente #8 – Da Resistência à Esperança

Este é o oitavo número do jornal No Batente, órgão de informação e análise do Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC). Ficamos felizes por mais uma edição poder chegar aos companheiros e companheiras de luta!

Nesta edição, lançada em setembro/outubro de 2018, trazemos elementos sobre a farsa que são as eleições burguesas, criticamos a lógica e o papel do Poder JudiciárioPrisão e o Encarceramento em Massa, apresentamos alguns pontos importantes relacionados à atual Revolução Social no Curdistão e mais.

Leia o no BATENTE #8 clicando no link – NO BATENTE #8 – ou na imagem acima.

[CQM – CURITIBA] A Revolução Curda Hoje (PRÓXIMO SÁBADO)

Retirado de: https://www.facebook.com/events/1745196022385273/

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Na região do Oriente Médio, mais especificamente nas fronteiras da Síria, Turquia, Irã e Iraque, há um cinturão denominado Rojava onde um processo revolucionário está ocorrendo. Nessa região, o povo curdo – que há tempos luta por sua autodeterminação e independência – está construindo uma nova forma de organização social pautada pela democracia de base, anticapitalista, antiestatal e pela libertação das mulheres.

Nesse processo as mulheres são protagonistas do movimento, e além de pegarem em fuzis para combater os ataques do Estado Islâmico, organizam-se em uma brigada própria (Unidade de Proteção das Mulheres – YPJ) para influenciarem na organização dessa sociedade e combaterem os regimes opressivos da região e de seu próprio povo.

O espaço contará com a presença de um militante que esteve em regiões curdas e trará elementos e relatos desse processo revolucionário que consideramos dos mais importantes no contexto atual. Pretendemos relacioná-lo a outros processos de luta e entender o que isso tem a ver com a nossa realidade, na prática.

QUANDO: Sábado (25/06), às 14:30
ONDE: Reitoria UFPR – Dom Pedro I, Sala 613

[FAG] Nosso feminismo será classista e de base, ou não será!

Retirado de: https://federacaoanarquistagaucha.wordpress.com/2016/03/06/nosso-feminismo-sera-classista-e-de-base-ou-nao-sera/

Opinião das mulheres anarquistas da FAG lido na ocasião do Ato Político Anarquista celebrativo ao 8 de março, dia Internacional da mulher trabalhadora.

12745681_1155973071080916_3155340972329807896_nPor ocasião do 8 de Março, data importante para as mulheres de todos os povos do mundo, nós, mulheres da Federação Anarquista Gaúcha, convidamos a todas e todos, no dia de hoje, a se somar nesta modesta, porém convicta opinião de luta contra as mais diversas opressões, especialmente contra as violências que decorrem das ideias machistas e patriarcais. Nossa presente contribuição não pretende ser totalizante nem abarcar toda a diversidade de opressões que sofrem os diferentes grupos dentro do que definimos por “mulher”, porém, uma coisa queremos demarcar: nossa luta e nossa vida se dedica às mulheres do povo, às mulheres oprimidas, pois delas nascemos, delas somos parte e por elas estamos dispostas a viver e morrer. Assim, conscientes de nossa insuficiência, queremos apresentar alguns debates e construções que temos feito na medida em que o protagonismo feminino vem aumentando a cada dia em nossa Organização e em nossas Frentes de Luta.

Sabemos que a situação social e política das mulheres no país é muito dificil, ainda mais para as mulheres pobres e negras das periferias de todo o Brasil. Vivemos momentos de ataques graves à dignidade das mulheres compostos por medidas de leis e questões culturais que reforçam a mentalidade machista de que a mulher é um sujeito social menos respeitável e que sua condição na sociedade ainda é a de ser responsável pelas tarefas domésticas, mão de obra mais barata e um corpo passivel das mais cruéis agressões em nome da “honra” masculina.

Queremos, nas linhas que seguem, trazer alguns apontamentos sobre a condição das mulheres oprimidas, aquelas que são trabalhadoras, desempregadas, negras, indígenas, mulheres do povo. Nesse sentido, esta carta de opinião tem como objetivo fundamental nos impulsionar para uma das mais importantes lutas que precisamos fazer: a luta contra o capitalismo, que tem como elementos estruturantes o Estado, o patriarcado, o racismo e a opressão de classe.

Nossa posição como mulheres anarquistas, que lutamos diariamente contra todas as formas de opressão, vai muito além de um discurso meramente comportamental e ou estético; busca entender que dentro das mais variadas opressões de gênero que existem na sociedade as mulheres de Baixo são mais atingidas pela ação violenta do Estado-patriarcal. Não é por acaso que o maior índice de violências de gênero ocorrem nas periferias e que em termos de acesso a direitos básicos, como educação, saúde, creche, moradia, são as pobres e negras as menos atendidas.

Nossa luta não se resume a demandas por direitos, porém, entendemos essas demandas como uma parte importante de todo um processo de luta, por garantirem, em um primeiro momento, dignidade e autonomia para as oprimidas. No entanto, a luta pela libertação das mulheres é muito maior do que isso. Nesse sentido, é importante pensar desde um ponto de vista que provoque mudanças nas pequenas pequenas coisas, desde a vida diária, no aspecto ideológico-cultural, nas microrrelações, se queremos e nos comprometemos a mudar as coisas de fato. A ideia de que a mulher hoje está em condições de igualdade com o homem continua sendo uma farsa, que mascara toda a violência a que somos submetidas, porque não trabalhamos em condições iguais, não somos educadas a buscar nosso valor; ao contrário, é muito forte o disciplinamento de nossos corpos, por meios institucionais e culturais, para continuarmos sendo as sujeitas-assujeitadas da sociedade, mesmo sendo nós, mulheres, mais da metade da população mundial.

Sobre as politicas contrárias as mulheres e a autonomia de seus corpos

Nos últimos meses, vimos com indignação um fortalecimento de discursos contra as mulheres por parte dos setores fundamentalistas, assim como são ferozmente propostas, dentro dos marcos instituicionais, leis graves que nos atacam vitalmente, além de colaborarem para que o pesamento machista seja mantido e incentivado. Dentro dessas medidas, podemos destacar algumas leis que tramitam e que infelizmente não ganham mais adversários do que nós, as mulheres. São leis como o Estatuto do Nascituro (Projeto de Lei 478/2007), do qual destacamos as atrocidades que o Estatuto propõe: aborto como crime hediondo, em qualquer caso- inclusive em quando apresenta risco de vida para a mulher- bolsa-estupro, entre outros. Por que aprovar uma lei como esta? Para manter o corpo da mulher sob controle, obviamente.

O aborto no Brasil é tratado como um grande tabu e ainda é hegemônica a opinião de que isso é um “crime contra a natureza”, mesmo sabendo que milhares de brasileiras fazem abortos todos os dias. A hipocrisia é a regra do discurso hegemônico, porque sabemos que as que mais morrem por conta de abortos inseguros são mulheres pobres que não encontram outras maneiras, a não ser as mais arriscadas, para fazer este procedimento.

As mulheres das classes médias-altas fazem aborto em clínicas seguras, pagam bem, quando não viajam para outros paises para fazerem em clínicas luxuosas. No entanto o que se coloca nesse debate está para além de um discurso meramente moral: é uma questão de saúde e de garantia de vida para as mulheres pobres! Ou se acredita que é uma decisão fácil fazer um aborto? Para tomar uma decisão como essa, a mulher entende que não pode cuidar de uma vida a mais, por questões econômicas, emocionais, por insegurança, por medo, mas nunca por ousadia ou por esporte. Afinal, se não decidimos sobre nossos corpos, sobre o que mais decidimos mesmo? Mas, com isso, não se pode esquecer que assim como a mulher tem que ter direito para decidir se vai abortar, também deveria ter direito para decidir ter um filho em condições de dignidade, sem  sofrer com a fome, a violencia obstétrica, a violência doméstica dentre tantas outras.

A gravidade do Estatuto do Nascituro está quando afirma que, mesmo que fique grávida do homem que a estuprou, a mulher seja obrigada a ter esta gestação, com “auxílio” de uma “bolsa macabra” de míseros reais por parte do governo…O estupro é um ato de profundo desrespeito à moral e ao corpo da mulher. É uma arma de terror. O estupro é o mecanismo mais vil e covarde que o homem encontra pra provar sua força e poder sobre as mulheres e é terrivel pensar que o RS seja um dos estados que mais tem os maiores índices de estupro no país. O limite entre os assédios de rua até o estupro é muito tênue e é inaceitável as hipócritas justificativas que não justificam nada:  “roupas inadequadas”, “sozinha em espaços públicos”, “se a mulher bebeu é porque quer ser abusada”, “se ela está com raiva é porque falta um pênís”, etc…

No Brasil, 850 mil mulheres abortam por ano e a cada dois dias uma mulher pobre morre por aborto clandestino. De acordo com algumas pesquisas, mais de 8,7 milhões de brasileiras com idade entre 18 e 49 anos já fizeram ao menos um aborto na vida. Destes, 1,1 milhão de abortos foram provocados. No Brasil o aborto tem cor e renda sim. No Nordeste, por exemplo, o percentual de mulheres sem instrução que fizeram aborto provocado (37% do total de abortos) é sete vezes maior que o de mulheres com superior completo (5%).

O mapa de terror contra as mulheres no Brasil chamado Feminicidio

A violência contras as mulheres é corriqueira e aceita como um costume, já que o homem tem, moralmente, um status social mais importante que a mulher. As agressões contra as mulheres deixam rastros de sangue, medos e traumas desde de sempre, em meninas, jovens e mulheres das mais diferentes idades. Os abusos contra crianças não estão deslocados desta engenharia machista, de domínio em relação ao sexo feminino e à infância. O Brasil é o 5° país no mundo que mais mata mulheres, 3 a cada 5 mulheres declara já ter sido agredida, mais de 50% dos casos acontecem dentro de casa, 70% dos casos de violências cometidos contra mulheres acontecem semanalmente, mais de 70% destes casos é cometido pelo “parceiro” ou “ex parceiro”. Somente em 2013, foram 4.762 assassinatos de mulheres registrados no Brasil – ou seja, aproximadamente 13 homicídios femininos diários. Esses dados indicam que, diariamente, vivemos uma guerra civil contras as mulheres brasileiras.

Racismo e violência: homicídio de negras aumenta 54% em 10 anos

A taxa de assassinatos de mulheres negras no Brasil aumentou 54% em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. As mulheres negras são mais de 60% das vítimas de feminicídio, exatamente porque não contam com assistência adequada e estão mais vulneráveis aos abusos das próprias autoridades.Isso só comprova que as mulheres negras entre as demais são as que mais sofrem com a gravidade da violência machista, por conta de uma sociedade com fortes rasgos racistas e preconceituosos.

O problema do racismo na nossa sociedade afeta as mulheres negras das mais variadas formas, porque também o genocídio da juventude negra é sofrimento direto para milhares de mães negras. Não é à  toa que as filas de hospitais e de presídios estão cheias delas, pois seus filhos, irmãos, sobrinhos, enfim, são os mais vulneráveis à violência policial, não importando se estão ou não envolvidos em algum ato ilícito. Só o fato de serem negros, jovens e pobres já os coloca na linha de tiro diariamente.

No mundo do trabalho, são as negras as mais marginalizadas, e também no ensino superior, no acesso à saúde e  à moradia digna. O racismo e o machismo são elementos estruturantes na sociedade brasileira, são elementos de coerção e desigualdades que precisam urgentemente acabar!

O Feminismo vem, ao longo das décadas, tentando englobar todas as mulheres em uma única característica em comum: o gênero. Porém, ao supor que todas passam pelos mesmos problemas e desejam as mesmas coisas, o Feminismo que não enxerga as especificidades de cada grupo feminino acaba atuando sob omissão, muitas vezes deliberada. As necessidades das mulheres negras são muito peculiares e sem que seja feita uma profunda análise do racismo brasileiro, é impossível atender às urgências do grupo.

A luta das feministas negras é uma batalha contínua. Isso, por si, levanta a importante reflexão sobre a representação feminina na mídia, seu espaço no mercado de trabalho, o lugar de vítima da violência sexual, o protagonismo da maternidade, entre outros temas, pois se há tanto por que as mulheres brancas precisam lutar, é bastante preocupante o fato de que as mulheres negras nem sequer conquistaram igualdade quando em comparação com outros indivíduos do seu próprio gênero.

Em 2013, a PEC 66 foi aprovada, transformando em lei a reivindicação de empregadas domésticas, que há décadas lutavam por direitos trabalhistas. Não por acaso, as mulheres negras compõem a maioria de trabalhadoras do lar (61,7%). Porém, a realidade ainda permanece distante do desejado. As funcionárias que exigem seus direitos muitas vezes acabam despedidas e, sob ameaças e assédio moral, é difícil efetivar a conquista.

Com relação ao aborto, as mulheres negras também integram a parcela de maiores vítimas da ilegalidade. Por causa das complicações geradas por abortos clandestinos, as mulheres negras morrem em números altíssimos e também estão mais vulneráveis ao indiciamento criminal, caso sobrevivam.

A violência obstétrica também é um marco na vida das mães negras e pobres. Negligenciadas nas filas do SUS, elas são colocadas em segundo plano para que mulheres brancas – consideradas mais frágeis e sensíveis – sejam priorizadas, independente da ordem de chegada.

Resumir pautas e fazer reivindicações genéricas ainda é um vício dos movimentos sociais. Nos posicionamos contrárias à homogeinização das lutas, pois a diversidade e a heterogeneidade de sujeitos das classes oprimidas é capaz de produzir muito mais união e potencial de transformação. Reconhecendo e respeitando as diferenças e características subjetivas das mulheres do povo, é possível contemplar as necessidades urgentes de cada categoria. A diversidade sexual, as variáveis nas identidades de gênero, de trabalho, de moradia, de urbano x rural x floresta, de escolaridade, de raça e etnia, entre outras especificidades que compõe o espectro das classes oprimidas estão se transformando em abordagens prioritárias que exigem conscientização imediata.

O caminho para as conquitas por parte das mulheres de Baixo será com organização de base ou não será

Somos anarquistas especifistas e por isso entendemos a necessidade de estarmos organizadas para poder lutar contra o patrão, Estado e também contras as demais opressões. Sem organização de base, democracia direta e  com trabalho continuo não teremos êxitos nas nossas peleias. Precisamos estar enraizadas no terreno fértil das lutas sociais, semeando organização e rebeldia.

O feminismo, do nosso ponto de vista, tem que abandonar os debates isolados dentro das universidades, dos divisionismos conceituais, que acabam por fazer discurso apenas no aspecto comportamental, sem colocar a questão de classe como um dos elemntos que caminha junto na luta das mulheres. Nós também entendemos que a luta das mulheres tem que estar alinhada a uma estratégia classista, sem colaboração com os governos e ações de Estado. O Estado nunca foi, não é e nunca será aliado das mulheres oprimidas; o Estado-Patriarcal é nosso maior inimigo ideológico, por isso que a luta das mulheres tem que estar fortemente organizada fora das estruturas governamentais e submersa nas diferentes esferas da vida das pessoas, nas suas comunidades, locais de trabalho e estudo, buscando alternativas a curto e longo prazo para a auto-organização das mulheres. Isso implica também em pensarmos a nossa autodefesa, assim como de nossas comunidades que sofrem diariamente pela violência de Estado. Também é importante estarmos unidas para as lutas mais imediatas que são fundamentais para as mulheres do povo, como a questão das creches, acesso à saúde, trabalho, estudo. Isso tudo construído em uma marco estratégico maior, de construção de poder popular, de baixo para cima, que lute pelas mudanças do “hoje e do amanhã”. Convocamos as mulheres oprimidas à sua auto organização, sem abandonar os movimentos mistos, lutando ombro a ombro, com os companheiros que são convictos de que a mudança desta sociedade precisa levar a liberdade da mulher a sério e dentro de um marco programático. Nosso feminismo será classista e de base ou não será!

O exemplo das mulheres de Curdas e os desafios da solidariedade internacional

Uma revolução social está em marcha no Curdistão e coloca no cerne da questão política o protagonismo das mulheres, com o lema “se as mulheres não forem livres, a sociedade também não será” caminha a causa do Confederalismo Democrático. A luta das mulheres Curdas hoje também nos inspira, não só por defender o protagonismo das mulheres, mas por pensar uma revolução social e um novo projeto de sociedade de baixo para cima, construindo, apesar da guerra, uma radical democracia de base e solidariedade entre os povos oprimidos daquela região. Hoje, mais do que nunca, são as mulheres curdas que combatem o pensamento autoritário, assassino e patriarcal do Estado Islâmico e o genocídio que promove o Estado Turco. Porém, mais do que pegar em armas, as companheiras do Curdistão estão armadas de ideias: ideias de liberdade, solidariedade e de transformação radical da sociedade. Mais do que inspiração, são exemplos de que a mudança é possível em meio ao caos do sistema capitalista e patriarcal. Vibramos a cada conquista dos povos em luta no Curdistão, nossa solidariedade é mais do que palavra escrita. Também somos daquelas e daqueles que não confiam nem um pouco em revoluções que adorem o Estado, por isso, as companheiras Curdas, assim como seu povo, tem um lugar especial no coração e na estratégia política das e dos anarquistas.

“É aqui e agora que a construção de um novo homem e uma nova mulher se faz necessário, não só para pensar o futuro, mas para transformar o importante presente de resistência, pois aí sim o futuro diferente será. Com as mais difíceis mudanças, que são aquelas que fazemos dentro de cada uma e de cada um de nós… Esta é a prefiguração dos valores Anarquistas e de uma sociedade livre da qual estamos dispostas a lutar até o fim. Não o nosso fim, mas o fim deste injusto e terrível sistema! Não é só por nós, é por aquelas que já se foram e por todas as que virão e que continuarão a luta depois de nós.”

Em memória de todas as lutadoras, em memória de Berta Cácere, militante indígena de Honduras assassinada por ter coragem de lutar!

MEXEU COM UMA MEXEU COM TODAS!!!

MULHER, TE ORGANIZA E LUTA!

Saudação do Coletivo Anarquista Luta de Classe aos 20 anos da Federação Anarquista Gaúcha

“A organização, mantendo e promovendo o espírito de revolta, assume como próprias todas as exigências presentes e futuras de um processo revolucionário. E a partir do trabalho militante organizado, e somente a partir dele, que se pode promover coerentemente e com força redobrada a criação, o fortalecimento e a consolidação das organizações populares de base, que constituem os núcleos do poder popular revolucionário.” (fAu)

É com muita alegria que saudamos as companheiras e companheiros que construíram e constroem a Federação Anarquista Gaúcha, nestes seus 20 anos de muita luta e organização. O anarquismo especifista se enraíza no Rio Grande do Sul e no Brasil muito pelos esforços da FAG e estaremos juntos nas próximas décadas a enraizar ainda mais o anarquismo organizado nas terras brasileiras.

Construímos conjuntamente a Coordenação Anarquista Brasileira (CAB), uma ferramenta de organização do anarquismo especifista no Brasil, desde sua fundação em 2012 e nos esforçamos para avançar rumo à criação de uma organização nacional. A partir da articulação entre as organizações especifistas da região sul (CALC-PR, CABN-SC e FAG-RS) estamos conseguindo cada vez mais avançar no rumo que esperamos.

Nesta etapa de resistência da classe oprimida no Brasil, é necessário que continuemos firmes a fermentar a luta rebelde de nossa classe e nos organizarmos cada vez mais para romper com todos os tipos de dominação. Em um momento de ajuste fiscal, ataque aos direitos da classe oprimida, genocídio dos negros e indígenas, violência machista, homofóbica e transfóbica, criminalização da pobreza e do protesto, só nos resta um caminho: seguirmos lutando.

Os conflitos sociais se intensificam. Neste ano, por exemplo, tivemos lutas intensas do funcionalismo público no Paraná e Rio Grande do Sul, dia 29 de abril será para sempre lembrada pelo massacre de professores e estudantes paranaenses. A luta contra as terceirizações se fortalece; centenas de greves – em que muitas passam por cima da burocracia sindical; a luta contra PEC 215, contra o genocídio indígena e quilombola; dezenas ocupações em São Paulo contra o fechamento de escolas e muito mais.

Somente com muita luta e organização vamos conseguir romper com este sistema de dominação, tendo como inspiração a revolução social curda que está em processo. Na América Latina, está claro que temos um caminho longo a percorrer até o socialismo libertário, mas temos confiança que estamos nos fortalecendo e desde as bases criando poder popular, como o exemplo das lutas no Rio Grande do Sul, com especial influência da FAG, nos demonstram.

Lutar! Criar Poder Popular!
Viva o Anarquismo Especifista!
Viva a Federação Anarquista Gaúcha!
Viva a Coordenação Anarquista Brasileira!

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[fAu] El ajuste que se viene… – Espanhol

Retirado de: http://federacionanarquistauruguaya.com.uy/2015/09/24/3126/

CARTA OPINIÓN FAU SETIEMBRE 2015

El ajuste que se viene…

Los vaticinios de un nuevo ajuste tienen sustento tanto en la política presupuestal como en la salarial para los trabajadores de la actividad privada. Mientras en los Consejos de Salarios no habrá prácticamente aumento del salario real para nadie (a lo sumo recuperación del IPC y por lo general pérdida de salario), a nivel de los trabajadores del Estado la cosa no va mejor: un presupuesto que casi no incrementa ningún rubro, ni salario ni inversiones. Por tanto, la infraestructura de la salud, la educación y la inversión en vivienda continuarán en los lamentables nivel actuales o incluso se ajustarán.

Desde el gobierno en su conjunto viene augurando tiempos difíciles… Pero no plantean políticas contra-cíclicas ni invertir en las necesidades populares. Sin embargo, las empresas multinacionales siguen sin pagar un peso de impuestos, se embolsan y sacan del país las ganancias e incluso grandes negociados como la absorción de cadenas de supermercados no pagan un vintén a las arcas públicas.

Los dueños del país siguen ganando millones: veamos solamente datos de las exportaciones: Barraca Erro (granos) U$S 264 millones 638 mil dólares, Cereoil (multinacional de granos) U$$ 243 millones, Compañía Forestal Oriental  (celulosa) U$S 228 millones, Conaprole U$S 510 millones aproximadamente, según datos del año 2014. Estas grandes empresas son las que nos están robando. Ahí están el dinero para el salario, la vivienda, la salud, la educación. Allí está el dinero que todos generamos y sólo disfrutan los de arriba. Y no se plantea desde el gobierno tocar nada de esto: ni un sólo impuesto más para los burgueses, pero el boleto sube casi un 10%, la carestía es imparable por más acuerdo de precios que hagan…

La esencialidad

Semejante política a gusto de los patrones tiene su claro correlato con la declaración de esencialidad que sufrieron los trabajadores de la enseñanza en huelga. Fue tan grande la resistencia y movilización generadas que el decreto tuvieron que guardárselo, no lo pudieron aplicar, pero quedaron en evidencia sus instintos antipopulares, su odio a los que luchan, mientras desayunan y almuerzan con el empresariado más rancio y los políticos de derecha le golpean la espalda en señal de complacencia por las medidas adoptadas.

Una medida netamente represiva, que nos retrotrae al Pachecato y la Dictadura, que no es un error político ni una burrada. ¿or qué no?  Porque la situación económica se viene complicando: han cerrado decenas de fábricas y miles de trabajadores han quedado en la calle, otros miles están en el seguro de paro, el desempleo aumenta levemente pero la tendencia va a ser constante, aumenta la represión en los barrio;, por tanto,  la situación social va a ponerse más tensa y desde arriba están preparando el garrote. Esta esencialidad tiene varias finalidades:

1) instalar miedo y derrotar la huelga de la Enseñanza, lo cual no han podido.

2) instalar el tema de la esencialidad y cuestionar el derecho de huelga

3)generar clima de que la situación social- política se puede “picar”.

La esencialidad no la pudieron aplicar pero ha quedado planteada la modalidad del gobierno para atender los conflictos. ¿Volverán a insistir con este tipo de medidas? Parece ser que frente al ajuste y la lucha por obtener mayores salarios, mejores condiciones de trabajo y de vida que los de abajo desplegaremos en este período, el gobierno tiene preparado el garrote… Sino pregúntele a los trabajadores de Salud Pública que fueron desalojados por la fuerza de choque.

Represión y hambre…    

La política del período va a estar signada por una fuerte apuesta represiva. El mayor incremento presupuestal será el del Ministerio del Interior, principalmente Guardia Republicana, mientras se niegan recursos para la salud, educación y vivienda.Por si fuera poco, este gobierno aplicará una Reforma Educativa similar a la liderada por Germán Rama en 1996 bajo gobierno de Sanguinetti.

No se avizora la creación de nuevos puestos de trabajo ni inversión en desarrollo industrial. Un país sumido en la dependencia económica donde se incrementan los despidos y los envíos al seguro de paro. ¿No habían prometido un “giro a la izquierda” y ” no volver a los ’90″? Los de arriba vienen por más. Están sedientos de riquezas y quieren despojar a los de abajo de lo poco que hemos conquistado con esfuerzo de nuestra lucha. Eso es el ajuste.

Una política para los de abajo: Resistencia y Solidaridad 

La huelga de la enseñanza nos ha dejado múltiples lecciones: ocupaciones de centros de estudio en los barrios, tejiendo lazos solidarios con trabajadores, vecinos, organizaciones sociales, coordinaciones entre sindicatos, ha amplificado este lucha y la ha rodeado de solidaridad popular. La movilización del 27 de agosto reunió 50 mil personas, la movilización más grande en el marco de un conflicto de la historia del país. Huelga y paros de varios sindicatos cuyos trabajadores se han dignificado y que enseñan quiénes son los enemigos y quiénes los amigos, los compañeros de lucha. La experiencia habla a las claras y ubica a cada cual en su lugar. Nada más aleccionador que una huelga para definir quiénes son los que juegan a la contención en el movimiento popular haciéndole los mandados al gobierno y a los patrones. Y quienes estamos para impulsar la lucha a fondo por objetivos precisos y claros, avanzando hacia nuevos horizontes.

Es desde los barrios, desde los centros de estudio y trabajo donde se construye Solidaridad, tal cual han demostrado los estudiantes ocupando varios liceos y aportando su esfuerzo en esta lucha que también los ha tenido como protagonistas. Rodeando los conflictos, dando una mano en lo que se precise para potencia la lucha y que ésta triunfe, es allí donde nos venimos encontrando un conjunto de compañeros, construyendo Resistencia, construyendo espacios para coordinar luchas y esperanzas.

La salida es desde abajo y con lucha

Ya ha quedado demostrado que no existe “giro a la izquierda”, que por Parlamentos, gobiernos y elecciones no hay caminos que conduzcan siquiera a mejoras reales para los de abajo, menos a la emancipación. Una sociedad distinta no se construye con esa herramientas que sólo sirven a la burguesía, porque son sus herramientas. Construir una sociedad distinta es un arduo proceso que necesita de la forja de un pueblo fuerte, asentado en organizaciones sociales firmes, clasistas, con independencia de clase, con fuerte protagonismo popular y democracia directa. Generar los espacios de Resistencia y Solidaridad que permitan ir reconstruyendo los lazos entre los de abajo, entre los que sufrimos este inmundo sistema a diario para avanzar en conquistas, en el fortalecimiento de los organismos populares de base, gestores de un mundo nuevo.

Es necesario la construcción de una corriente dentro del movimiento popular que empuje las luchas, que las tome como propias y brinde esa Solidaridad para que lucha sea un fueguito que encienda un mañana distinto.  No es con grandes discursos ni deliberaciones intelectuales que llegará el Socialismo, será sí con mucho esfuerzo, con mucho tesón, con mucha lucha. Es por ello que los anarquista de FAU ponemos nuestro empeño en la construcción de un espacio de Resistencia, que aúne las luchas y las hermane en un solo puño.

MANO TENDIDA AL COMPAÑERO, PUÑO CERRADO AL ENEMIGO

A COSNTRUIR PODER POPULAR!!!

ARRIBA LOS QUE LUCHAN!!

FEDERACIÓN ANARQUISTA URUGUAYA

LOS POBRES QUE EL CAPITALISMO GENERA SE AGOLPAN A LAS PUERTAS DE EUROPA

Inhumanas y crueles son las imágenes que llegan desde Europa: barcos pequeños cargados hasta más no poder de gente, naufragios y muerte en el agua incluso de niños, miles que se agolpan en las fronteras de varios países europeos intentando pasar como se pueda, mercaderes que lucran con la vida humana y el tráfico, miseria y más miseria. Una miseria no casual, ni generada por Dios ni la ignorancia, sino por el Capitalismo, por este sistema inmundo en el que vivimos y por el cual se desarrollan guerras e invasiones a países de Oriente Medio y África por parte de las potencias mundiales, Estados Unidos y Europa.

El control de recursos vitales para las multinacionales, intereses geopolíticos, intentos de desestabilización, varios son los objetivos que mueven a las potencias a intervenir en zonas extremadamente pobres del planeta…para empobrecerlas más. En definitiva, profundizar el sistema, aumentar el despojo, enriquecer a la minoría de ultra ricos, esos objetivos son los que están llevando a cabo los países imperialistas.

Los medios nos informan que “46 países del África subsahariana tienen 767 millones de habitantes; entre ellos, 148 de cada mil nacidos no llegan a cumplir los cinco años, el  45 por ciento de la población no tiene acceso a agua potable, el 63 por ciento no tiene cloacas ni acceso a saneamiento básico, el 32 por ciento está desnutrido, la prevalencia media del SIDA entre jóvenes de entre 14 y 24 años es del cinco por ciento y el 38 por ciento de la población adulta es analfabeta. Entre los más pobres de esta lista de países pobres, están Somalia y Eritrea en guerra interna permanente –Somalía desde hace más de veinte años–, entre señores de la guerra y dictadores armados hasta los dientes con armas de última tecnología. La mayoría de estos países soportan enormes deudas externas que ahogan a sus economías, en muchos casos saqueadas por mineras y trust europeos. Para completar el escenario, el Congo, Liberia, Mali, Sierra Leona, Guinea, Nigeria y Senegal fueron afectados por el virus del Ébola que produjo decenas de miles de muertos. Países africanos como Libia, Congo, Nigeria o Mali soportan guerras internas con grupos armados de fanáticos religiosos financiados por los Emiratos, Arabia Saudita u otras potencias o como en Libia que fue invadida y desestabilizada por una invasión de tropas europeas. Y lo mismo sucede con las guerras en Afganistán, Irak, Siria y Yemen.

De allí provienen las grandes oleadas de migrantes y refugiados que atraviesan montañas, desiertos y mares en condiciones elementales. El 65 por ciento de las personas que han llegado este año a Europa a través del Mediterráneo proviene el 43 por ciento de Siria, el 12 por ciento de Afganistán y el 10 por ciento de Eritrea. El resto se completa con los demás territorios de la lista. Son sociedades cuyas economías han sido arrasadas por abusos y guerras…”

Son millones de personas escapando del horror de la guerra, del hambre, de las persecuciones. Nada muy diferente a nuestros antepasados, que vinieron desde Europa escapando de los mismos problemas. Estos inmigrantes serán mano de obra barata de las empresas europeas, tal cual han señalado las Cámaras Empresariales y el gobierno alemán. De allí la apertura que ha tenido ese país, no fue puro humanitarismo. En cambio Hungría, un país donde gobierna la extrema derecha, crecen las posiciones xenófobas y fascistas, donde incluso están alambrando las fronteras. Por el contrario, los pueblos solidarios han abierto los brazos a la llegada de estos condenados de la tierra y han acogido a los inmigrantes -refugiados. Una Europa que se empobrece cada vez más, donde se quiebra la homogeneidad cultural occidental, una nueva Europa donde las luchas populares van adquiriendo nuevos contornos, nuevas formas y motivos.

Una historia que se repite y una misma lucha que hermana pueblos, en todas partes del mundo la lucha contra la opresión, el hambre, contra este sistema genocida es una lucha que debe convocar al esfuerzo de todos. Aportar para aplacar el sufrimiento humano, pero sobre todo para terminar definitivamente con él y sus causas, que están en la desigualdad, en la acumulación de riquezas, en la propiedad privada, en el poder concentrado en pocas manos… Una lucha que nos convoca a lo largo y ancho del mundo, y que adquiere sus particularidades en cada lugar, en Kurdistán, en África, en Europa, en Uruguay, pero que es la misma: una lucha por el Socialismo y por la Libertad.

ARRIBA LOS QUE LUCHAN!!

FAU

[FARJ] Libera #165

Retirado de:  https://anarquismorj.wordpress.com/2015/09/09/libera-165/

Está disponível o mais recente número do Libera, de número 165. Nesta edição, o editorial traz um texto recentemente publicado em nosso endereço eletrônico com o título “O que restou de Junho – Uma reflexão sobre o pós-2013“. Além disso, há trechos de “Entre Camponeses” do militante anarquista italiano Errico Malatesta, XII Congresso da organização francesa Alternative Libertaire, Solidariedade à Sâmia Bonfim, duas traduções de textos da organização anarquista dos Estados Unidos Black Rose Anarchist Federation sobre a Revolução em curso em Rojava e o ataque do Estado Islâmico à militantes que estão lá, relato de atividade sobre o caso do Rafael Braga, palestra sobre a situação curda realizada em Campos, além de poesia e outras coisas.

Você pode conseguir o Libera fisicamente com nossos militantes e apoiadores e na Biblioteca Social Fábio Luz. Caso deseje receber um número grande para distribuir, entre em contato conosco.

O Libera #164 pode ser baixado clicando na figura abaixo ou aqui.

libera-1652

[CABN – Joinville] Solidarity to the Kurdish people!

Retirado de:  https://www.facebook.com/bandeiranegra/photos/a.147886615402856.1073741832.147724098752441/395485300642985/?type=1&fref=nf

Last Sunday (15), in the city of Joinville, south of Brazil, militants held a solidarity event and debate around the Kurdish struggle and the Rojava Revolution. Discussions centered on the recent attacks by the Turkish State, the libertarian and anti-statist strategy of the Democratic Confederalism and the important role played by women liberation in the struggle and organizing process. Brazilian anarchists organized in the Coletivo Anarquista Bandeira Negra and the Coordenação Anarquista Brasileira stand side by side with the Kurdish comrades.

Solidarity to the Kurdish people!
Stop the bombings from the Turkish Terror State!

FOR SOCIALISM AND FREEDOM!

[CABN] Boletim jul/2015

Retirado de: http://www.cabn.libertar.org/boletim-jul2015/

Salve companheirada!

Neste boletim de julho: Jornal Socialismo Libertário #30; Greve IFC – Araquari; Solidariedade ao povo curdo em Joinville; Amanhecer Contra a Redução – Floripa; III Encontro Sul da CAB; Relato do Arraial da Ponta do Coral

Jornal Socialismo Libertário #30

A Coordenação Anarquista Brasileira lançou nova edição de seu jornal com uma análise do atual momento político e econômico, apontando as tarefas para a militância no próximo período. O jornal pode ser lido aqui:
http://www.cabn.libertar.org/cab-jornal-socialismo-libertario-30-julho2015/

Greve IFC – Araquari

O CABN apoia a greve de servidoras e servidores técnicos do IFC em Araquari, que vem demonstrando força e grande mobilização em suas atividades. Em defesa da educação pública! Só a luta muda a vida! Confira o relato de importante atividade de greve na semana passada:
http://greveifc.wix.com/blog#!ENCONTRO-PARA-DEFINI%C3%87%C3%95ES-E-TROCA-DE-EXPERI%C3%8ANCIAS/c218b/55b95dfc0cf27acb2d8c3fa9

Solidariedade ao povo curdo em Joinville

O CABN convida todas e todos para uma Roda de Solidariedade ao Povo Curdo no domingo, 16 de agosto, no Centro de Direitos Humanos de Joinville. “A proposta da atividade é contrapor o discurso dominante na grande mídia mundial, inclusive a brasileira, que trata a resistência popular curda como “terrorismo”, escamoteando o novo ar que o povo curdo apresenta à esquerda mundial.” Mais informações aqui:
http://www.cabn.libertar.org/joinville-roda-de-solidariedade-ao-povo-curdo/

Amanhecer Contra a Redução Floripa

A campanha Amanhecer Contra a Redução está mobilizada em Florianópolis para disputar a opinião pública e mobilizar a sociedade contra a redução da maioridade penal. A próxima ação é organizar o Festival Amanhecer, usando da arte e cultura para agregar a juventude e debater sobre por que a “redução não é solução”! O momento é de conseguir apoio e contribuição para realizar o festival. Confira o vídeo e apoie:
https://www.youtube.com/watch?v=V6AXXiZpUUw
https://www.facebook.com/AmanhecerFloripa

III Encontro Sul da CAB

“Nos dias 4 e 5 de julho, reunimos em Curitiba delegações do Coletivo Anarquista Luta de Classe (Paraná), Coletivo Anarquista Bandeira Negra (Santa Catarina) e Federação Anarquista Gaúcha (Rio Grande do Sul) para tratar da conjuntura atual, a coordenação de nossas frentes de atuação sindical, estudantil e comunitária, e também as campanhas da CAB para o próximo período.” Leia a declaração completa do III CAB-Sul aqui:
http://www.cabn.libertar.org/declaracao-do-iii-encontro-regional-sul-da-coordenacao-anarquista-brasileira-2015/

Relato do Arraial da Ponta do Coral – Florianópolis

O Movimento Ponta do Coral 100% Pública organizou, no sábado passado, um arraial comunitário na área, onde luta pela mudança de zoneamento para Área Verde de Lazer e a constituição do Parque Cultural das 3 Pontas, uma área pública, de lazer, de preservação ambiental e cultural. Leia mais:
https://parqueculturaldas3pontas.wordpress.com/2015/08/02/relato-do-arraial-na-ponta-do-coral/

Encerramos o boletim com o trabalho de muralismo do Coletivo Pintelute de Joinville, realizado durante o evento Ocupa Rock, na Cidadela Cultural de Joinville. Não à violência de gênero!

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[BRRN] Nossas perspectivas e tarefas na Revolução de Rojava – Tradução

Retirado de: https://anarquismorj.wordpress.com/2015/08/05/brrn-nossas-perspectivas-e-tarefas-na-revolucao-de-rojava-traducao/

Tradução da FARJ do texto da organização norte-americana Black Rose Anarchist Federation/ Federacion Anarquista Rosa Negra sobre a Revolução de Rojava, onde apontam as perspectivas que a organização possui de um ponto de vista anarquista, além de como pretendem se envolver com a revolução curda. A Black Rose / Rosa Negra enviou militantes para o local com a finalidade de entender melhor a conjuntura e ajudar na reconstrução de Kobane, que foi destruída pelo Estado Islâmico.

Original: Our Perspectives and Tasks on the Revolution in Rojava

Rojava-banner

Enquanto revolucionários na América do Norte, gostaríamos de apresentar as bases da nossa perspectiva política e, também, como nós, enquanto organização, concordamos em nos relacionar com os recentes acontecimentos e a luta que ocorre em Rojava no Oriente Médio.

Nossa Perspectiva

A Revolução de Rojava provavelmente obteve mais avanços rumo ao socialismo libertário do que qualquer outra luta de grande escala, pelo menos desde a insurreição Zapatista. Por apenas essa razão já é importante participar desta luta para sustentar seus elementos mais revolucionários e apoiar como um exemplo internacional do que a auto-organização das classes populares pode alcançar.

Ao mesmo tempo que temos muitas questões sobre a ideologia política do Partido dos Trabalhadores Curdo (PKK) e do Partido da União Democrática (PYD) (o que demandaria um artigo em separado e mais longo), o projeto especifico de confederalismo democrático (que é apenas uma parte da sua visão política de “modernidade democrática” e de reorganização da sociedade) tem posto as classes populares do Curdistão em movimento, construindo alternativas autônomas ao capitalismo, opressões e ao Estado. Em Rojava, e em alguns casos também em Bakur, norte do Curdistão, quando a repressão do Estado não proíbe, cooperativas de trabalho estão sendo formadas, terras estão sendo coletivizadas, coletivos de mulheres estão se espalhando, assembleias de comunidades estão tomando o poder, justiça restauradora está substituindo o sistema de tribunal, uma milícia democrática está defendendo a região e outros aspectos de autogestão estão sendo organizados. Isso não é tudo que há nesta luta – parte das terras e capital está planejado a ficar em mãos privadas, o PYD criou um novo Estado mínimo em vez de abolir o estado, conscrição forçada foi eventualmente implantada, políticos do PYD tem buscado influência em países ocidentais, investimentos corporativos estrangeiros estão sendo aspirados etc. Porém, apesar de muita coisa permanecer vaga sobre detalhes específicos do que está acontecendo no chão (até para muitas pessoas que estiveram em Rojava), é claro que grande parte da classe popular no Curdistão está envolvida em um processo revolucionário que nós deveríamos apoiar. Também é bastante claro que já que uma revolução democrática é baseada na vontade do povo, será apenas com uma formação política de longo prazo e organizando trabalhos entre as classes populares de Rojava que a revolução será generalizada para além da atual minoria ativa e continuará a tomar forma. Acreditamos que temos a responsabilidade de contribuir com esse processo e aprender com ele.

Black Rose / Rosa Negra vê a Revolução de Rojava como um grande movimento social com muitas forças sociais puxando e empurrando umas às outras. Estas forças sociais representam interesses de classe e visões politicas contraditórias. Enquanto a visão política de Abdullah Ocalan (líder do PKK) é a ideologia dominante dentro do movimento, essa visão é por vezes muito vaga e aberta a diferentes interpretações por diferentes forças sociais. Por exemplo, ativistas queer dentro do movimento levantaram a questão que a ideologia essencialmente feminista vinda das guerrilhas do PKK excluíam identidades queer e trans e isso deverá ser superado para o progresso da revolução. Outra contradição é que o programa econômico do socialismo democrático enfatizado por alguns no movimento irá inevitavelmente entrar em conflito com os interesses da elite conservadora dentro do movimento. Ao mesmo tempo que esperamos que o movimento tenha as ferramentas necessárias para continuar a receber críticas internas e fortalecer sua luta contra a opressão, veremos como conflitos sobre exploração de classes irão se desenvolver já que estão entre grupos com interesses materiais muito distintos. Em todos esses debates entre diferentes forças, os revolucionários terão que tomar partido, com objetivo de fortalecer nossas próprias políticas e as forças dos companheiros no Curdistão.

Nós apoiamos este movimento em Rojava e no resto do Curdistão como um dos mais fortes em relação ao feminismo, socialismo libertário e uma sociedade com democracia direta que o mundo viu nas últimas décadas. Para continuar avançando em direção a esses objetivos, as forças dentro do movimento que estão mais próximas destes objetivos políticos precisam se fortalecer e serem apoiadas pela esquerda internacional. Senão o movimento encarará a morte nas mãos dos seus inimigos militares ou a reintegração pelo capitalismo (no melhor dos casos capitalismo socialdemocrata). Os mesmos resultados virão a não ser que nós não aproveitemos a oportunidade de trazer para os nossos locais a luta revolucionária para atacar as bases do imperialismo norte-americano e do capitalismo global.

A esquerda, e os anarquistas especificamente, encaram muitas questões de como podemos fazer isso. Pelas nossas reuniões e observações no Curdistão, temos visto muitos modelos diferentes de como revolucionários – curdos, turcos e estrangeiros – estão se envolvendo na luta. Temos visto que a luta em Rojava e Bakur, apesar de sua natureza ampla, não pode ser separada da sua estrutura organizacional oficial do movimento – as diferentes interconexões políticas estruturais que juntas implementam a ideologia de Öcalan, como o PKK, HDP (Partido Democrático do Povo), PYD, DTK (Congresso Democrático da Sociedade), KCK (União das Comunidades Curdas) etc. Até onde sabemos, todo grupo de esquerda que se integrou seriamente ao movimento de libertação curdo – de stalinistas a anarquistas inssurrecionalistas a Apocu (seguidores do Öcalan) – o fizeram se aliando às estruturas oficiais de algum jeito. Porém, há alguns que fizeram essas alianças se dissolvendo por completo dentro delas, enquanto outros fizeram a aliança e mantiveram diferentes níveis de autonomia organizacional e política. Estes diferentes modelos apresentam um leque bastante complexo de opções de até onde revolucionários podem se envolver com as diferentes forças políticas e sociais dentro do movimento trabalhando com os companheiros do Curdistão. Tais opções devem ser avaliadas com cuidado baseado tanto na situação do Curdistão quanto na nossa situação, capacidade e objetivos políticos.

Apesar do grande apoio e interesse que a revolução de Rojava tem tido na esquerda dos EUA e Canadá, há pouco apoio organizado, apesar das últimas semanas terem visto um maior alcance de organização. Há grupos de solidariedade a Rojava em duas grandes cidades e um disperso suporte online. Nós vemos as razões para isso como, primeiramente, a natureza desorganizada e fragmentada da esquerda nos EUA e Canadá, em especial a esquerda libertária. Segundo, outro importante fator é a falta de uma grande comunidade curda nos EUA e a falta de conexão entre a América do Norte e a esquerda curda ou da região em volta. Acreditamos ser nossa responsabilidade ajudar a mudar essa situação e mobilizar a esquerda e movimentos sociais rumo ao envolvimento com a Revolução de Rojava, enquanto aprendemos com a nossa história de solidariedade com os Zapatistas e Palestinos.

Nossas Tarefas

Black Rose / Rosa Negra define como seus objetivos organizacionais o seguinte:

– Criar uma comissão interna para coordenar os esforços da organização e trabalhar com outros grupos de solidariedade para construir uma rede continental de suporte a Rojava. Uma rede maior pode ajudar a organizar protestos coordenados nos consulados Turcos pedindo o embargo para ser suspenso, coletar material de apoio para sessões legais do movimento de libertação curdo, construir relações diretas com o movimento, fazer formação política sobre Rojava e a política de autonomia e forçar o governo dos EUA a tirar o PKK da lista de organizações terroristas.

– Desenvolver um conjunto claro de princípios políticos a partir dos quais basear nosso trabalho e a partir deles, desenvolver nossos contatos no Curdistão e começar esforços para levantar fundos e material, para organização específica anarquista no Curdistão e para grupos mais amplos.

– Priorizar o intercâmbio de militantes entre os EUA e Curdistão, organizando turnês de palestras nos EUA e enviando companheiros/as para participar da reconstrução de Kobane.

– Promover a luta revolucionária de Rojava e fazer formação sobre, compartilhando relatos frequentes de atividades de solidariedade, noticiais e análises da situação no Curdistão. Além de traduzir material do Curdistão e enviar material de propaganda traduzido para distribuição aos nossos companheiros no Curdistão.

Tradução: FARJ