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[FAG] 19 ANOS DA FAG – Não tá morto quem peleia!!!

Retirado de: http://www.federacaoanarquistagaucha.org/?p=1041

19 anos

Há 19 anos um grupo de companheiros/as escolheu fazer parte da construção de um projeto político de cores rubro negra, em que a defesa das liberdades coletivas fosse condição essencial para a forja de um socialismo sem privilégios e dominações de qualquer tipo. Um projeto que, não sendo novo, se colocava como um imenso desafio para aquela geração de jovens que, órfãos de referências diretas em nosso país, buscava referências nos muitos anos de luta e experiência de organização sindical e popular dos irmãos da banda oriental organizados na fAu (federação Anarquista uruguaia).

Não que as experiências de luta e de organização do anarquismo no Brasil não fossem ricas por si só. Mas pesou muito o fato de que a geração de militantes que de alguma forma vivenciaram na carne as experiências de organização dos trabalhadores até os anos 50 do século XX não estivesse mais viva para contribuir na formulação das respostas aos anseios daqueles e daquelas que nos inícios dos 90 queriam se organizar para retomar o vetor social do anarquismo.

Organização para dar conta não apenas do estudo teórico e doutrinário de nossa ideologia, mas que pudesse responder aos desafios cotidianos da inserção anarquista no meio sindical, estudantil, comunitário, agrário e popular. Uma organização que pudesse articular essas diversas experiências de luta e organização dos de baixo no âmbito de uma perspectiva estratégica em que os oprimidos possam ser protagonistas da transformação social, sem vanguardas auto-eleitas dando ordens sobre o que fazer. Naquela época, foi a organização política específica dos anarquistas (o especifismo) que se colocou como a melhor resposta a esse anseio e, passados 19 anos, acreditamos que o anarquismo especifista continua sendo uma boa ferramenta para nossa organização enquanto militantes anarquistas. Uma escola de vida e militância libertária que é, para nós do Rio Grande do Sul, a Federação Anarquista Gaúcha – FAG. São 19 anos buscando enxertar verdades novas no tronco das velhas verdades fundamentais como dizia o companheiro anarquista italiano Camillo Berneri.

São 19 anos germinando um mundo novo em nossos corações e construindo um homem novo (diríamos um sujeito novo) como falava o anarquista espanhol Durruti e o revolucionário latino americano Che Guevara. São 19 anos estudando e se inspirando nas experiências de luta de mulheres e homens de todas as partes do mundo que muito antes de nós já estavam no labor cotidiano de erguer uma nova sociedade em cima dos escombros da velha sociedade capitalista. Não esquecemos de Lucy Parsons, Mikhail Bakunin, Louise Michel, Errico Malatesta, J. Proudhon, Anselmo Lorenzo, Voltairine Cleyre, P. Kropotkin, Elena Quinteros, Gerardo Gatti, José Oiticica, Polidoro Santos, Edgar Leuenroth, Emma Goldman, Alberto Mechoso, Maria Canária, Leon Duarte, Espertirina Martins, Nicola Sacco, Bartolomeu Vanzetti, os Mártires de Chicago, Neno Vasco, Domingo Passos e de tantas outras companheiras e companheiros (da nossa matriz e de outras matrizes da esquerda combativa) que de alguma forma plantaram sementes de Socialismo e Liberdade.

É pela memória dessa companheirada que seguimos nos organizando e lutando, desde o lugar que nos toca atuar e junto aos homens e mulheres que dia a dia constroem através de seu suor e trabalho essa sociedade.

19 anos de luta pelo Socialismo e pela Liberdade!

Viva a Federação Anarquista Gaúcha!

Viva a Anarquia!

[COMPA] Saudação aos 10 anos da Federação Anarquista do Rio de Janeiro

Camaradas de luta anarquista,
É com muito entusiasmo e alegria que o COMPA saúda os 10 anos de vida e luta da Federação Anarquista do Rio de Janeiro.
Em verdade foram décadas de acúmulo, esforço e dedicação de uma militância anarquista na capital fluminense que se resultaram em sua fundação no dia 20 de agosto de 2003. Fruto de um resgate fundamental do anarquismo de luta de classes de Ideal Peres, Fábio Luz, José Oiticica e outr@s companheir@s, a FARJ hoje tem uma importância elementar na história do anarquismo do Brasil, desde seus primeiros passos nos primeiros anos de sua fundação, passando por seu constante amadurecimento político e estratégico que se consolidaram em seu Primeiro Congresso, até os atuais avanços históricos para o anarquismo em seu estado e no Brasil, com o fortalecimento do Fórum do Anarquismo Organizado e a fundação da Coordenação Anarquista Brasileira.
Sem o comprometimento e a responsabilidade histórica com o anarquismo nos quais sua militância se estabelece, muitas dessas conquistas talvez estariam mais distantes de serem alcançadas. A FARJ carrega em sua identidade a seriedade, ética e humildade que traduzem primorosamente os princípios do anarquismo e que lhe dão a coerência necessária para caminhar punho ao alto no caminho da luta popular, braços dados às demais lutadoras e lutadores do povo, entre os quais ela se constrói, se fundamenta e se faz legítima, sempre pela base, em direção ao Socialismo Libertário.
A FARJ ocupa ainda uma posição mais importante para o COMPA. O surgimento do debate em Belo Horizonte em torno da organização anarquista e do especifismo se deu por uma admiração, proximidade e inspiração política na FARJ e em sua rica contribuição teórica para o anarquismo. Além de sua militância social e de sua influência anarquista nas lutas da cidade do Rio de Janeiro, sua importância para o anarquismo a nível nacional se faz na construção do anarquismo organizado na CAB e no que ela representa para as demais organizações que estão começando a se construir.
Portanto, saudamos com muita estima o décimo aniversário da FARJ, prestando estas humildes homenagens à nossa companheira de luta e à sua dedicação ímpar em construir o anarquismo e lutar pelo Socialismo Libertário.
Liberdade, Vida e muita Garra ao Tiê-Sangue do Anarquismo!
Que ele alce voos altos e gloriosos rumo ao horizonte que se desmancha na Alvorada da Revolução Social!
Anarquismo é Luta!

10 anos da Biblioteca Social Fábio Luz

Retirado:

http://farj.org/

No próximo sábado (19/11), vamos comemorar uma data que consideramos muito especial ao anarquismo no Rio de Janeiro: os DEZ ANOS da Biblioteca Social Fábio Luz (BSFL), fundada em 18 de Novembro de 2001 em Vila Isabel. Junto com este aniversário, será lançado também o livro “Luta Social em Vila Isabel” de autoria do jornalista e integrante da BSFL, Milton Lopes.

A biblioteca, um antigo sonho dos anarquistas cariocas, nasceu com a reunião de acervos de Ideal Peres, do antigo Grupo Anarquista José Oiticica e do acervo do Círculo de Estudos Libertários Ideal Peres. A temática básica dos cerca de 900 livros é o anarquismo, entretanto, pode-se encontrar outros temas como literatura, poesia, educação, livros didáticos, teatro e marxismo. Hoje contamos também com uma videoteca, bastante procurada pelos freqüentadores do Centro de Cultura Social. O nome da biblioteca foi dado em homenagem ao militante Fábio Luz. Este nasceu na Bahia e formado em medicina, se aproximou do anarquismo ao chegar ao Rio de Janeiro no final do século XIX. Escritor, pioneiro do romance social no Brasil, durante toda sua trajetória esteve próximo a luta sindical e junto aos operários.

Foi também a partir da biblioteca e do acúmulo militante dos anos anteriores, que foi criada a primeira frente de militância da Federação Anarquista do Rio de Janeiro (fundada em 2003): nossa frente comunitária, que existe até hoje. A biblioteca foi o primeiro trabalho no que viria a se tornar o Centro de Cultura Social, em 2003.

Hoje, a biblioteca cumpre um papel silencioso, mas fundamental para a militância política e social. Por suas estantes, passam todos os sábados, estudantes, desempregados, professores, moradores do bairro, pesquisadores e militantes dos movimentos sociais mais variados. Por isso, comemorar os 10 anos da Biblioteca Social Fábio Luz de certa forma é comemorar também parte da história mais recente do anarquismo no Rio de Janeiro. É comemorar a luta, a organização e o avanço da militância popular e libertária neste estado, do qual, modestamente, acreditamos fazer parte e ter contribuído. É comemorar uma trajetória que se inspira no passado não para reproduzir sem crítica o que já foi, mas para recriar com dedicação e compromisso, as condições de fortalecimento do poder popular, rumo ao socialismo libertário!

Federação Anarquista do Rio de Janeiro