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[CAB] Opinião Anarquista – Em defesa dos Povos Originários e das Comunidades Camponesas! Pelo direito à Terra e ao Território!

Para começo de conversa…

Massacres nos campos fazem parte de uma política de extermínio dos povos originários que passa também pela institucionalidade burguesa com o estabelecimento de seus padrões de ser, pensar e agir. A negação da identidade de povos originários através do discurso institucional da “pureza indígena ou quilombola”, veiculado amplamente pela mídia burguesa, traduz o objetivo principal: a negação da terra e do território para esses povos. Nesta linha de raciocínio, se não existem “indígenas ou quilombolas puros” não há porque garantir seus territórios. Lembramos que o reconhecimento indígena ou quilombola passa pela autodeterminação destes povos, cabendo a institucionalidade tão somente garantir a demarcação de suas terras e a aplicação de políticas públicas de qualidade e que atendam a especificidade da população indígena e quilombola.

Por outro lado, vemos a paralisia da reforma agrária para sem terras, camponeses e camponesas, que é agravada no governo PT/PMDB. Resultado do aprofundamento do neoliberalismo no campo, assistimos o sucateamento e consequente desmonte de órgãos importantes para essa política: é o caso do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do INCRA. Paralelamente, são tocadas medidas que aceleram a chamada municipalização da reforma agrária no Governo Temer. Consistindo basicamente na transferência de competência da reforma para as prefeituras. Temos, então, duas consequências para agricultura camponesa no Brasil.  Uma é os assentamentos se degladiarem pelos parcos recursos que as prefeituras têm para esse tipo de atividade, sem contar o uso político que estas provavelmente farão. E outra é o rompimento com a unidade nacional, grande trunfo de movimentos camponeses como o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST) e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), na luta pela reforma agrária. Já que agora os Acampamentos e Assentamentos vão reivindicar das prefeituras e não mais do Governo Federal.

Seja pelos povos originários ou pelos camponeses a realidade do campo brasileiro não está fácil e pelo que parece tende a ficar pior. Vejamos…

Demarcação das Terras e o reconhecimento do Território Indígena e Quilombola.

A demarcação de terras indígenas e quilombolas seguem sendo ameaçada pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, que modifica o procedimento de demarcação destas terras trazido pela constituição federal e viola direitos adquiridos pelos povos originários.

Atualmente, depois de todo o procedimento administrativo, a demarcação da Terra Indígena deve ser homologada pelo executivo federal (Presidência da República). Com a PEC 215, esta competência é transferida para o Congresso Nacional. Isto significa que a demarcação das terras indígenas ficará nas mãos da bancada ruralista, latifundiários, senhores do agronegócio, os mesmos que promovem o extermínio de nossos povos no campo, os mesmos conservadores que veiculam o discurso de negação de identidade indígena e quilombola.

Além disso, a PEC amordaça os direitos dos povos originários quando define que o dia 5 de outubro de 1988, data em que a Constituição foi promulgada, como “marco temporal” para definir o que são as terras permanentemente ocupadas por indígenas. Isso quer dizer que as etnias que não ocupavam suas terras em 1988 não terão direito à demarcação. O que não leva em conta as etnias que foram expulsas e dispersas de suas terras por conta de conflitos fundiários e não conseguiram retornar (ou estão tentando retornar).

A PEC 215/2000 foi aprovada na comissão especial da demarcação das terras indígenas na Câmara dos Deputados, no ano passado, mesmo com protestos e pressão do movimento indígena, por 21 votos a zero. A votação é simbólica, pois são nessas “mãos” que a demarcação das terras dos povos originários ficará. Na prática, a aprovação da PEC paralisaria a demarcação ou a ampliação dos territórios, deixando o espaço livre – literalmente – para a exploração hidrelétrica, a mineração, a especulação imobiliária e o agronegócio.

É urgente nossa organização e luta contra a aprovação da PEC 215 e em defesa da demarcação de terra dos povos originários. Terra demarcada é vida garantida! O próximo passo é a votação no Plenário da Câmara, onde precisa ser aprovada por três quintos dos deputados, em dois turnos. Se aprovado, o texto segue para a votação em dois turnos no Senado. Propostas de Emenda à Constituição não passam pela presidência da república. Sabemos que apenas com a pressão e organização popular pode-se desfazer esta ameaça.

Com essas informações não queremos dizer que o cenário de demarcação anda bem. Pelo contrário, a vagarosidade em relação à demarcação de terras representa uma negação de existência aos povos originais, além de operar um aumento no número de conflitos no campo. No Ceará, um dos estados mais conservadores em relação à questão indígena tendo em vista que a história tradicional negou a presença indígena neste território, são 22 terras tradicionalmente ocupadas por indígenas, 14 etnias reconhecidas. E apenas um dos 14 povos reconhecidos está com o procedimento finalizado e dois com áreas demarcadas. E assim acontece em todo o território nacional: o não reconhecimento da etnia, a não demarcação de terras e a não proteção de direitos.

Este quadro se agrava com o desmantelamento e sucateamento de órgãos criados para auxiliar a demarcação de terras e a proteção de direitos indígenas e quilombolas. A exemplo do que acontece com a FUNAI e o INCRA que sofrem constantemente com o baixo número de servidores, a falta de concursos públicos para provimento de cargos, o autoritarismo interno e o corte de investimentos, gerando precarização do trabalho oferecido às políticas indigenistas e de serviços ao povo quilombola.

Com o atual governo do PMDB vivenciamos um processo acelerado de ataques contra os direitos indígenas e dos povos originais em favor dos interesses do capital nacional e internacional, de ruralistas e latifundiários. Mas é importante lembrarmos que o cenário também é fruto das políticas de direita do governo do PT, que apoiou e foi conivente com a lógica do agronegócio. Seja estimulando uma cultura empresarial e pragmática para a construção de uma classe média do campo, seja desmontando as políticas de manutenção da agricultura camponesa e estagnando a demarcação de terras indígenas e quilombolas. Ou ainda, com a política neodesenvolvimentista e de rolo compressor com mega obras e empreendimentos, degradando ambientes, passando por cima de comunidades e expulsando muitos povos de seus territórios, como o exemplo da usina hidrelétrica de Belo Monte. Em ambos os governos, PT e PMDB, a violência do Estado se fez, e se faz, presente contra os povos indígenas e quilombolas.

Políticas Públicas Indigenistas

A saúde indígena atualmente é gerida pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, que são de responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Teoricamente,  estes distritos deveriam ser delimitados por critérios que atendessem à especificidade indígena de cada local. No entanto, o que acontece, pela falta de planejamento e da negação identitária, é a disponibilização de políticas públicas de saúde de um único formato, tanto para terras indígenas que se localizam em lugares úmidos quanto para secos. Isso gera um atendimento de péssima qualidade, quando há, pois nem todas as terras indígenas têm Distritos Sanitários! O controle deveria ser feito pelos Conselhos Indígenas de Saúde com participação direta dos indígenas. No plano da Assistência Social deveriam ser implantados CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) em terras indígenas de acordo com suas cosmologias. No entanto, o que se percebe é o sucateamento e a precarização destes órgãos, enquanto chovem notícias de desvio de verba e corrupção por parte de gestores alheios à luta indígena. Assim, a relação entre os povos indígenas e esses gestores é tensa, principalmente devido à gestão e à aplicação de recursos.

Em relação à educação indígena, também vivemos uma difícil implantação, devido à falta de vontade política, pois a classe dominante não aceita a existência indígena, de suas terras e que suas tradições devam ser respeitadas. Na realidade, vemos um processo de violência cultural, ou o que chamam de “política de integração indígena”, forçando-os à convivência com não-indígenas, negando as escolas e a educação, modos, ritmos de vida indígena, assim como a língua materna e seus rituais. Tais políticas acenam claramente para a intensificação do genocídio e etnocídio instaurados desde a chegada do colonizador.

E a luta pela terra da agricultura familiar e camponesa…

Vemos a completa paralisia da reforma agrária no país. A luta pela terra continua, porém o Governo Temer é surdo para os movimentos sociais no campo. A redistribuição das terras e a instalação dos territórios da reforma agrária vêm sofrendo uma nova ofensiva. No lugar de uma política de reforma agrária ampla, pública, participativa e radical vemos a tentativa do Governo de privatizar o acesso à terra e transferir a distribuição dos títulos de domínio de terra do INCRA para as prefeituras. Esse é o novo conteúdo da política fundiária lançada no dia 22 de outubro.

No que se refere aos assentamentos já instalados, os agricultores sofrem com terras que foram impactadas pelas monoculturas ou pastos, encontram e têm que lidar com um solo compactado decorrente do uso de maquinário pesado e do pisoteamento de gado, com falta de nutrientes, e contaminado pelo uso de venenos e agroquímicos durante muito tempo. Tudo isso faz demorar ainda mais o processo de recuperação ambiental para que possam produzir alimentos saudáveis e conseguir acesso a uma renda digna. Por isso é importante um órgão que preste os serviços necessários para que eles possam ter as condições de trabalho e permanência na terra a longo prazo, como assistência técnica e extensão rural, tão importantes quanto as políticas voltadas para a comercialização, transporte e escoamentos de alimentos.

Mas hoje, o principal órgão que ajudaria no cumprimento destas demandas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), vem sofrendo um processo de precarização e desmonte. Um órgão que foi fruto de muita luta e organização dos movimentos sociais do campo, que desde 2000 cumpria um papel importante na implementação das (poucas) políticas públicas para a agricultura familiar e camponesa, mas que também privilegiava mais o agronegócio do que os povos indígenas, quilombolas, pequenos e pequenas agricultoras e sem terras. E que no governo Temer deixa de ser ministério e vira Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. Esta segue sob o braço do Ministério da Casa Civil, comandado hoje por Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministério mais próximo do Presidente da República. Padilha e Temer (PMDB), alinhados à bancada ruralista, farão o que for necessário para defender o agronegócio brasileiro, o maior inimigo dos povos do campo, da floresta e mares e para acabar com as políticas públicas como, PRONAF, PAA, PNAE, PLANAPO etc.

E enquanto a agricultura familiar e camponesa produz cerca de 70% da nossa alimentação do dia a dia, o agronegócio tem sua produção voltada para poucas culturas, como a soja, o pinus, a cana-de-açúcar, o café e o dendê, sem falar da pecuária, tudo isso para liderar as exportações na balança comercial brasileira. No primeiro semestre de 2016, o agronegócio teve superávit, com as exportações de apenas cinco produtos, ultrapassando as importações em US$ 38,91 bilhões. Estes produtos são: o complexo da soja, carnes, produtos florestais, setor sucroalcooleiro e cereais, farinhas e preparações. Segundo o governo, foi o melhor resultado do agronegócio brasileiro, desde a série histórica iniciada em 1997 . Segundo o IBGE, na Safra de 2016, que correspondeu a 57,6 milhões de hectares de terras plantadas, o arroz, milho e soja constituem cerca de 87,5% dessa área, ou seja, são em torno de 50 milhões de hectares para produzir apenas três produtos que serão em sua maioria exportados! O capital derruba a floresta nativa, expulsa os povos originários e camponeses destas terras para produzir commodities, mercadorias para a exportação e assim fazer o Brasil reproduzir ainda mais o papel que sempre cumpriu no cenário político-econômico internacional, o de explorar e oprimir o seu próprio povo em defesa dos interesses das grandes potências econômicas imperialistas. Ou mesmo praticar o sub imperialismo com monoculturas de soja e algodão no continente africano.

A CAB se posicionando no/na front-eira: necessidade de união entre a luta pela terra e a luta pelo território

A Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) afirma seu compromisso ombro a ombro com a luta e a organização dos povos originários e camponeses em defesa de seus territórios, de suas tradições e de políticas públicas que garantam um desenvolvimento de vida saudável. Reiteramos que do Estado, através de seus poderes (executivo, legislativo e judiciário), só podemos esperar violências e opressões, que aliadas à exploração capitalista, amordaçam nossas vidas. Assim, seguiremos firmes em nossas lutas sempre tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e de espaços de poder popular desde baixo e à esquerda. Para isso é fundamental a construção de organismos de luta social e movimentos que atuem com base na autonomia e na democracia direta, onde os sujeitos tenham protagonismo na escolha e condução das pautas e nas tomadas de decisão. Com luta e organização popular na busca de um mundo onde caibam muitos mundos, como diriam nossos/as companheiros/as zapatistas!

Contra a PEC 215! Em defesa dos povos originários!

Terra demarcada, vida garantida!

Pelo direito ao Território Autônomo e Horizontal!

cab

[FARJ] Libera #166

Retirado de: https://anarquismorj.wordpress.com/2015/12/19/libera-166/

O ano acabou? Para a luta e o anarquismo não! Saiu o último número do ano do nosso jornal, o Libera, de número 166. Firme e forte na divulgação de um programa anarquista para as lutas e na propaganda da nossa ideologia nas luta de classes! Nesta edição, o editorial traz uma análise sobre o  “Avanço conservador e o papel do Estado”. Também há um relato e análise do congresso nacional do MPA e a necessidade de construir uma intervenção independente e autônoma nos movimentos camponeses. Temos também um texto teórico sobre a contribuição de Bakunin ao debate da organização política anarquista. do militante anarquista e um relato sobre a luta de base nos Correios.  O Libera também conta com o famoso Bar-Restaurante Lixo da História que ganhou dois novos integrantes e relatos de atividades que nossa organização se envolveu.

Recomendamos também que leiam a análise da CAB, lançada após a impressão do Libera sobre a polarização governismo x impeachment em seu site.

Você pode conseguir o Libera fisicamente com nossos militantes e apoiadores e na Biblioteca Social Fábio Luz. Caso deseje receber um número grande para distribuir, entre em contato conosco.
O Libera #166 pode ser baixado clicando na figura abaixo ou aqui.

Errata: Onde se lê no editorial na página 2 “Mas ele nuca (sic) foi” ler “Mas ele não é”.

libera-166

[FARJ]10 anos da Federação Anarquista do Rio de Janeiro

Retirado de : http://anarquismorj.wordpress.com/2013/09/05/aniversario-de-10-anos-da-farj/ e http://anarquismorj.wordpress.com/2013/09/05/saudacoes-aos-10-anos-da-farj/

 

No dia 30 de agosto de 2013, a FARJ comemorou seus 10 anos de existência e de luta. Uma pequena e modesta atividade/comemoração foi realizada com a participação de nossa militância, compas próximos/as e convidados/as para marcar este importante dia para nossa organização. Saudações foram enviadas por diversas organizações e lidas no evento, juntamente com a poesia “A Volta”, de Gigi Damiani.

Durante o evento, a FARJ também homenageou o anarquista Adélcio Copelli, de 85 anos, remanescente da geração de anarquistas da década de 50 no Rio e que mantém sua coerência com a ideologia até os dias de hoje. Copelli contribuiu com a luta anarquista militando ao lado de José Oiticica e contribuindo com o periódico Ação Direta.

Seguimos na luta, com o punho alto na construção do poder popular rumo a uma sociedade socialista libertária.

Viva a anarquia!
Viva a CAB!
Viva a FARJ!

bandeira

Discurso da Federação Anarquista do Rio de Janeiro por ocasião de seus 10 anos

Irmãs e Irmãos de ideal. Companheiros e companheiras de luta.

Hoje nos reunimos para comemorar uma data importante para nossa organização e em grande medida, também para o anarquismo no Rio de Janeiro. Com a certeza de que há muito mais a se fazer e alimentando a persistência necessária para as batalhas do futuro. Há exatos dez anos fundávamos a Federação Anarquista do Rio de Janeiro, filha de parte do acúmulo histórico que o anarquismo colheu no seio da luta dos trabalhadores desde a sua chegada e trajetória nessa terra que chamam Brasil. Herdeira de uma tradição libertária de socialismo, nossa organização não poderia ignorar aqueles que nos precederam e que hoje tomamos como inspiração. Fazemos isso para reconhecer com a humildade devida, que as pedras que hoje pisamos foram esculpidas com o suor, o esforço e a persistência dos/as militantes que em outros períodos choraram, sorriram e lutaram, assim como nós. Fazemos esta justa homenagem e começamos por lembrar aqueles que já se foram, não para alimentar uma simples nostalgia, mas por reafirmar em nossos corações, que essas pedras que hoje parecem naturais e suportam o peso de nossa trajetória, são para nós parte integrante da nossa história.

Foi nesta terra quente e cheia de desigualdades que nossa ideologia floresceu. O terreno já tinha sido preparado muitos e muitos anos atrás, pela luta negra e livre dos quilombos, pela resistência indígena aos opressores, pela luta do povo pobre e de todos aqueles que ousaram sonhar; e assim o caminho, sempre cheio de armadilhas e desvios, era aberto com a vontade de transformar radicalmente essa sociedade. E não esqueceremos o esforço abnegado de centenas de anônimos e anônimas, de militantes e sindicalistas revolucionários abnegados, tal como Domingos Passos, operário da construção civil, anarquista, negro. Deportado inúmeras vezes, mandando para morrer nas terras mais ermas, perseguido e preso pelos opressores de ontem, Passos jamais deixou de sonhar, como nós, aqui, seguindo seu exemplo, fazemos. E não nos esquecemos de Ideal Peres, que se hoje estivesse vivo, comemoraria conosco os 10 anos da federação. Membro da Juventude Anarquista do Rio de Janeiro (JARJ) na década de 40, filho de um sapateiro anarquista, militou nas décadas seguintes, de 50, 60, 70, 80 e 90, Ideal Peres jamais esmoreceu. A FARJ saúda seu esforço e exemplo, assim como agradece imensamente seu trabalho paciente e silencioso que pavimentou o caminho até aqui.

Não nos esquecemos também dos milhares de rebeldes e libertários/as anônimos e anônimas, assassinados lenta ou dolorosamente pelo capitalismo e seus cúmplices, que se hoje estivessem conosco, também reafirmariam seu compromisso com a luta popular e a revolução social libertária.

Nossos sonhos e corações são movidos pela esperança de construir uma sociedade socialista e libertária. Uma sociedade sem opressores e oprimidos/as e um mundo onde caibam vários mundos. E construímos este mundo desde já. No campo e na cidade, modestamente damos nossa parte às lutas. Não esperamos a utopia chegar a cavalo, porque a utopia precisa ser alcançada e sem organização e luta, o horizonte fica cada vez mais distante. Lutar é vencer, já dizia o poeta.

Foi do esforço de muitos companheiros e companheiras, não apenas nós, anarquistas, que construímos essas ferramentas de luta, imprescindíveis para a caminhada até o socialismo e a liberdade. É preciso falar delas, pois são apenas com essas ferramentas, com esses organismos populares que uma sociedade libertária será possível. E nos esforçamos desde a nossa fundação a construí-las coletivamente com outros companheiros/as.

Em 2003 construímos e continuamos a construir, nessa casa que ocupamos aqui, o Centro de Cultura Social. Em 2003, na época da fundação da FARJ e nos anos que se seguiram, cerramos fileiras também nas ocupações urbanas Vila da Conquista, Nelson Faria Marinho, Poeta Xynaíba, Guerreiros do 510 entre muitas outras onde militamos ativamente. Construímos nesse mesmo período nas ocupações e com outros companheiros/as de luta, a Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST), movimento social de luta pela moradia e pela reforma urbana. Das sementes da luta no campo, estivemos e estamos ombro a ombro com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) contra o agronegócio, o latifúndio e o capitalismo rural. E hoje, atuamos construindo com outros companheiros e companheiras a luta comunitária e popular com o Movimento dos Trabalhadores Desempregados Pela Base (MTD Pela Base). Ainda caberia ressaltar a presença de nossa militância na tendência de luta Organização Popular (OP), representada por irmãos de ideal presentes aqui hoje, que tocam luta sindical, agrária, estudantil e comunitária e na Associação dos Produtores Autônomos do Campo e da Cidade (APAC).

Hoje, nesses dez anos da FARJ sabemos que há muitas pedras para serem colocadas no edifício libertário. Sabemos que não há fórmulas mágicas, nem receitas de bolo aplicáveis a qualquer lugar e período, mas que a certeza do ideal é feita nas práticas de luta e organização popular, enraizadas no nosso cotidiano.

Seguimos, com um posto na luta e reafirmando nosso compromisso com o socialismo libertário e a revolução social. Com a memória dos que já se foram e a experiência de luta iluminando nosso caminho, seguimos com o punho cerrado.

Viva a FARJ!
Viva a CAB!
Viva a Anarquia!

A Volta – Gigi Damiani (tradução de Valerio Salvio)

Velhos, mas duros de morrer, voltamos
como partimos. – Não mudamos nada –
diremos aos que vimos pela estrada.
E ajuntaremos: Meu irmão, cá estamos junto
a ti e para o bom trabalho;
nossa fé temperada pelo malho
do exílio duro, descansar desdenha.

O mundo escravo despertou agora
depois de fundo sôno, e, à nova aurora,
o interrompido afã recomeçamos.

O velho amigo, abaixando a fronte
responderá que o furacão sem brida
por vinte anos rugiu na Europa mesta,
que toda a nossa obra foi perdida
e de quanto fizemos nada resta.

Replicaremos: – Não temer, passada
é para nós a trágica jornada,
a tirania céga já não reina.

Tudo tombou? Ergamos novamente.
Vê o caipira: a terra devastada,
queimado o milharal, morta a semente,
que importa? Assim que o furacão amaina,
êle volta depressa para a faina.
Ajunta as pedras sôltas, como se elas fossem de ouro e,
tomando-as uma a uma, põe-se a reconstruir tôda a tápera.
Afôfa a terra com as mãos, apruma
as cercas, cava o poço, destorroa
o chão vidrado, planta, trata, espera.
Recompõe a tarimba, os filhos cria,
sabendo embora, que outra guerra, um dia,
uma noite, há-de vir para levá-los…

Não desesperes, não demonstres ira.
Nós passaremos todos, mas o povo
renasce. Faze, pois como o caipira
sábio, que sabe começar de novo.

Companheiros! Enxadas sôbres os ombros,
voltemos, que aí vem a primavera.
Nossa missão é remover escombros,
é destocar, é arar, é semear,
que a mocidade nosso exemplo espera!

Durante o furacão, a bicharada
dispersa-se: o termita no cupim,
a saúva no olheiro. Céssa a lida.
Mas quando o sol ressurge e a luz dourada
bate na terra, volta a bicharada;
por entre os mortos recomeça A Vida.

A Vida não deserta, não descura
sua obra de eterna construção,
seja nos picos de perene alvura,
ou entre as coisas ínfimas do chão.

Plantações e consciências abrem flôres
para quem as cultiva com trabalho,
não há parto que não conheça dôres;
não há treva que não fuja de espanto
ao sol, nem gota trêmula de orvalho
que não seja, também gota de pranto…

Tudo é luta; nada se perde, nada;
o êrro na experiência se compraz.

Refaçamos a terra devastada;
Olhando só pra frente, não prá traz.

– A cruz da servidão seja partida –
diga-se a quem ela curvou a espinha;
e a quem a vã espera em si amarra
uma vontade, diga-se: Ergue-te e caminha…

Mas não se diga nunca: A estrada é incerta
a quem de moço ardores já não sente.
Ferido, o veterano vai prá frente,
tomba no campo, morre. E não deserta!

Saudações aos 10 Anos da FARJ

Há dez anos, em 30 de agosto de 2003, a Federação Anarquista do Rio de Janeiro foi fundada por militantes que tinham um mesmo objetivo: multiplicar forças na construção da revolução social e do socialismo libertário. Abaixo, uma compilação das mensagens de saudação recebidas para a comemoração do aniversário de 10 anos da FARJ, enviadas por diversas organizações anarquistas nacionais e internacionais.

Saudação Campista aos 10 anos da FARJ

A Aurora Anarquista já pode ser notada nas terras Goytacaz. Resgatemos nesse solo o fruto cultivado na luta de Amaro, irmãs Marthis, Zenon, Djalma e os “carteiros livres”. Somos signatários de Ideal! Somos “Cabruncos Libertários”, sonhadores e de garra, combatentes do populismo dos políticos, e da violência contra os camponeses. Militantes que mantém firme a memória de nossos mártires.

Viva o Poder Popular!
Vida longa a FARJ!

Que o vôo do Tiê-sangue se amplie além do território de Guanabara, pois seu canto já ecoa, alcançando a restinga, serras e brejos!

Fazemos votos de futuras ninhadas!
Saudações do Norte Fluminense! Tremem os Tabuleiros!!!
Saúde e Anarquia!

CELIP – Campos dos Goytacazes

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Saudação da Organização Anarquista Socialismo Libertário (OASL)

Companheiras e companheiros da Federação Anarquista do Rio de Janeiro!

Gostaríamos de saudar essa data tão importante com uma mensagem de nossa organização.

Esse aniversário de 10 anos é, para nós, da maior importância. Como vocês bem sabem, a FARJ está nas próprias origens da OASL e seu aporte foi fundamental para a consolidação de nossa organização em São Paulo. Contamos com a participação da FARJ nos dois encontros que precederam a fundação da da OASL, em 2008 e 2009, e foi fundamental para a militância paulista ter esse contato mais próximo com o que a experiência da FARJ no Rio de Janeiro.

Nesses 10 anos, sabemos que tudo foi construído com muito esforço e bastante dedicação. A nosso ver, foi imprescindível que a FARJ se consolidasse no Rio de Janeiro, como resultado do processo organizativo precedente iniciado por compas de outras gerações. A proposta do especifismo, aprofundada ao longo dos anos, em meio aos muitos trabalhos que a FARJ veio desenvolvendo, tornou-se um referencial central e inspirou a criação de organização com a mesma proposta no Ceará, em Pernambuco, em Santa Catarina e em Curitiba. E, em São Paulo, isso não foi diferente.

Temos aprendido muito com a militância da FARJ e com as experiências que têm sido levadas a cabo pela militância carioca. Se há um aspecto que deve ser destacado nesse aprendizado é a ética anarquista, bandeira de primeira ordem que está nas próprias raízes da FARJ e que subsidia uma construção orgânica responsável e coerente com nossa proposta política. Num momento em que a esquerda hipoteca princípios em torno do pragmatismo, que o socialismo autoritário continua a repetir as mesmas propostas sem qualquer impacto relevante, são os anarquistas que têm levantado bandeiras coerentes e adequadas ao mundo presente. Têm buscado conciliar as lutas de curto prazo com a perspectiva revolucionária, os princípios com a estratégia, a organização política com o movimento popular no seio das lutas contemporâneas.

Um elemento apropriado pela nossa militância tem relação com o que disse Ideal Peres, quando afirmou: “Um sujeito que tem uma Ética Libertária sabe por que está lutando e consegue explicar os motivos ideológicos da luta, tem compromissos e autodisciplina para levar a cabo as tarefas assumidas”. Isso, compas, pelo que temos presenciado, é um valor que tem sido incorporado por toda a militância farjiana. Temos impressão de que os compromissos estabelecidos em 2003 vêm sendo cumpridos de maneira exemplar.

Se o anarquismo especifista está onde está em 2013, com presença em praticamente 10 estados brasileiros na Coordenação Anarquista Brasileira, se ele possui força relevante nas lutas sociais, isso se deve, em muitos aspectos, ao trabalho empreendido pela FARJ e pela inspiração que ela motivou em inúmeras companheiras e companheiros de ideal.

Que venham mais 10, mais 20, mais 50, mais 100!
Ética, compromisso, liberdade!

Organização Anarquista Socialismo Libertário (OASL)

São Paulo, 2013

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Saudações aos companheiros da Federação Anarquista do Rio de Janeiro pelos 10 anos de Luta, Resistência, Anarquismo Organizado e Social! – Rusga Libertária

“…O caminho da vida social leva à maneira mais racional organizá-la, de acordo com indicações, condições, necessidades, exigências mais ou menos apaixonadas da própria vida. Este é o amplo caminho do povo, o caminho da emancipação real, mais completa e acessível a todos, e, portanto, popular. O caminho da revolução anarquista é traçado pelo próprio povo.”

Bakunin

30 de agosto de 2003, estava chegando há 1 ano da existência do Fórum do Anarquismo Organizado e junto o surgimento da Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ). Dez anos se passaram, uma década de existência carregada de compromisso com a luta social e a construção de um povo forte. Companheiras e Companheiros que temos ombro a ombro na peleia federalista, especifista, classista e combativa.

Nós, militantes da Rusga Libertária, queremos demonstrar com essa saudação nossa alegria pelo empenho e esforço de cada companheiro e companheira que anima a nossa luta em terras mato-grossenses, tocando no importante papel da internacionalização, no rompimento das fronteiras, na união, no apoio mútuo e na solidariedade de classe buscando construir, com honestidade e responsabilidade, o Poder Popular e o Socialismo Libertário! Mesmo que por vezes tentem nos calar, seja em qual canto que atuamos juntamente através da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB), sabemos que seremos sempre fortes e unidos.

Com isso saudamos as companheiras e companheiros, homens e mulheres que se organizam naFederação Anarquista do Rio de Janeiro, por se colocarem na luta e resistência impressa em 10 ano de organização. Herdeiros dos lutadores que morreram durante todo desenrolar do século XX, lutando, organizando e demonstrando que o Anarquismo é Organizado, Social, Combativo e Classista!

Essa é a pequena e sincera saudação dos companheiros aqui de Cuiabá.

Pelo Anarquismo Organizado e Combativo!
Pela Construção de um Povo Forte!
Pela Luta Popular e Organizada: Lutar, Criar, Poder Popular!
Federação Anarquista do Rio de Janeiro? PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE. SEMPRE!
Arriba Lxs Que Luchan Carajo!

Rusga Libertária – MT
CAB – Coordenação Anarquista Brasileira
Cuiabá/MT, 30 de agosto de 2013.

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Saudação aos 10 anos da FARJ – Organização Resistência Libertária

A Organização Resistência Libertária saúda e comemora no dia de hoje os 10 anos da Federação Anarquista do Rio de Janeiro. Durante todos esses anos, a FARJ tem contribuído decisivamente para o fortalecimento do Anarquismo no Brasil e no mundo. Nós mesmos, somos frutos dos esforços dos vossos companheiros. Neste momento, a ORL reitera a irmandade construída ao longo de todos esses anos, e dá vivas pela comemoração dessa grande caminhada, cientes da importância de vossa militância para a construção de um mundo novo, do socialismo libertário. Viva a FARJ! Viva a Anarquia!

Organização Resistência Libertária,
Fortaleza, 30 de agosto de 2013.

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Saudação 10 anos da FARJ – Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC)

É com muita satisfação e alegria que o Coletivo Anarquista Luta de Classe saúda os 10 anos da Federação Anarquista do Rio de Janeiro. Primeiramente esperamos que tal organização irmã, possa seguir em sua luta por uma sociedade justa, socialista e libertária, afinal como os próprios compas da FARJ afirmam não exigem mais que um posto na luta dos explorad@s! Cabe destacar que para nós do CALC, tal evento tem especial significado, podemos afirmar que somos parte desta história de luta e organização, pois sem o esforço, apoio e confiança da FARJ e seus militantes o especifismo nunca teria germinado no Estado do Paraná. Foram a FARJ e seus militantes que apostaram na militância local e que deram todo o apoio para a formação de nosso coletivo (organização especifica local que atualmente compõem a CAB).

Nesse sentido não somente nos espelhamos e inspiramos na vigorosa militância da FARJ, como somos frutos de seu labor militante. Vida longa a FARJ, afinal sabemos que serão mais muitos de enfrentamento ao capital, seu Estado e suas mazelas, fica a certeza que nos encontraremos nas trincheiras da luta junto aos compas da FARJ!

Viva a FARJ!
Viva a CAB!

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Saudações do Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares (CAZP) à Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ) em comemoração aos seus 10 anos de existência

“Organizar as forças do povo para realizar tal revolução social, é o único fim daqueles que desejam sinceramente a liberdade”

(Bakunin).

Fundada em 30 de agosto de 2003, a Federação Anarquista do Rio de Janeiro completa 10 anos de existência e lutas no cenário carioca. Nós, os irmãos alagoanos do Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares, vimos saudá-los nesta data histórica.

Compreendemos que as lutas sempre são mais duras, as vitórias mais sofridas para os que defendem o socialismo libertário. Mais que isso, fazer com que o socialismo libertário se mantenha como uma opção de militância classista, que se pauta na ação direta e no poder popular, dentre as concepções políticas existentes em nossa sociedade não é tarefa fácil.

Mas temos plena consciência que a FARJ trilha um caminho de defesa ininterrupta do anarquismo especifista, mostrando que a prática militante deve ser feita em nossos locais de moradia, de trabalho e de estudo e que essa prática deve ser coerente com nossos princípios ideológicos.

Parabenizamos pela manutenção do espírito anarquista sempre vivo e combativo, ao longo destes 10 anos. Espírito esse que se transforma em militância social organizada, na busca por uma sociedade equânime, justa e livre. Desejamos que os herdeiros de Ideal Perez se mantenham retos e perenes no caminho do socialismo libertário e que possamos comemorar diversos outros aniversários em luta e solidariedade.

Pelo Socialismo Libertário!
Que a noite escura passe e o amanhecer surja transformado!
Viva a Federação Anarquista do Rio de Janeiro!

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À Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ) – Federação Anarquista Gaúcha (FAG)

É com muito orgulho que nós da Federação Anarquista Gaúcha saudamos os 10 anos da FARJ. Sabemos também que essa data corresponde a uma construção que envolveu anarquistas cariocas e gaúchos muito antes deste novo século.

Afinal, vem desde os anos 80 as relações dessa geração de militantes que peleavam no Brasil pela necessidade de organização dos anarquistas. E foi no curso dessa articulação que foi fundada a FAG em 18 de novembro de 1995, justamente na mesma data da insurreição anarquista ocorrida no Rio de Janeiro em 1918.

Esses fatos não são somente uma coincidência histórica. Pertencemos à corrente libertária do socialismo e a nossa ideologia atravessa o tempo histórico ganhando materialidade nas distintas gerações de militantes anarquistas que lutam por um mundo novo. Nossos vínculos com os fundadores se dão por uma tradição de organização que é incorporada nas práticas políticas cotidianas de nossa militância. Aprendemos com os erros e acertos na dedicação e entrega às lutas das classes oprimidas. Somos parte também do povo brasileiro e latino-americano que busca formas de resistência aos mais de 500 anos de dominação em nosso continente.

As nossas organizações políticas específicas anarquistas foram se constituindo e consolidando também pelas relações de carne e osso com aqueles companheiros e organizações que são um importante referente nessa trajetória. Queremos fazer referência aqui ao companheiro Ideal Peres e à Federação Anarquista Uruguaia. No Brasil e na América Latina, respectivamente, o convívio com ambos é o elo da atual geração de militantes com o anarquismo que enfrentou à ditadura militar, que contribuiu com a formação do movimento operário, que conviveu com os velhos combatentes que lutaram na Revolução Espanhola e compuseram as lutas na Bacia do Prata, sendo essas últimas o resultado da experiência da Internacional dos Trabalhadores e vinculadas a tradição de organização concebida por Bakunin e Malatesta.

Esses são os referentes que trazemos até os dias de hoje e não é com diferente empenho que a nossa geração de militantes fundou a Coordenação Anarquista Brasileira em julho de 2012 no Rio de Janeiro. Para além dos nove estados coordenados, contamos com a solidariedade de organizações anarquistas de outros lugares do Brasil e do mundo.

Reconhecemos também que foi de suma importância a retomada das relações entre FAG e FARJ num processo de reaproximação que ocorreu há cerca de 5 anos. Como sinal de maturidade política, devemos reconhecer os erros e acertos para fortalecer acima de tudo a organização política anarquista como um fermento e motor na construção de um povo forte.

Na atual conjuntura nacional, é com modéstia, mas com incansável esforço que a Coordenação Anarquista Brasileira tem se somado às mobilizações nesse país para potencializar a força das ruas ombro a ombro com aqueles que lutam por uma vida digna. É nas lutas em defesa de um transporte 100% público. É nos piquetes, paralisações e greves do sindicalismo independente dos governos, partidos e patrões. É na resistência dos pobres

do campo e da floresta pelos direitos dos indígenas, quilombolas e camponeses. É com a ação direta e organização de base que avança o Poder Popular capaz de mudar a injusta realidade e colocar em xeque o pacto social neodesenvolvimentista que engorda as classes dominantes à custa de migalhas e da opressão cotidiana do povo brasileiro.

Fazemos a memória aos nossos irmãos e irmãs de classe que foram assassinados brutalmente nesse período: Amarildo, Elton Brum e Tati, presentes! Quem morre lutando vive e nasce em cada companheiro (a)!

– Viva a Federação Anarquista do Rio de Janeiro!
– Viva a Coordenação Anarquista Brasileira!
– Não tá morto quem peleia!

Federação Anarquista Gaúcha
30 de Agosto de 2013

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Saudação aos 10 anos da Federação Anarquista do Rio de Janeiro – Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA)

Belo Horizonte, Minas Gerais
29 de agosto de 2013

Camaradas de luta anarquista,

É com muito entusiasmo e alegria que o COMPA saúda os 10 anos de vida e luta da Federação Anarquista do Rio de Janeiro.

Em verdade foram décadas de acúmulo, esforço e dedicação de uma militância anarquista na capital fluminense que se resultaram em sua fundação no dia 20 de agosto de 2003. Fruto de um resgate fundamental do anarquismo de luta de classes de Ideal Peres, Fábio Luz, José Oiticica e outr@s companheir@s, a FARJ hoje tem uma importância elementar na história do anarquismo do Brasil, desde seus primeiros passos nos primeiros anos de sua fundação, passando por seu constante amadurecimento político e estratégico que se consolidaram em seu Primeiro Congresso, até os atuais avanços históricos para o anarquismo em seu estado e no Brasil, com o fortalecimento do Fórum do Anarquismo Organizado e a fundação da Coordenação Anarquista Brasileira.

Sem o comprometimento e a responsabilidade histórica com o anarquismo nos quais sua militância se estabelece, muitas dessas conquistas talvez estariam mais distantes de serem alcançadas. A FARJ carrega em sua identidade a seriedade, ética e humildade que traduzem primorosamente os princípios do anarquismo e que lhe dão a coerência necessária para caminhar punho ao alto no caminho da luta popular, braços dados às demais lutadoras e lutadores do povo, entre os quais ela se constrói, se fundamenta e se faz legítima, sempre pela base, em direção ao Socialismo Libertário.

A FARJ ocupa ainda uma posição mais importante para o COMPA. O surgimento do debate em Belo Horizonte em torno da organização anarquista e do especifismo se deu por uma admiração, proximidade e inspiração política na FARJ e em sua rica contribuição teórica para o anarquismo. Além de sua militância social e de sua influência anarquista nas lutas da cidade do Rio de Janeiro, sua importância para o anarquismo a nível nacional se faz na construção do anarquismo organizado na CAB e no que ela representa para as demais organizações que estão começando a se construir.

Portanto, saudamos com muita estima o décimo aniversário da FARJ, prestando estas humildes homenagens à nossa companheira de luta e à sua dedicação ímpar em construir o anarquismo e lutar pelo Socialismo Libertário.

Liberdade, Vida e muita Garra ao Tiê-Sangue do Anarquismo!
Que ele alce voos altos e gloriosos rumo ao horizonte que se desmancha na Alvorada da Revolução Social!
Anarquismo é Luta!

COMPA – Coletivo Mineiro Popular Anarquista

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Saudação do Coletivo Anarquista Bandeira Negra ao aniversário de 10 anos da Federação Anarquista do Rio de Janeiro

(…) o que existe é o aqui e agora, a luta constante de indivíduos e grupos para crescer e serem livres. O anarquismo está além do bem-querer ao próximo e fazer as coisas com tesão, e é a atitude e o compromisso, tudo feito com ética e vontade.”
(Ideal Peres)

Companheiras e companheiros,

É com enorme satisfação e entusiasmo que enviamos nossas saudações às/aos camaradas de luta e ideologia da Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ), em razão do décimo aniversário da organização, comemorado no dia 30 de Agosto de 2003.

Reconhecemos na FARJ um exemplo de organização baseada na ética, no compromisso e na disciplina libertárias, cuja trajetória histórica e política nos tem sido valiosa desde antes da fundação de nosso coletivo, constituindo influência fundamental à nossa militância.

Não foram pequenos os desafios enfrentados pelos companheiros nestes intensos dez anos de organização e dedicação ao anarquismo, decisivos no grande esforço de recolocar nossa ideologia no seio das classes oprimidas em combate contra a exploração e a dominação, na construção “aqui e agora” da “luta constante de indivíduos e grupos para crescer e serem livres”, rumo a uma sociedade socialista e libertária.

Somos conscientes que temos ainda um longo e tortuoso caminho a trilhar nesta batalha que nos impõe sacrifícios, mas é inegável que temos humildemente avançado em nossos objetivos, calcados na ação direta e na construção do poder popular. Renovamos nossa disposição de estar, ombro a ombro, junto aos camaradas da FARJ, solidários enquanto irmãos de classe na luta contra o capitalismo.

 Ética! Compromisso! Liberdade!
 Pelo Socialismo Libertário!
 Vida longa à Federação Anarquista do Rio de Janeiro!
 Coletivo Anarquista Bandeira Negra

 Santa Catarina, 30 de Agosto de 2013.

fau

Saudação da federação Anarquista uruguaia (fAu)

Compañeros y Compañeras de la FARJ.

Desde Uruguay queremos dejarles un abrazo fuerte y libertario en el marco de estos primeros 10 años de su organización, con quienes venimos transitando un buen tiempo en este camino de prácticas libertarias. Son años compartidos de antes del FAO y la CAB aunque allí se halla materializado buena parte de las propuestas que nos han integrado.

Pero han sido también tiempos de luchas y en las luchas. Y es porque el anarquismo no puede estar ajeno a ellas, tanto participando como produciendolas. Practicándolas y poniéndolas en el seno de sus debates e intercambios. Sería alejarnos, negar nuestra rica historia como corriente de pensamiento y en tanto ello acción. Estamos en la búsqueda que practica, en la resistencia que crea, y en el pensamiento que es pulso de nuestras

motivaciones. Somos de aquella historia que se escribe con los puños y dientes apretados.

Arriba la FARJ.
Arriba la CAB.
Arriba el Anarquismo Organizado.
Arriba los que luchan!!!!

federación Anarquista uruguaya.

 zabalaza

À Federação Anarquista do Rio de Janeiro – Saudações do Aniversário da FARJ (10 anos) – Frente Anarquista Comunista Zabalaza

Caros companheiros e companheiras da FARJ

É com grande honra que nós os saudamos em seu décimo aniversário e em comemoração de dez anos de compromisso militante na árdua tarefa da construção do poder popular rumo ao socialismo libertário, à anarquia.

Como uma organização que também recentemente completou seu décimo aniversário, conhecemos bem o quanto sacrifício e esforço deve ter sido não só em manter a FARJ viva, mas no crescimento tanto dos seus números quanto no trabalho e inserção social. Sabemos que, mesmo em uma democracia, a construção e manutenção de uma organização política anarquista do calibre da FARJ não é fácil, e por isso este aniversário, não só para a FARJ, mas sim pelo anarquismo carioca, deve ser visto pelo que ele é – um ocasião histórica em que se prova o compromisso, a responsabilidade e a autodisciplina que tanto define a FARJ como uma organização e inspira outros a elevar-se a esse exemplo.

Desde a primera vez que um dos nossos militantes teve o prazer de conhecer os militantes da FARJ, que nada mais é do que os militantes que o compõem, ela tem se destacado por sua ética e a humanidade humilde com que os militantes da FARJ compõe-se. Isto, também, serve como incentivo e inspiração para aqueles que têm a oportunidade de conhecer e trabalhar com a FARJ .

Não só a FARJ tem sido uma inspiração para nós em termos de qualidade de seus militantes e seu trabalho social, mas também em termos de sua produção e contribuições teóricos. O conceito dos círculos concêntricos, em particular, como se explica no programa da FARJ, Anarquismo Social e Organização, foi de especial importância para a ZACF, ajudando-nos a encontrar soluções para questões que há anos tinham nos assolado.

É uma honra para a ZACF acompanhar a FARJ sobre a difícil, mas necessária tarefa de construir a força social capaz de iniciar a revolução social e dar o golpe final decisivo para o Estado e o capitalismo, e todas as formas de dominação e opressão que o alimentam e os reforçam.

Que a Tiê-Sangue do anarquismo carioca voe alta por mais dez anos, apontando o caminho para a nossa emancipação coletiva e a reivindicação do homem por meio do socialismo libertário e a revolução social.

Estamos orgulhosos de levantar a bandeira vermelha e preta da revolução social ombro a ombro com os nossos companheiros da FARJ, “sentimos muito que temos que fazê-lo, e estamos ansiosos para o dia em que tal símbolo não será mais necessário”.

Sua, na luta,

Frente Anarquista Comunista Zabalaza, África do Sul

[FARJ] Libera! # 157 – VIOLÊNCIA NO CAMPO: FRUTO PODRE DA BURGUESIA E DO ESTADO

A FARJ publicou semana passada o mais recente número do seu periódico, o Libera!

O Libera de número 157 é fruto da militância e da reflexão da organização na luta dos movimentos sociais do Campo (MST e MPA), O número é inteiramente dedicado ao problema que os trabalhadores do campo enfrentam em seu cotidiano de luta e resistência.

Além dos textos da organização, o periódico apresenta dois textos clássicos (Errico Malatesta e Ricardo Flores Magón),  notícias libertárias referente aos meses de Janeiro a Março, assim como um relato da manifestação que participamos e organizamos em frente ao consulado da Argentina (em libertação aos presos/as de Bariloche).

O Libera #157 está disponível fisicamente na Biblioteca Social Fábio Luz para distribuição e pode ser baixado, em PDF AQUI Caso queira receber alguns para distribuição, basta entrar em contato com farj@riseup.net. O Libera também se encontra com a nossa militância dos movimentos populares que estamos construindo.

Aproveitamos para reforçar o grito de resistência em homenagem aos dois compas que nos deixaram!

Cícero e Regina presentes!!!