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[CAB] 55 anos do Golpe Militar – NÃO ESQUECER, NÃO PERDOAR!!

Neste 31 de março, não temos nada a comemorar. Há 55 anos atrás, foi instaurado no Brasil uma Ditadura Militar, que assassinou centenas de pessoas! Apoiados pelo empresariado e pela grande mídia nacional; controlando os setores da justiça burguesa, os militares construíram o mito de que são melhores árbitros para as questões políticas e que, durante o tempo que estiveram no poder, não houve corrupção e, muito menos, presos políticos. Contudo, a realidade é que o período militar foi sangrento e buscou calar a voz do povo e de qualquer um que se posicionasse de modo minimamente progressista. O regime militar instaurou a violência e institucionalizou a tortura. A ditadura foi um projeto arquitetado e colocado em prática para atingir interesses de determinados grupos – de direita, conservadores, empresariado – e contou com o apoio dos Estados Unidos da América – que também tinha, e continua tendo, seus interesses.

Prova da institucionalização da tortura é o fato de que a Polícia do Exército teorizou e experimentou diversos métodos de tortura nas chamadas “aulas de tortura” com “presos cobaias” – o público era constituído de militares e as aulas ministradas por oficiais que projetavam material sobre tortura e o aplicavam na prática como forma de exposição. Segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade, foram aplicados mais de 30 tipos de torturas; mais de 20 mil pessoas foram torturadas, 191 mortas, 210 desaparecidas; e esses números ainda não definitivos. No que se refere às mulheres, os militares extravasaram todo o seu machismo e ódio por elas. A ditadura militar constituiu, também, uma espécie de institucionalização da violência contra as mulheres, uma vez que os militares torturadores se utilizavam da condição de mulheres das torturadas para intensificar as torturas físicas e psicológicas. Além de estupradas, terem animais inseridos em suas vaginas, essas mulheres sofriam com as ameaças a filhas e filhos, com acusações de serem mães e mulheres ruins, abortos causados pela tortura etc. As marcas de tais brutalidades jamais serão apagadas da memória daquelas que conseguiram sobreviver, o que significa uma tortura diária por toda as suas vidas!

Os militares perseguiram, torturam, estupraram e mataram! Temos razões para nos preocupar com o atual cenário que se desenha no país, pois observamos a união dos mesmos ingredientes que fomentaram o golpe de 1964. Apesar dos fatos, a narrativa de que não ocorreu um golpe em 1964 e sim uma “revolução” continua a ser propagada nos últimos tempos com força ainda maior – com certa tentativa de respaldo teórico através de personagens acadêmicos. No Brasil, isso só é possível porque, diferente dos nossos vizinhos latinos, as contas com esse nefasto período não foram acertadas. A Lei de Anistia, 1979, possibilitou um dos maiores silêncios na nossa história, visto que, “ampla, geral e irrestrita” tal como os militares propuseram, deixou a possibilidade para que o revisionismo sobre a ditadura militar voltasse à tona. Agora, disputa-se não só a opinião dos “convertidos” da direita fascista, mas sim muda-se a realidade ao instalar no imaginário popular um cenário de que “nunca existiu”.

A esquerda institucional, quando no poder, não enfrentou esses problemas com o devido peso e atenção. Durante os governos do PT, preferiram fazer acordos com as elites do Brasil e, ainda, deixaram que os militares continuassem a fortalecer suas doutrinas, iniciadas no Regime Ditatorial Militar e que configuram o carro chefe desse atual governo; ou seja: pintar como comunista e de esquerda qualquer discurso progressista. Cega, essa esquerda combalida não se ateve ao fato que a oligarquia do Brasil e os militares nunca deixaram de se articular. Sem um projeto estratégico, continuam a chamar como principal pauta o “Lula Livre”, defendendo um posicionamento que não muda nada estruturalmente.

No 31 de março, não comemoramos nada! Nem mesmo temos essa data como mera lembrança. Nessa data, temos que reagir contra os ataques feitos pelo fascismo, nos organizando e fortalecendo a luta popular, fortalecendo a construção de um Povo Forte e do Poder Popular. Nossa resposta aos que defendem a memória da Ditadura Militar como algo positivo será organizando as greves, nas lutas dos povos originários, nos bairros lutando lado a lado com o povo.

Lutaremos para que outro golpe não seja gestionado e, para isso, acreditamos que as nossas conquistas não serão defendidas no parlamento e, muito menos, reivindicando a democracia burguesa.

Não Esquecer! Não Perdoar!

Terrorismo de Estado em Curitiba – 07/12/2018

O dia 07 de dezembro de 2018 será lembrado como um dos dias mais tristes e revoltantes da história de Curitiba e da luta por moradia no Brasil.

A ocupação urbana 29 de Março foi completamente destruída devido a um incêndio, que segundo o relato dos moradores, foi causado pela Polícia Militar do Paraná. Além do fogo alastrado, ocorreram, pelo menos, duas execuções no local, vários desaparecidos e um número ainda desconhecido de mortos.

Luta por Moradia na Região – Ocupações urbanas recentes na Cidade Industrial de Curitiba (CIC)

A região que foi atingida pelo incêndio é um local de muita luta por moradia e vida digna na cidade. Em uma área da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), bairro da capital paranaense, estão localizadas quatro ocupações recentes, onde, somadas, abrigam mais de mil famílias.

As ocupações Nova Primavera (ocupada em 2012), 29 de Março (ocupada em 2015), Tiradentes (ocupada em 2015) e Dona Cida (ocupada em 2016) foram organizadas pelo Movimento Popular por Moradia (MPM)/Movimento dos Trabalhadores Sem Teto do Paraná (MTST).

Ao longo desses anos foram feitas diversas manifestações de rua, reuniões com o Poder Público, atividades e saraus. Desde então, a Prefeitura Municipal de Curitiba e a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (COHAB-CT) nunca deram resposta à altura das reivindicações do povo.

Neste fatídico dia 07 de dezembro, uma destas comunidades, a 29 de Março, foi completamente devastada. Mais de 300 famílias perderam suas casas, animais de estimação, móveis, alimentos, roupas e pertences.

Dentre essas famílias, estendemos grande solidariedade às famílias haitianas, que além de sofrerem com a dificuldade básica de comunicação por conta de seu idioma de origem, têm sofrido intensamente com o racismo e a xenofobia no Brasil. Não é incomum que essas pessoas, ainda que qualificadas, só consigam se inserir no mercado de trabalho em ofícios desgastantes, recebendo salários de miséria, não tendo moradia digna e condições de vida adequadas.

Terrorismo de Estado na Comunidade 29 de Março

Os moradores contam que um policial militar havia sido morto pela região e que a polícia desconfiava que o responsável seria um morador da comunidade. A partir de tal suspeita, a Polícia Militar do Paraná declarou guerra à todas as comunidades ao redor, em especial à 29 de Março.

Durante o dia e noite de 07 de dezembro, policiais militares, sem identificação e com os rostos cobertos, arrombaram e invadiram as casas da vila buscando informações sobre o paradeiro do suspeito. Relatos de muitos moradores afirmam que os policiais torturaram, agrediram e espancaram homens, mulheres e crianças, utilizando sacolas, facas e armas. Além disso, pessoas foram mortas e muitos tiros foram desferidos contra moradores.

Foi por volta das dez horas da noite que o fogo foi ateado em algumas casas da Comunidade 29 de Março. Logo o fogo se alastrou e tomou conta de tudo. O Corpo de Bombeiros do Paraná demorou por volta de uma hora para chegar ao local e a Polícia Militar tentou dificultar sua ação, de modo que as centenas de casas da comunidade acabaram por ser totalmente destruídas.

Relatos e detalhes em: “O Horror que a Polícia causou em Curitiba

Centenas de famílias perderam tudo o que tinham. Inúmeros cães morreram carbonizados. Muitas pessoas desaparecidas. Possivelmente outras mortes serão confirmadas.

O Estado Policial de Ajuste e a criminalização da pobreza

Caracterizamos o atual momento da conjuntura brasileira como sendo de um “Estado Policial de Ajuste“, marcado por uma agenda agressiva contra o povo, que escancara o lado mais selvagem do sistema capitalista. Caíram as máscaras e mediações que marcaram período recente de nossa história. Sempre soubemos, no entanto, que por trás das aparências, grande parte da população brasileira vive sob um “Estado de Exceção”, convivendo com a barbárie gestada dentro da farsa chamada “Estado Democrático de Direito”.

Para o povo pobre, negro, morador das periferias, a face do Estado sempre foi a da brutalidade. Os direitos básicos (saúde, educação, emprego, saneamento básico, moradia) são muito restritos, quando não estão completamente ausentes. Por outro lado, a repressão policial se faz muito presente no cotidiano dos moradores, que desde muito cedo convivem com as formas institucionalizadas do racismo e da criminalização da pobreza, as quais constituem a base da formação ideológica e de atuação das polícias brasileiras.

No caso dos ataques sofridos pelas famílias da Comunidade 29 de Março e das demais ocupações da região, tais elementos são bastante nítidos. Aos olhos da Polícia Militar, o povo que mora nas ocupações é um inimigo a ser exterminado.

As demais faces do Estado, como o Poder Executivo Municipal e Estadual e os órgãos responsáveis pela investigação deste tipo de caso, demonstram ser cúmplices de “julgamentos sumários” como este quando se omitem. Assim, trabalhadoras e trabalhadores, jovens, crianças e idosos, são condenados à morte como “criminosos”, sem qualquer direito de defesa.

As ruínas do mito da “cidade modelo”

Foi na década de 1970 que se iniciou um mito brasileiro de que Curitiba seria uma “cidade modelo”, um exemplo de urbanização, mobilidade e qualidade de vida.

Esse mito foi construído com base não apenas em grande publicidade, como também na enorme exclusão da população pobre, que foi sendo “jogada” para as regiões mais distantes do centro e mais carentes de serviços públicos.

Essa farsa de um suposto “planejamento democrático” não é uma exclusividade da cidade de Curitiba, mas tem na capital paranaense um de seus principais símbolos, repetido em discursos de governantes e burocratas.

Em paralelo à propagação dessa mentira, a cidade guarda um histórico de lutas e martírios de movimentos sociais e associações de moradores na luta por um terreno, por um lar, por moradias dignas. Essas lutas ocorreram e ocorrem em todas as regiões da cidade e tem nas ocupações do CIC um de seus maiores exemplos.

Apreensão, Solidariedade e Resistência

Após o incêndio do dia 07 de dezembro, a Polícia Militar, segundo a descrição e fotografias feitas por moradores, manteve-se no local e disparou com suas armas letais diversas vezes. Moradores da região estão com muito medo de mais “tentativas de vingança” e que o horror daquela noite volte a ocorrer.

Apesar de tudo, a luta por moradia e vida digna continua! Inúmeras comunidades, movimentos sociais e outras organizações arrecadaram doações de roupas, água, comida, móveis e levaram à comunidade. Moradoras e moradores se revezam na organização das doações, no acolhimento das pessoas e na reorganização da vida na comunidade, dando grande exemplo de resistência e solidariedade. Assim as comunidades se unem cada vez mais.

Sabemos que só o povo organizado é capaz de avançar na luta por condições dignas de vida e para a construção de uma sociedade justa, fraterna e igualitária. Um mundo onde todos tenham um lar e onde as ameaças e violências do Estado sejam coisas de um passado distante.

A luta continua!

Nem esquecer, nem perdoar!

Toda solidariedade às famílias!

Contra a criminalização da pobreza!

Lutar! Criar Poder Popular!

Pelo fim de toda polícia!

Moradia digna já!

 

[FAR] Santiago Maldonado Presente!

Divulgamos a recente nota da companheirada da Federação Anarquista de Rosário (FAR), Argentina sobre a confirmação da morte do militante anarquista Santiago Maldonado

SANTIAGO MALDONADO PRESENTE!

Nestes últimos dias se cumpriram 3 anos da aparição do corpo de Luciano Arruga, 7 anos do assassinato de Mariano Ferreira e hoje 20 de outubro se confirma o que todos/as intuíamos o corpo encontrado, rio acima, é de Santiago Maldonado.

Um jovem de bairro desaparece por não querer roubar para a polícia, um morre nas mãos de uma patota por lutar contra a precarização laboral, e outro é desaparecido por lutar pela autonomia do povo mapuche. Em todos eles há elementos em comum, a repressão do estado aponta para aqueles que resultam perigosos por se parte de uma juventude que não se submete, que não abaixa a cabeça, e que não assume os mandatos do sistema.

Contra a repressão nos bairros, contra a precarização laboral e pela autodeterminação dos povos, por todas essas reivindicações tão urgentes seguiremos lutando.

O estado mostrou sua cara mais terrível e voraz, o mecanismo da desaparição forçada é uma metodologia que as classes dominantes sustentam, com suas particularidades, nas distintas conjunturas. E aparecem também as operações midiáticas, desesperadas por instalar na sociedade um discurso que desmobilize, e busque nos de baixo a responsabilidade do que vem acontecendo.

Ainda assim, não puderam freiar as gigantescas mobilizações populares de variados setores em todo este tempo, e temem pela magnitude do fastio e da indignação de nosso povo, que ante semelhante ofensa a sua dignidade, se manifestará mais cedo ou mais tarde nas ruas de todo país.

O QUE MORREU LUTANDO VIVE EM CADA COMPANHEIRO

SANTIAGO MALDONADO PRESENTE!

Federación Anarquista de Rosário

Tradução: Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)

[MOB-PR] Saúde é um direito! Protesto pela qualidade da Unidade de Saúde Santa Quitéria – 12 de novembro de 2015

Retirado de:                                           https://organizacaodebase.wordpress.com/2015/11/17/parana-saude-e-um-direito-protesto-pela-qualidade-da-unidade-de-saude-santa-quiteria-12-de-novembro-de-2015/

Na última quinta-feira, 12 de novembro, o Movimento de Organização de Base – Paraná (MOB-PR) e outros usuários da Unidade Municipal de Saúde – Santa Quitéria fizeram um protesto contra mudanças na unidade de saúde do bairro, que levariam a uma piora no serviço.

Com muita luta, os moradores e moradoras da região, especialmente da comunidade da Portelinha, conquistaram um serviço de qualidade – referência na comparação com outras unidades de saúde. Não vamos aceitar pioras no serviço da saúde!

Além da manifestação, fizemos um abaixo-assinado que contou com centenas de assinaturas de usuários pela manutenção da qualidade nos serviços de saúde prestados no posto.

Queremos Respeito! Saúde é um direito!
A nossa luta é todo dia! Saúde não é mercadoria!

Dia 12 de novembro – dia de luto e luta! Exatamente um ano antes da mobilização pela saúde, perdemos uma criança da comunidade Portelinha em um incêndio, por falta de regularização de água e luz. Veja mais no link:                                                   https://organizacaodebase.wordpress.com/2014/11/13/parana-eduardo-presente-nosso-luto-e-na-luta/

Neste mesmo dia, 12 de novembro de 2014, fizemos um dos maiores protestos já vistos no Santa Quitéria. NÃO VAMOS ESQUECER, NEM PERDOAR!

A luta continua!

 

A “justiça” do Estado tem um lado. E não é o do povo.

Não é de hoje que o Poder Judiciário deixa de servir a quem ele teoricamente deve, aos “cidadãos e cidadãs da nação”, às “pessoas de bem”. O direito, tal como é organizado hoje, tem o papel de garantir a propriedade de quem já a tem e marginalizar quem não se encaixa nos padrões do sistema capitalista de dominação.

Enquanto protege os interesses dos grandes, do capital e de todos aqueles que têm condições de pagar um bom advogado, mercantiliza o direito à liberdade e à defesa na atual “democracia”, criminaliza a pobreza e os movimento sociais.

O dito “Estado Democrático de Direito” da Constituição Federal é o Estado Oligárquico de Direito na prática – direitos para os ricos, para os brancos; migalhas, chacinas e prisões para os pobres, pretos e marginalizados.

Não é preciso uma pesquisa minuciosa para que encontremos casos em que fica explícito qual o lado das autoridades judiciárias. Num conflito judiciário em que uma parte tem residência fixa, estuda ou estudou na universidade, é branca e pode bancar um advogado renomado contra um pobre, desempregado e que necessita da Defensoria Pública; a dita igualdade só existe no papel.

Trazendo para um caso da realidade paranaense atual, é importante fazermos um breve histórico. Curitiba até alguns anos atrás era marcada pela grande presença e ação de gangues nazi-fascistas nas ruas da cidade, como podemos destacar nas seguintes manchetes tiradas de canais de comunicação:

Neonazistas atacam em Curitiba depois de protesto deste domingo e geram pânico
http://revistaladoa.com.br/2015/03/noticias/neonazistas-atacam-em-curitiba-depois-protesto-deste-domingo-geram-panico”;

Grupo de skinheads causa terror no Largo da Ordem de Curitiba
http://pr.ricmais.com.br/cidade-alerta-parana/videos/grupo-de-skinheads-causa-terror-no-largo-da-ordem-de-curitiba/”;

Jovem assassinado por skinheads foi confundido com punk, diz a polícia – http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/jovem-assassinado-por-skinheads-foi-confundido-com-punk-diz-a-policia-f5los39ezvfoh25cjgkw2i6ha”;

Estudante sofre ataque homofóbico
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/estudante-sofre-ataque-homofobico-eijxzdx1pz9p59lrolj1cipu6;

Polícia identifica estudante skinhead que matou punk em Curitiba
http://pr.ricmais.com.br/seguranca/noticias/policia-identifica-estudante-skinhead-que-matou-punk-em-curitiba/;

Quatro são esfaqueados após briga no Curitiba Rock Carnival, diz polícia –
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/03/quatro-sao-esfaqueados-apos-briga-no-curitiba-rock-carnival-diz-policia.html;

Guarda Municipal é preso após atirar contra rapaz no Largo da Ordem
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/guarda-municipal-e-preso-apos-atirar-contra-rapaz-no-largo-da-ordem-77cw3c42ek0i0sp4ljj5po026

Dentre os casos listados, queremos listar um, o de Adriano de Souza Martins, conhecido com Pararaio. Três meses atrás, dia 31 de julho de 2015, Pararaio retornou à liberdade após estar preso desde março de 2014.

Pararaio é um lutador antifascista da cidade de Curitiba que foi acusado por 4 tentativas de homicídio depois de ter se envolvido numa briga para defender seu amigo Diego (conhecido com Xarope) que estava sendo espancado e esfaqueado no chão por um grupo de nazi-fascistas durante o evento do Curitiba Rock Carnival. Pararaio foi inclusive acusado de ter esfaqueado o próprio amigo Xarope, para ilustrar a “justiça” do Estado e sua falta de sensibilidade perante os acontecimentos.

Pararaio foi levado pela polícia sob a acusação de ter esfaqueado 3 nazi-fascistas e Diego, enquanto foram os fascistas que deram 6 facadas em Diego – que ficou gravemente ferido. Nenhum nazi-fascista foi detido e foram considerados vítimas; levando o aval para continuarem cometendo as atrocidades que costumam fazer.

Mais uma amostra de que a “justiça do Estado” tem um lado e que obviamente não é a dos que lutam contra o racismo, machismo, homofobia e o fascismo. Não é nem necessário dizer qual a origem social de Pararaio e Diego em contraponto com a dos nazi-fascistas, que estavam em maioria e tiveram advogados, promotores e juízes ao seu lado.

Quem acabou sofrendo com isso? Pararaio ficou encarcerado por 1 ANO E 5 MESES A MAIS do que “deveria”, de acordo com a própria “justiça” burguesa. O julgamento levou 1 ano e 5 meses para acontecer e lá Pararaio foi condenado a 1 ano, sendo que não deveria ser em regime fechado – mas é claro que se o “criminoso” tivesse muito dinheiro e família conhecida não passaria uma noite na cadeia superlotada.

O Estado não recua em suas decisões, ele é a materialização da intransigência e violência – seja pela polícia, seja pelas prisões ou por outras instituições. Quanto mais quando se trata dos pobres e dos movimentos sociais organizados, porque quando você é pobre, é excluído sistematicamente das discussões e decisões políticas da sociedade; quando você é pobre e se organiza com outros pobres para exigir o direito de participar da vida política do seu bairro, da sua cidade, do seu país você representa uma ameaça aos interesses dos poderosos – e o Estado está aí para isso, defender os interesses dos de cima.

O caráter do Estado reverbera em todos os campos da sociedade, desde as crianças pobres e negras que serão as primeiras a sofrer com a redução da maioridade penal até os idosos que tem suas aposentadorias saqueadas quando o Estado “quebra” o seu caixa. O pobre pode morrer na fila do SUS, pode ficar desempregado e sem uma educação de qualidade, mas os lucros milionários sempre são garantidos. O Estado está nas mãos de quem manda e nós não queremos que só alguns possam decidir sobre o futuro de todos e todas – por isso lutamos pelo socialismo libertário.

Não vamos nos esquecer da mídia de massas, que cumpre um papel essencial na formação ideológica conservadora da sociedade e que muito contribui para que o Estado e o direito sirvam sempre aos poderosos. Pegando mais um exemplo do nazi-fascismo na atualidade, vejamos como a mídia reage quando o réu é um branco fascista:  http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/08/me-sinto-um-lixo-diz-assassino-confesso-que-esquartejou-propria-tia.html; na própria manchete, nem citada é a palavra “skinhead”, comumente designada para se dirigir a esse grupos neonazistas, e muito menos as palavras “nazi” ou “fascista”.

Fica claro que tudo isso é uma questão de CLASSE. Os anarquistas, os antifascistas, lutam contra a dominação de classe – que os grandes capitalistas, latifundiários e burocratas do Estado impõem sobre o povo; contra dominação de gênero, etnia, etc. Enquanto os fascistas defendem essa dominação e ainda agem para que ela seja maior e mais violenta. É por isso que jovens como Pararaio sofrem todos os dias as retaliações, não por cometerem crimes, mas por pertencerem à classe dominada, por serem pobres, por morarem na periferia. Mas a nossa luta não vai parar!

SOLIDARIEDADE A PARARAIO!

DIEGO PRESENTE! LAGARTO PRESENTE!

VIOLENTO É O ESTADO!

NÃO VAMOS ESQUECER, NEM PERDOAR!

SOLIDARIEDADE AO COLETIVO ANTIFA 16 E À LUTA ANTI-FASCISTA

fascismo não se discute

[fAu – ESPANHOL] Con los 43 estudiantes que nos faltan. Siempre contra la impunidad!!!

Retirado de: http://federacionanarquistauruguaya.com.uy/2014/11/21/con-los-43-estudiantes-que-nos-faltan-siempre-contra-la-impunidad/

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 Con los 43 estudiantes que nos faltan. Siempre contra la impunidad

Nuevas marcas, más tenebrosas historias de impunidad continúa sufriendo nuestra América Latina. Impunidad de los poderosos de nuestros suelos. Con asistencia, obsecuencia, y consecuencia, con participación arreglada y entramada en su terrorismo de estado. Su facial violenta, rancia e intolerante; sus estrategias y formas para dominar y someter las rebeldías y rebeliones de los de abajo.

Allí en Iguala y Ayotzinapa, en el estado de Guerrero, Méjico

Sin mayores correlatos los artículos periodísticos de análisis y opinión internacional que refieren a América Latina están dedicando su trabajo a la masacre del estado de Guerrero, y a las movilizaciones que ya en todo el mundo se están produciendo. El eje es la impunidad que opera tan evidentemente con el Estado en medio de una tormenta de acusaciones, por entramar un gran arreglo con fuerzas paramilitares del narcotráfico (en este caso Guerreros Unidos), con la policía y más organismos represivos que viene cobrando muertes y desapariciones desde ya décadas.

Hoy esa impunidad, ese arreglo, ese orden sanguinario de los de arriba rompe la escena y la barrera de los grandes medios de comunicación, quienes enjuagándose la cara buscan también arreglar y dar fin a lo que estalló luego de la brutal represión desatada contra estudiantes y sindicalistas de la educación el 26 de setiembre en la ciudad de Iguala. Allí las fuerzas del orden, del estado – narcotráfico, desplegaron su brutalidad represiva torturando y asesinando a 6 personas y secuestrando 43 estudiantes de la Escuela Normal Rural de Ayotzinapa que hasta hoy siguen desaparecidos.

Inmediatamente todas las autoridades negaron conocer datos de asesinatos o desapariciones. Estando los estudiantes desaparecidos, secuestrados allí en alguna parte, en el entorno, en la zona de los hechos nadie ve, nadie dice, nadie olle… cuando inmediatamente comienza a gritar todo aquel país de Magones y Zapatas. Todos los organismos estatales dicen no saber, o podemos pensar que no dan importancia al asunto, en un país de varios miles de asesinados y desaparecidos en los últimos años. No les asombrará a ellos, no les importará, ya que eso es parte del “Estado” de las cosas. Pero el grito es fuerte y amplio, y al poco tiempo y ya ante lo flagrante de lo sucedido y todo un país en marcha se pide el procesamiento de 22 policías implicados en la brutal represión.

Así como complejas son las estructuras de poder, mediante las que opera el sistema en todas sus facetas, es igual de complejo identificar “él” responsable, en su carácter de singular. Y aunque está claro que las investigaciones dentro de la administración del propio estado exponen que quien dio la orden de reprimir a como fuera fue el alcalde de Iguala José Luis Abarca, debemos sumarle que en la operativa concreta y cotidiana durante los últimos años ha operado tanto las diferentes fuerzas policiales como el ejército, con la colaboración del grupo narco paramilitar Guerreros Unidos. El líder de este grupo se llama Salomón Pineda Villa, cuñado del Alcalde de Iguala.

También existe la más clara evidencia que es la policía responsable por la desaparición de los 43 estudiantes, ya que son los que dan la captura al ómnibus donde viajaban, son los que dirigen el operativo, y son quienes los ocultan. El alcalde Abarca y su mujer, quienes dieron la orden y elaboraron la masacre dispusieron de una fácil cortina de humo solicitando licencias políticas para garantizar la mejor investigación y proceso. Apenas unos días pasaron y desaparecieron del mapa ante lo que les señalaba. Prófugos de los aparatos de la justicia quedaron, hasta que hace unos días fueran encontrados y detenidos en Méjico DF. Ante la movilización ya mundial y el señalamiento al estado mejicano y su impunidad era muy costoso

Entonces la masacre de Igula denuncia a los más altos niveles de opinión y análisis del orbe hasta donde es capaz de llegar esta bestialidad de corrupción. Más cuando la impunidad es la pauta jurídica para definir los alcances de lo que se hace. Ya no le alcanzan sus armas y herramientas legales a los poderosos para sostenerse o continuar avanzando, entonces crean otros mecanismos que en su cerno, en su medula de motivaciones alberga lo mismo, el mismo motor despedazador. ¿Quién opera en legalidad y quién lo hace en semi legalidad? pero con los mismos beneficios y garantías. En Uruguay se llamó Juventud Uruguaya de Pié, o la siniestra Triple A en Argentina, en Aquellos tiempos, en los 60 y los 70 de la mano del Plan Cóndor y las administraciones de los estados. Todos compleja y ordenadamente arquitecturados, para cumplir los fines y la “paz” mandada por los de arriba.

Lo que no podrá hacer la policía y el ejército en la legalidad lo harán los Guerreros Unidos en la ilegalidad que a manos de los poderosos se justifican, se encubren. ¿Y quien protege eso?, ¿porqué Guerreros unidos se solidariza con los 22 policías presos y exige su liberación?, ¿Por qué este grupo narco para militar asume la responsabilidad de los asesinatos a estudiantes y más y más?. El estado mandó la represión, el estado los detuvo y secuestró, y el estado mantiene el silencio del destino y sostiene a los responsables (halla sido legal con la policía y el ejército, o ilegal con los Guerreros Unidos).

Buena parte de esa complejidad de terrorismo e impunidad estatal se muestra en la manipulación de la atención pública. El mismo gobierno aparece lanzando a la noticia sobre la captura de tres miembros de Guerreros unidos quienes confirmaron recibir a los rehenes, asesinarlos y reducirlos a cenizas. Sin evidencias firmes se buscó poner otro fin a esta tragedia dejándolo como episodio e incluso dejando exenta a la policía de desaparecer a los estudiantes, y sí al grupo narco – paramilitar. Previamente se anunció también el hallazgo de fosas comunes con restos de personas que podrían ser los estudiantes. En todos los casos el Equipo Argentino de Antropología Forense mediante sus estudios rechazó que fueran ellos los estudiantes desaparecidos.

Es responsabilidad de todo ese conjunto. De la policía y el ejército, de los narcos y sus paramilitares, no de cada uno de ellos, sino de todos, y son el peso de sus relaciones lo que distribuye sus poderes de un sector al otro. Toda la operativa mediática no es ajena a esta despreciable represión, así como los resortes administrativos del estado que a sabiendas o no de lo que ha sucedido también operan en sentido de la confusión y las infundadas hipótesis y conjeturas.

Lo han sido ayer y seguirán intentando sostenerse mañana. Sin lugar a dudas que esto no es un hecho aislado, y con la misma certeza es que observamos, con datos oficiales, que esta operativa sucede desde hace un buen tiempo atrás y legitimado por los mismos procederes y mecanismos administrativos. Con el mismo brazo gordo de los grupos para militares, el ejército y la policía.

Y sin ir muy lejos en la historia, y allí mismo, ¿Qué explicación tienen entonces las muertes de los cuerpos hallados en fosas comunes, o en bolsas que no son de los estudiantes desaparecidos?, son cientos en el estado de Guerrero, y no se ha abordado antes la existencia de fosas clandestinas de los diferentes carteles de las drogas. Así encubre el estado y la narco burguesía, alimentado ideológicamente por un motor con lo peor del desprecio a la vida misma, el acumular a cualquier precio, el egoísmo a todo nivel, y la impunidad como tutela.

¿Que podrán pensar los jefes de los carteles de droga sobre el campesinado organizado, sobre los sindicatos y el movimiento estudiantil?. ¿Qué ideas formaran las cabezas de los dueños del sistema cuando los movimientos reclaman sus derechos, o salen a la calle buscando nuevas conquistas?. Podrán pensar lo mismo si son narcos en el estado de Guerrero, o industriales en China, o dueños de las cuentas más pesadas del casino financiero de Wall Street. Podrán pensar lo mismo si los que rigen son los patrones dominantes a la escala que sea, tanto a nivel sistema mundo como a niveles locales. Esos están cargados con las armas más egoístas y temerarias que ha conocido la humanidad. Ellos tienen los ejércitos para las guerras, las cárceles, las mil formas represivas exclusivas o asociadas con sus sicarios de turno.

Hay una alternativa, la resistencia de un pueblo fuerte

Pero hay un cerco que se rompió. Las leyes que dictaban que allí se controlaba todo han sido quebradas. Aún con toques de queda, y en al menos 14 de los 80 municipios de Guerrero con intervención de fuerzas federales la movilización ha sido la constante, con paros de 48 horas en más de 70 escuelas y en las facultades de la UNAM, la Ibero, la UAM, Chapingo, las universidades de Tlaxcala, Guanajuato, Michoacán, Zacatecas, la Universidad Pedagógica, varias normales de Guerrero, por mencionar sólo algunas. El descontento popular ante tanta injusticia dio fuego a edificios estatales como el de Chilapancingo y otros edificios del poder ejecutivo.

Ha sido la lucha la que ha puesto en la opinión de la región y el mundo este bestial atropello contra los estudiantes de la Escuela Normal. Ha sido la resistencia la que ha puesto su poder de sobreponerse y establecerse firme cuando ese poderoso enemigo más fuerte se creyó, y terminó tastabillando.

Allí están también sus límites, por poderosa que sea la maquinaria asesina. Están en la fuerza que se sea capaz de sobreponerle el pueblo. La firmeza del pueblo mejicano, y todos los países donde se está solidarizando es clave en esta pelea. Porque no podrán con un pueblo fuerte entramado, organizado en los tiempos que sean dando pelea con todo el poder de sus aspiraciones de igualdad y solidaridad entre los de abajo, y el desprecio contra esa bestia opresiva, violenta y sangrienta como lo son estos crímenes de terrorismo de estado.

Será en Méjico pero también aquí y en todas partes, “de todas partes vienen” dice la poeta Idea Vilariño. Estamos pisando las calles con los 43 estudiantes. Estamos con nuestras fuerzas en los movimientos estudiantiles, sindicales, de derechos humanos, ambientales y emergentes. Estamos en las formas políticas que nos damos y creamos. Somos un mismo puño, somos del mismo hilo que hilvana la lucha y resistencia de nuestra América Latina, nos unen las pérdidas, el sufrimiento pero también los levantamientos y las rebeldías, las conquistas de nuestra gente, de nuestra clase. Nos unen los anhelos por un mundo más justo, proyecto de nueva sociedad que elimine las desigualdades y que barra con toda la escoria nauseabunda de este sistema asesino.

Son ellos parte de las historias estudiantiles que han dado lo mejor para nuestro pueblo y sus sistemas educativos. Son ellos y somos nosotros en todos los tiempos porque esta es una historia de lucha y resistencia, desde abajo contra la impunidad, la desigualdad. Allí está la tarea junto a los 43 estudiantes que nos faltan a todo el continente.

Arriba la lucha del pueblo de Guerrero y todo Méjico.

Ya los 43 son millones!.

Ni olvido ni perdón!.

Arriba los que luchan!!.

federación Anarquista uruguaya.

Federación Anarquista Gaúcha.

Coordinación Anarquista Brasilera.

[MOB-PR – CURITIBA] EDUARDO PRESENTE! NOSSO LUTO É NA LUTA!

Retirado de:                              http://organizacaodebase.wordpress.com/2014/11/13/parana-eduardo-presente-nosso-luto-e-na-luta/

No dia 12 de novembro de 2014 perdemos mais um menino por falta de condições dignas de moradia. Perdemos uma criança em mais um incêndio ocorrido na Nova Santa Quitéria.

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Na noite de terça-feira, 11 de novembro, as chamas do fogão se alastraram pela casa de Eduardo Domenique de Oliveira, menino de 8 anos. Ele tentou se proteger no banheiro da casa, mas ficou preso pelo fogo. A Policia Militar chegou em 10 minutos, porém os bombeiros, que estão a menos de 8 km de distância (15 minutos) demoraram mais de uma hora e meia! Neste tempo, os moradores já haviam levado a criança quase sem vida ao hospital, mesmo com a policia tentando impedir que os moradores se aproximassem.

Em mutirão os moradores apagaram o incêndio, mas a dificuldade de apagar o fogo foi ainda maior porque a água na comunidade é escassa, tendo um relógio d’água para 75 famílias. A pauta da regularização da água é histórica na ocupação e vem sendo ignorada pelo Estado há 8 anos, desde o inicio da ocupação.

Eduardo faleceu às 6 da manhã e foi velado no Clube da Mães da comunidade. Ao mesmo tempo, centenas de moradores da Nova Santa Quitéria e Portelinha se manifestavam para que tragédias como esta não voltem a acontecer. Exigimos moradia digna! Exigimos regularização de água, luz e do terreno em caráter de urgência!

Hoje, quinta-feira, o enterro será no Cemitério Parque Senhor do Bonfim em São José dos Pinhais, às 11 horas. E após a cerimonia os moradores irão em luto para a luta. Haverá mais uma manifestação em frente à Prefeitura de Curitiba para recebermos uma resposta a nossas exigências. 

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EDUARDO PRESENTE! PRESENTE! PRESENTE!

NEM ESQUECER! NEM PERDOAR!

A CULPA É DO ESTADO!

REGULARIZAÇÃO JÁ!