Arquivo da tag: Opinión Anarquista

[FAG] A saída não vem de cima! Nem com o bando reacionário do impeachment, nem com o governo do PT e o ajuste que castiga o povo!

Retirado de: http://anarquismo.noblogs.org/?p=384

opinião

Federação Anarquista Gaúcha (FAG)
Integrante da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)
Dezembro de 2015

Frente a esse cenário de luta feroz das elites dirigentes pela máquina do poder político e o rebento das idéias liberais e conservadoras na sociedade, nossa atitude é a de ir por uma terceira posição. Nem com o bando reacionário do impeachment e do congresso e tampouco com o governismo ajoelhado que passa a faca na carne do povo em conluio com a patronal e o sistema financeiro.

A luta de classes não cederá a cena para o jogo de uma polarização que não representa os interesses dos setores oprimidos. Mas digamos em posição de alerta e com palavras muito francas, que o decisivo, o fator de resistência desta etapa que pode mudar a correlação de forças não é a “mágica” dos acordos de cúpula de partidos de esquerda e aparelhos sindicais da oposição. O verbo radical que concorre no alto de um carro de som e grita mais alto não dobra nenhum poder. É um rito inútil e cada vez mais rechaçado. A radicalidade de uma alternativa está no plano das práticas e a produção de força social de uma resistência combativa vem de baixo, dos lugares vitais do cotidiano de trabalho, estudo e comunidade. A unidade que pode forjar uma terceira posição tem que pulsar dessas dinâmicas e da união dos organismos de democracia de base das classes oprimidas.

 É hora de reafirmar a independência de classe dos trabalhadores contra o ajuste econômico; É hora de se opor ao sistema corrupto de representação da política burguesa com a democracia direta e de base das assembléias populares, conselhos e plebiscitos na vida pública; É hora de generalizar a luta pelas ruas, greves e ocupações fora dos controles burocráticos e dos cálculos eleitoreiros.

Outra ideologia, outra cultura política, que faça caminho pra nova geração de lutas rebeldes que defende seu trabalho, território, direitos sociais, saúde, educação e radicaliza a democracia pela auto-organização. Que não joga mais sua sorte e suas esperanças no esquema trapaceiro dos partidos da ordem e semeia núcleos de poder popular como fatores de resistência.

Antes da conjuntura instalada pela guerra de nervos do impeachment no congresso, nossa organização política já vinha posicionando idéias e leituras sobre a evolução da crise e apontando as táticas para atuar no processo social-político que vive o país. Achamos oportuno trazer para o debate e o conhecimento de nossos leitores e simpatizantes uma seleção com recortes deste material de análise.

ocupa

Eleições nacionais 2014

(…) nós não fazemos vista grossa com o que tem de específico e singular os candidatos e os partidos da democracia burguesa. Mas a rigor está fora do panorama das eleições presidenciais um projeto reformista, por esquerda, no sentido clássico. O que pode ser captado são variáveis de administração, modos de operar a máquina que ao final não põem em causa as suas engrenagens, não questionam as suas regras de funcionamento.

Os governos Tucanos foram a mão pesada do neoliberalismo no Brasil. Dirigiram o ingresso violento do país nos circuitos ideológicos e econômicos do mercado capitalista globalizado. Privatizações de bens públicos, arrocho salarial, recorte de direitos sociais, desemprego de massas e desmonte dos serviços públicos foram os seus expedientes. Em que pese toda rejeição popular suscitada a direita logrou impor no fundamental os seus estabilizadores da ordem. O que se chama pelo nome de estabilidade econômica é, antes de tudo, a produção de um consenso conservador que tomou de assalto o discurso político e fez recuar posições de esquerda até o ponto de fazer o seu setor majoritário renunciar as pautas mais caras da classe trabalhadora e se integrar ao poder como uma peça funcional.

O PT governista, a escalada do Partido dos Trabalhadores no parlamento e finalmente no governo central é uma história de capitulação ao sistema. Que não começa quando o Lula chega Lá. Toma definições no curso de um processo que faz da política parlamentar e da carreira burocrática-institucional a sua escada. Que se consuma em 2002, com a declaração de fé da “carta ao povo brasileiro” feita ao pé da bandeira da ordem e do progresso capitalista.

Este período recente de 12 anos tem elementos de distinção com o que vinha dando os dois mandatos do governo FHC. O PT cria governabilidade com uma política de alianças que atrai e divide setores oligárquicos da direita. Foi empurrado pra vala comum dos conchavos, lobis, propinas, caixa dois entre tantos esquemas de desvios de verbas públicas e favorecimentos de negócios privados. Na sociedade faz um arranjo de pacto social que faz chegar mecanismos de governo sobre as duas pontas da estrutura de classes. Faz política de crescimento dos ganhos do sistema financeiro e dos grandes capitais e ao lado disso atende com programas sociais os mais pobres que estavam desassistidos de políticas públicas, faz inclusão de mercado dos setores populares. Está fora de causa o combate as estruturas de concentração da riqueza e do poder. Medidas que atuem nessa direção, taxação das grandes fortunas, redução da jornada de trabalho sem perdas salariais, etc…

O governismo petista conduz ideologicamente a um desarme do projeto independente, das organizações e lutas das classes oprimidas. Quebra a unidade de classe e planta confusão, ambições e valores que formam um perfil técnico-burocrático absolutamente estranho aos valores militantes da esquerda de intenção revolucionária. Faz do sindicalismo oficialista aparelhos de transmissão da vontade do governo e cogestores de fundos de pensão.

Recessão, carestia e ajuste econômico

Depois de ganhar as eleições por um fio, o governo Dilma desmonta a tática de marketing por esquerda (pra não perder eleitores desiludidos), e chama os quadros do sistema financeiro, da patronal e do agronegócio para afiar a faca do ajuste fiscal e do tarifaço contra o povo.

A promessa do capitalismo brasileiro, que vinha crescendo pela mão de uma desapropriação violenta dos bens comuns, pela dominação dos capitais do agronegócio, mineradoras e empreiteiras, quebra a cara com a queda do preço das “commodities” e da desaceleração do capitalismo chinês. As idéias triunfalistas de um país de classe média, puxado pelo consumo e o endividamento de massas, pelos empregos precários e a inclusão dos pobres, como sujeito flexível do mercado mostram sua fragilidade e já entram em desencanto em amplas camadas de trabalhadores do país.

A classe operária vive de novo as demissões na indústria e na construção civil. Só no ramo de autopeças a patronal prega mais uma chantagem, exigindo infinitos incentivos fiscais e flexibilização de direitos, ameaçando em caso contrário com 30 mil demissões ao longo do ano. A falta de água e luz cria calamidade nas periferias urbanas e o preço das contas de energia, da alimentação e dos serviços aumentam mais que a renda dos trabalhadores. A mudança de regras do seguro-desemprego e o acesso a benefícios previdenciários cortam direitos e colocam sobretudo uma classe trabalhadora jovem e localizada em empregos precários (terceirizações, telemarketing, construção) em uma situação de maior vulnerabilidade e risco. Agora as patronais sanguessugas podem demitir hoje e recontratar amanhã para se livrar dos encargos e assim engordar ainda mais seus lucros.

Os impostos castigam o consumo dos setores populares e médios, enquanto aliviam os ricos, donos de empresas e grandes fortunas. Em contrapartida a saúde e a educação pública seguem sucateadas, o transporte coletivo é péssimo, a justiça criminaliza a pobreza e a polícia é racista e mortal nas vilas, favelas e subúrbios.

Os precarizados, a massa dos trabalhadores brasileiros, alçados como modelo do regime de trabalho flexível e super-explorador, sujeitos de uma rotina de pesados sacrifícios, dão sinais de cansaço e irritação.

A patronal, não satisfeita com os inúmeros incentivos vindos dos governos, quer mais trabalho precário e pressiona o governo pela lei de terceirizações.

 Petrolão, HSBC, sonegadores. Sistema corrupto e criminal.

A operação Lava Jato da Polícia Federal trouxe à superfície um esquema bilionário de saque e espoliação dos recursos da Petrobrás, um trapaceiro “toma lá da cá”, operado por políticos e empresários pra financiar campanhas eleitorais e privilegiar negócios privados. No entanto, nem só de “Lava Jato” e “Petrolão” se alimenta esse artifício estrutural na política brasileira, a corrupção. Recentemente, o chamado    “escândalo” do HSBC tem revelado uma complexa rede internacional de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal em paraísos fiscais na Suíça, administrados pelo próprio banco. Entre os implicados brasileiros encontramos os principais conglomerados de comunicação, como a rede globo, bandeirantes, o grupo folha e abril. Daí que esse caso não é motivo de alarde nos chantagistas telejornais de grande audiência.

A Lava Jato não faz nenhuma descoberta extraordinária. Ela volta a pôr em evidência ummodo suprapartidário de governar que não toca nos privilégios das oligarquias, no poder dos grupos econômicos e financeiros e no regime ideológico das práticas institucionais. Trata-se de corrupção sistêmica. Quem governa com o sistema, pelo sistema é governado, já dissemos outra vez.

Os partidos, os políticos, as burocracias, as empreiteiras, os bancos e os lobistas corporativos são todos sócios na corrupção e na impunidade. Uma mão lava a outra. Todos tem seu turno. Quem não pactua não governa.

Na concepção liberal burguesa, a representação sempre foi um mecanismo legitimador da usurpação das forças coletivas e dos bens comuns pela vontade das minorias. Por isso que para defender a Petrobras e o patrimônio público a luta dos trabalhadores e do povo deve superar o controle burocrático estatal. Tem que ser uma luta para avançar na gestão direta do patrimônio público, pela mão das organizações operárias e populares.

Direita, governismo e reação.

O agravante desse escândalo é que o PT, do mensalão de 2005 somado ao trambique com as empreiteiras na Petrobras, se afunda de vez na vala comum da política burguesa. (…)um PT domesticado pelo poder conservador das instituições e que cultiva entre os seus aliados, funcionários e políticos de carreira, um patrimônio formado pelos valores, as técnicas, os discursos e a bagagem ideológico-cultural da direita, daqueles que tomam o lado das injustiças e desigualdades da ordem burguesa.

O governismo vive os piores dias na sua carreira de partido da ordem. Enquanto o PT evolui na direção do centro e da direita, governa entre tropeços e come na mão das oligarquias. Outro setor da direita, de partidos como o PSDB e DEM que figuram como oposição, pra não perder o bonde, se reagrupam e fazem barulho aliados com as posições mais conservadoras e ultra-reacionárias.

Os grupos monopolistas que controlam a mídia, em que pese terem sido favorecidos por verbas publicitárias, desonerações fiscais pelo governo e vista grossa pelas suas diversas sonegações fiscais, engrossam o caldo do oportunismo. Por um lado empurra as “verdades” da direita, travestidas de um discurso econômico “técnico” e pretensamente objetivo que defende a fatalidade do ajuste fiscal. Por outro, surfa no discurso da corrupção para quebrar a moral de toda esquerda classista pela vidraça do PT.

O antipetismo se manifestou massivamente nas ruas de todo o país (…) Convocado por grupos da direita, partidos e formações liberais-conservadoras, as grandes mídias e seus “intelectuais”, setores evangélicos fundamentalistas e a fuzilaria ultra-reacionária de saudosistas do golpe de 64. Por sua vez, essa convocatória também foi capaz de sensibilizar parte expressiva dos trabalhadores, justamente indignados com os intermináveis casos de corrupção, pela estafante vida nas grandes cidades e o aumento no custo de vida. Hoje estes setores da direita já ensaiam uma qualificada disputa pelos rumos do descontentamento popular. É preciso que se diga, sem meias palavras, que foram encorajados pela capitulação dos sucessivos governos petistas, que se ajoelham aos agiotas do sistema financeiro, sentam no colo das velhas raposas da oligarquia lideradas pelo PMDB e se atola no balcão de negócios do Planalto, do Congresso e das estatais.

Lastro ideológico do PT.

O projeto histórico da frente de centro-esquerda liderada pelo PT, depois de alcançado seu objetivo de chegar à presidência da república, deixou plantada uma desorientação que não é fácil de medir. O avanço da direita na aliança governista e na oposição das ruas, assim como o sentimento confuso de setores populares entre fogo cruzado nos dão hoje uma amostra do lastro político-ideológico dessa trajetória.

A experiência do PT, na busca e na conquista do governo, integrando-se nas instituições e nas regras do jogo, trouxe uma mudança importante na cultura e nos valores da esquerda. Aqueles sonhos e esperanças que foram mobilizados e produziam um sujeito de cambio que lutava em todas as frentes do povo para transformar o país e construir socialismo, foram esmorecendo. Muitos militantes do trabalho de base viraram os arrivistas de gabinete, ratos de aparelho. Quando muito, os teimosos foram simplesmente ignorados e substituídos pelos técnicos de gestão ou funcionários burocráticos da máquina. Sindicatos e movimentos sociais trocaram a independência da classe trabalhadora por cargos e ministérios, se fizeram gestores de fundos de pensão, assessores empresariais e linhas auxiliares do governo. Um processo que não se iniciou com a conquista da presidência, encontrando raízes ainda na década de 1980.

Essa subjetividade muito afeita a disputa de cargos e direções do aparelho, que põe o partido antes das lutas da classe, também fez escola entre a esquerda que não foi a reboque.

As relações de poder que encontram nessa conjuntura o suporte das idéias e os movimentos da direita tem haver, em grande parte, com esse processo histórico de desarticulação de forças sociais que amarga o campo classista. A colaboração de classes, a burocracia e o governismo desarmaram as organizações sindicais e populares, dividiram as lutas e as atrelaram ao estado. Formaram uma ideologia que reproduz as práticas das instituições burguesas, que faz do povo um sujeito que espera pelo que vem de cima.

Burocracia, reformismo e via eleitoral.

[Os controles sobre as bases radicalizadas] é uma medida envergonhada das burocracias atreladas ao aparelho de estado para não aprofundar a crise do governismo em Brasília. Tem ideias fortes embutidas nessa concepção, que pagam alto tributo ao pior do reformismo. Para a burocracia sindical o excesso de luta desestabiliza e faz a cama para o inimigo deitar. Nós pensamos tudo o contrário. Que a luta de classes, pela ação direta dos trabalhadores e a união dos organismos de democracia de base, é o fator de resistência que muda a correlação de forças.A ação de greves, piquetes, ocupações e solidariedade de classe produz ideologia de um povo forte e peleador que não anda a reboque das saídas tramadas por cima pelas classes dominantes. Pra não deixar dúvidas: a falta de luta pelo calor das bases e as táticas de ação direta desarma e consome as forças no burocratismo ou na corrente conservadora.

Mas a força do movimento faz trincheira lá onde a burocracia não controla. O palco dos intermediários não dobrará o governo pelos artistas da negociação, nem tampouco o verbo radical do proselitismo auxiliar. A radicalidade de uma greve só pode achar terreno no piquete decisivo que paralisa o funcionamento da máquina, no corte de rua que faz a cidade parar. A greve será greve pela mão dos comandos de mobilização regionais, pelas zonas e os bairros, onde os trabalhadores do setor público se unam com os moradores da periferia, criem organismos de democracia de base nas comunidades para que participem os setores populares. Façam espaço solidário pra que a luta seja tomada pelo povo como luta pelas demandas populares por educação, saúde, mais serviços públicos.

A via eleitoral é bloqueada pelos poderes econômicos e os mecanismos conservadores do Estado para fazer reformas que atinjam as estruturas dominantes. As legendas de esquerda são coadjuvantes que emprestam verniz liberal-democrático ao Estado de direito das oligarquias e os proprietários.

As eleições não tem decisão estratégica sobre as pautas que motivaram os conflitos socais que tem vazão nesta etapa aberta da luta de classes. Os fatores conservadores do sistema deixam uma margem muito pequena para as manobras dos governos de turno. Na formação histórica do Brasil e pela sua liderança no continente eles pesam ainda mais. O que está em disputa são gradações do modelo de gestão de um sistema dominado globalmente pelo capitalismo financeiro. O reformismo está fora de causa. Governar é, em primeiro lugar, fazer arranjos com as estruturas de poder que não obedecem o voto.

O Estado não é uma máquina neutra que põe em funcionamento suas instituições ao gosto dos seus pilotos de turno. Na concepção liberal burguesa a representação sempre foi um mecanismo legitimador da usurpação das forças coletivas e bens comuns pela vontade das minorias. O Estado é o poder político das classes dominantes, o Estado oligárquico de direito, onde “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, como diz o ditado popular.

[fAu] Opinión Anarquista – Asesinos imperialistas y lacayos, No toquen al pueblo de Siria

Retirado de: http://federacionanarquistauruguaya.com.uy/2013/09/10/opinion-anarquista-asesinos-imperialistas-y-lacayos-no-toquen-al-pueblo-de-siria/

Asesinos imperialistas y lacayos, No toquen al pueblo de Siria

 

Contra toda intervención imperialista

Por la autodeterminación de los pueblos

Esta línea política ha sido una constante en nuestra Organización. El  repudio militante a toda intervención imperial y la reivindicación del derecho a la autodeterminación de los pueblos. Ha sido una línea teórico-política de nuestra organización en todo su recorrido histórico. Todavía sonaban los ecos de una intervención más del imperio yanqui, esta vez en Guatemala instrumentado a Castillo Armas, cuando se preparaba el nacimiento de la FAU.  Nació la FAU apoyando los movimientos populares anticolonialistas que se daban en el mundo en ese momento histórico.

Las coyunturas han cambiado, otras formas van tomando los nuevos acontecimientos que aparecen, nuevas adecuaciones realiza el sistema, pero permanecen semejantes elementos claves que hacen a la opresión, explotación y miseria de los pueblos.  Igualmente políticas imperiales que sojuzgan a poblaciones en continentes enteros.

No es novedad que todos esos procesos de lucha, los de ayer y los de hoy, se encuentran revestidos de mucha complejidad, que nada es blanco y negro, que líneas transversales aparecen por aquí y por allá. Eso no hace imposible el análisis, exige sí más herramientas y tomar distancias de esquemones que no ayudan a la comprensión y la acción consiguiente.

¿Que los hechos pueden ser leídos de diferente manera? Por supuesto. Todo ha dependido y depende del cristal con se mire. ¿Que se bombardea con información desinformante que contiene un miserable trasfondo?  Sí, esto hoy más que nunca,  no ofrece dudas.

Y conviene afirmar, no queda al margen ni es menor la importancia la sensibilidad política, la identificación con los de abajo, en los análisis que se realicen. Los hay donde están jerarquizadas las superestructuras, todo lo de arriba, toda la combinación que realizan entre ellos. Igualmente  las elites tanto intelectuales como burocráticas vinculadas al poder. Hay un mundo “subalterno” que apenas es mirado como de relleno.  Claro está son los de abajo, ellos quedan excluidos y altamente disminuidos en ciertos análisis y discursos.

Un componente teórico-político del cuerpo conceptual de análisis es esa sensibilidad que se funda principalmente estando una organización en la inserción, viviendo los problemas populares desde adentro, siendo uno más en ese proceso de futuras esperanzas.  Es esa percepción que comunica angustias, sufrimientos y anhelos de un pueblo. Para nuestra organización esos dolores y esperanzas han sido siempre parte de la visión y el sentimiento con que se ve una lucha popular. Son parte del cuerpo categorial en que se asientan las reflexiones. Como dijo alguien de manera sencilla: ¿Qué estás haciendo dentro del socialismo si no querés a la gente?.

 

El imperialismo yanqui y su secuela de invasiones criminales.

Toda una historia de atropello, horror y sangre cubren el cuerpo entero del imperio. EE.UU. sólo o dentro de la estructura imperial que constituye en occidente ha estado sembrando muerte y miseria durante todo un largo periodo histórico.  Esto ha sido tanto a nivel mundial como en nuestra América Latina. Las intervenciones militares fueron una forma desembozada y criminal, pero en todo momento otros mecanismos imperiales regulares circularon por el interior de países enteros logrando los mezquinos propósitos de succión de sudor y riqueza de estos pueblos.  Es una cruel e implacable pesadilla que se reitera una y otra vez, resultando ya familiar y “natural” su práctica. La experiencia directa en América Latina habla por sí sola. Invasiones, fabricación de golpes de estado, desestabilizaciones programadas, políticas diseñadas cínica y brutalmente para llevarse todo, organismos internacionales digitados para que esta estructura imperial tenga su cobertura o lo que se supone que puede serlo. Pues ya nadie que haya observado los problemas históricos cree en los cuentos grotescos que arma y  que atentan contra lo que hay de experiencia y saber. Cuentos que ya no los puede creer ni la hija de caperucita roja.

Van desfilando los episodios de intervención de ayer y hoy que sería largo enumerar. Recordemos nomás los de los últimos tiempos: Afganistán, Irak, Libia,  mezclado con trabajo previo y apoyo  a golpes de estado como en Honduras. No subestimamos ni dejamos de lado toda la trama tejida por la política imperial en su desarrollo histórico y que actúa en el día a día. Las instituciones y organismos, como el FMI, el Banco Mundial y tantos otros,  que le son funcionales, a gran escala y a niveles  regionales. Constituyen el conjunto de mecanismos y dispositivos que hacen que hace que esta realidad brutal sea el pan de todos los días a nivel mundial. Pero hoy nos centramos en la intervención directa y descarada  acción que  anuncia contra Siria.

 

El pretexto de un gas venenoso que poco o nada les importa

Aparece el gassadín y se lo transforma en lo diabólico sin nombre. Se exclama: ¡No, esto sí que no se puede tolerar, es inhumano y perverso hasta lo monstruoso!  Claro que lo es. Pero estole importa un rábano al gobierno de EE.UU. y sus aliados de turno.  Ya hace rato que el drama sirio está en escena. Se estima en alrededor de 150 mil los muertos y en más de 2 millones los desplazados que padecen hambre y penurias de todo tipo. A esto hay que agregar los cientos de miles de heridos.  Dramática y siniestra situación.  Más la destrucción de zonas enteras, en escombros pedazos de ciudades producto del enfrentamiento interno.  Desesperación de la gente que vive a diario el terror y los baños de sangre.

Medios de comunicación, de hecho oficiosos, amplían constantemente a nivel mundial  la importancia central del gas sarín que dicen arrojó el gobierno Sirio y que produjo 1.400 muertes, muchos de ellos niños.  Kerry recorre el mundo manifestando que tiene pruebas de que esto fue así, pero las pruebas que aparecen no son convincentes ni siquiera para gobiernos amigos de EE.UU. La misma tarea hace el Presidente Obama sentenciando que la decisión está tomada. Por su parte el gobierno sirio niega rotundamente haber sido quien ejecutó tal acción. Por otro lado aparecen versiones periodísticas, por ejemplo la de Dale Gavlak que es corresponsal de la agencia norteamericana AssociatedPress que da la versión de un entrevistado no oficialista que da detalles de quien suministro el gas y quienes lo tiraron. Lo habría proporcionado  El Jefe de aparato de inteligencia de Arabia Saudí, Príncipe Bandar binSultan al-Saud, sería el responsable de suministrar las armas químicas  a los “rebeldes”.  Un error en la manipulación habría producido la catástrofe. Abu Abdel-Moneim, residente en Ghouta  es padre de un rebelde, y señaló que su hijo murió junto a otros 12 combatientes en el interior de un túnel, utilizado como almacén de armas recibidas de manos de un yihadista saudí, Abu Ayesha, comandante de un batallón insurgente. Por otro lado una combatiente rebelde agrega: “No nos dijeron qué tipo de armas eran, ni cómo usarlas… “No sabíamos ni nos podíamos imaginar que eran armas químicas. Otro líder rebelde, según la periodista le dice que: “desgraciadamente algunos de nuestros combatientes manipularon erróneamente esas armas, y dieron lugar a las explosiones”. Dado el carácter especial del tema, otras versiones existen y otras aparecerán. Dada la ferocidad de los combates de uno y otro lado, demostrado en los hechos, nadie puede decir, por razones ni éticas ni humanitaria, este no puede haber sido. Sería absurdo. Pero aquí lo que está en juego es otra cosa y este drama está usado inescrupulosamente para seguir adelante con una política de avasallamiento y de aumentar influencia estratégica en un área estimada de mucho valor. Un juego a varias puntas que no deja de apuntar hasta a los “amigos” que el imperio tiene en la zona.

 

Aquella “Primavera Arabe” y los llamados “rebeldes” de hoy.

El gobierno “Resistente” y su historia terrorífica.

Lo hemos dicho al comienzo, no estamos ante una situación que puede describirse como de blanco y negro. Cualquier análisis de este tipo deja por el camino la verdad de ciertos componentes en cuestión y no nos permitiría ubicar con un mínimo rigor el contexto. No conviene dejar campo a suposiciones y equívocos. Enfrentar y repudiar firmemente la intervención imperialista no significa el apoyo automáticamente al gobierno sirio nidejar de denunciar las atrocidades cometidas por un gobierno dictatorial como el de Bachar Al-Assad que por otra parte de antimperialista no tiene credenciales. Un gobierno que cuenta con el rechazo de su pueblo, por lo opresivo, represivo y corrupto. Un gobierno que llevó adelante una línea política económica de tipo neoliberal que servía, como en todos lados, para enriquecer más a los ricos y empobrecer o mantener en la pobreza a la gran mayoría de la población. Que en su momento fue amigo de EE.UU. contra Irak. Tiene una larga trayectoria de guardián de la ocupación sionista delGolan sirio. Al tiempo de que ha permanecido indiferente y servil desde la guerra de octubre de 1973 ante ataques israelíes contra su territorio. A este gobierno de tipo dictatorial no le interesa la situación de los de abajo y estará siempre dispuesto a masacrar aquellos reclamos de libertad y justicia que se manifiesten. Eso está claro.

Pero tampoco nos confundamos con otro aspecto del problema. Lo que hoy aparece como la oposición rebelde y en armas no guarda relación con aquella expresión inicial, en el marco de la llamada Primavera Arabe,  de pueblo en búsqueda de un destino propio y mejor. Los “rebeldes” de hoy conforman un espectro no homogéneo, donde no faltan mercenarios y agentes de los servicios extranjeros, a través de los cuales se expresan distintos intereses, geopolíticos, económicos, culturales y que son en general armados por la estructura imperial occidental , Turquía y países árabes como Arabia Saudí, Qatar Paises árabes que acaban de ofrecer a Kerry correr con todos los gastos si intervienen a Siria. En esta jugada estratégica de ajedrez los reales intereses de los de abajo están ausentes. Es de agregar que la composición y los diversos intereses en juego en el bando “rebelde” hace que muchos de los propulsores de su acción hoy tengan dudas de que convenga un triunfo de ellos.

 

Estrategia Imperial con el siniestro Estado israelí empujando.

Desarticular países para ejercer control de sus riquezas.

Desde hace varios años la estructura imperialista lleva adelante el propósito de controlar a su gusto el Medio Oriente. Diseñó una estrategia para irlo logrando. Para ello ha ido contando con apoyos regionales: Turquía, países del golfo y la despiadada y brutal acción regular del Estado israelí, de ese verdugo del pueblo palestino. Hay en juego elementos geopolíticos y de poder que vienen de la mano de petróleo, gas, oleoductos, agua y otras riquezas. Al mismo tiempo que pretende limitar la acción de otros proyectos, imperiales también ellos, como el de Rusia y China que tiene muchos intereses económicos y políticos que dependen de lo que ocurra en esta región. Rusia tiene hasta una base instalada aquí.

El autodesignado gendarme y espía del mundo, EE.UU., se encuentra con problemas después del desgaste sufrido en las intervenciones en Afganistán e Irak, además la crisis por la que atraviesa después que el capital financiero hiciera tierra arrasada. No faltan fuerzas que igualmente piden fuertes intervenciones, la industria armamentista en lo económico por ejemplo y expresiones políticas vinculadas a multinacionales que sacan provecho de cada guerra. La situación interna no la tiene sencilla, surgen problemas sociales y políticos diversos que se manifiestan con más fuerza que en otros momentos. E incluso un par de Estados se han declarado en Bancarrota, el más impactante fue el viejo productor de automóviles para el mundo: Detroit. La opinión pública dentro de EE.UU. se manifiesta en contra de medidas de guerra, un 60% así lo ha manifestado. Esto obliga a cálculos a los Partidos políticos, especialmente al demócrata de Obama. Finalmente por este y otras manifestaciones o decisiones en el exterior de no apoyo a la medida intervencionista, Obama decide remitir la decisión al Congreso.

Una intervención clásica, tipo Irak, no está dentro de su conveniencia actual. Jugar al desgaste, la destrucción interna de países de esa región parece ser el objetivo. Una estrategia sostenida que no dejó parcialmente de realizar en otros momentos.

Ya han quedado con grandes destrozos los países antes invadidos. Desgastados, más empobrecidos, sin fuerza interna para ser por el momento un obstáculo para sus planes.

En Libia ya operó con la OTAN y ahora juega, armando todo lo que pueda, pero de manera medida y con cautela, a los “rebeldes” para  conseguir el desgaste e importante destrucción de Siria. La intervención limitada parece apuntar a asegurar que ese enfrentamiento destructivo siga su curso, que se proyecte a lo largo del tiempo. Todo lo que se pueda. Sí acaso, llegada la ocasión, en el marco del destrozo, un acuerdo con el régimen existente pero sin Assad.

Hay declaraciones que parecen claras en este sentido. En un artículo publicado en The New York Times,  Edward Luttwak, del Center forStrategic and International Studies, nos dice:  “Un resultado decisivo para cualquier bando sería inaceptable para Estados Unidos. Una restauración del régimen de Assad respaldado por Irán aumentaría el poder y el estatus de Irán en todo Oriente Medio, mientras que una victoria de los rebeldes, dominados por las facciones extremistas, inaguraría otra oleada de terrorismo de Al Qaeda. Solo hay un resultado que puede favorecer posiblemente a Estados Unidos: el escenario indefinido. Manteniendo al Ejército de Assad y a sus aliados, Irán y Hezbolá, en una guerra contra luchadores extremistas alineados a Al Qaeda, cuatro enemigos de Washington estarán envueltos en una guerra entre sí mismos…”.Por este lado, o aproximadamente, está la cínicamente enunciada guerra “humanitaria”, “democrática” que el imperialismo quiere profundizar bombardeando zonas de Siria. Asesinando una vez a parte del pueblo que allí vive. Para esta población de 20 millones de personas, producir más “colaterales” como los que constantemente producen los aviones no tripulados.

Sin duda que es una obviedad tremenda decir a esta altura que lo que interesa al imperio y sus aliados son sus distintos y mezquinos intereses y nada más. En este caso con más de un interés en la vuelta entre los “aliados”. Con toda una historia que rompe los ojos está afirmación no parece necesaria. Pero hemos visto que existen aún quienes creen que hay algún grado de buenos propósitos en la acción asesina que declara el imperio que llevara adelante en breve. Se trata de: ¿Ingenuos?, ¿interesados?, ¿crédulo de las mentiras? Vaya uno a saber. De todo hay en la viña del señor, sin faltar el Papa orando por la paz. Cree lo que quieras pero cuando el imperio y la burguesía en general hablan de paz, Derechos Humanos, democracia,buscá rápido con que protegerte.

 

La humanidad del imperio y su sensible historia

Armas de destrucción masiva, armas químicas, son términos que han estado, especialmente, en boca de quienes detentan el poder mundial. Parecen defensores históricos de cualquier cosa grosera que afecte al ser humano. Pero siempre habrá que recordarles quienes son. Ni olvido ni perdón una vez más. Hiroshima y Nagasaki los saludan.

Se estima que hacia finales de 1945, las bombas habían matado a 140.000 personas en Hiroshima y 80.000 en Nagasaki,Desde entonces, algunas otras personas han fallecido de leucemia y distintos cánceres[, ] la gran mayoría de las muertes fueron de civiles

 

Memoriales en Hiroshima y Nagasaki contienen listas de los hibakusha (afectados por las bombas) que se sabe han muerto desde los bombardeos. Actualizadas anualmente durante el aniversario de los bombardeos, al 2008 los memoriales contenían los nombres de más de 400.000.

Así como ayer hoy asesinan y torturan en los más diversos lugares. Torturan y matan en tantas cárceles clandestinas y Guantánamo. Apoyaron los golpes de estado sangrientos en América Latina. Apuntalaron el siniestro Plan Condor. Lanzoáron 12 millones de galones  de Gas Naranja sobre Vietnan del Sur causando la muerte de 500 mil personas.

Con todo lo que han hecho y siguen haciendo no podemos hacer una lista, pues sería casi interminable: Demás está decir, nadie puede tomar en serio que venga de ahí ningún sentimiento generoso para con los pueblos. El único pueblo que les interesa es ese 1% que posee las riquezas del mundo y  de todos los que son funcionales a que este ordenamiento se mantenga y reproduzca. Un sistema que ya está claro que no puede producir, por los elementos constitutivos que posee, otra cosa que privilegios y poder dominante para cada vez menos y miseria cruda y creciente para las grandes multitudes. Con toda su gran secuela de muerte.

De otro lugar tendrá que venir la justicia verdadera, la relación solidaria, nuevos valores, nuevo ordenamiento social sobre bases opuestas a las existentes. La resistencia y la rebeldía siempre ha estado presente en la historia. Ellas han producido conquistas, nociones ideológicas distintas, búsquedas en pos de verdaderas salidas, han sembrado esperanzas y practicado cuando ha podido otra forma de vida. Los de abajo están siguen presente en este momento histórico, quizás con más peso que en otros. Muchas veces han ganado las calles en distintos lugares del mundo, han sido masacrados y han seguido. Tienen claro lo que no quieren y bosquejan rumbos. Confusiones no faltan, y el manipuleo desde filas enemigas tampoco. Pero esto, en esta etapa, recién comienza. Es de ahí desde abajo que está la única posibilidad del cambio. De frenar a este sistema genocida y destructor de la naturaleza y comenzar otro tránsito. Nada será rectilíneo ni sencillo, espinosa la ruta a transitar, pero es esa y no otra.

La historia no termina aquí y finalmente la historia la harán los pueblos.

 

federación Anarquista uruguaya

9 de setiembre de 2013