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[FAG] A saída não vem de cima! Nem com o bando reacionário do impeachment, nem com o governo do PT e o ajuste que castiga o povo!

Retirado de: http://anarquismo.noblogs.org/?p=384

opinião

Federação Anarquista Gaúcha (FAG)
Integrante da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)
Dezembro de 2015

Frente a esse cenário de luta feroz das elites dirigentes pela máquina do poder político e o rebento das idéias liberais e conservadoras na sociedade, nossa atitude é a de ir por uma terceira posição. Nem com o bando reacionário do impeachment e do congresso e tampouco com o governismo ajoelhado que passa a faca na carne do povo em conluio com a patronal e o sistema financeiro.

A luta de classes não cederá a cena para o jogo de uma polarização que não representa os interesses dos setores oprimidos. Mas digamos em posição de alerta e com palavras muito francas, que o decisivo, o fator de resistência desta etapa que pode mudar a correlação de forças não é a “mágica” dos acordos de cúpula de partidos de esquerda e aparelhos sindicais da oposição. O verbo radical que concorre no alto de um carro de som e grita mais alto não dobra nenhum poder. É um rito inútil e cada vez mais rechaçado. A radicalidade de uma alternativa está no plano das práticas e a produção de força social de uma resistência combativa vem de baixo, dos lugares vitais do cotidiano de trabalho, estudo e comunidade. A unidade que pode forjar uma terceira posição tem que pulsar dessas dinâmicas e da união dos organismos de democracia de base das classes oprimidas.

 É hora de reafirmar a independência de classe dos trabalhadores contra o ajuste econômico; É hora de se opor ao sistema corrupto de representação da política burguesa com a democracia direta e de base das assembléias populares, conselhos e plebiscitos na vida pública; É hora de generalizar a luta pelas ruas, greves e ocupações fora dos controles burocráticos e dos cálculos eleitoreiros.

Outra ideologia, outra cultura política, que faça caminho pra nova geração de lutas rebeldes que defende seu trabalho, território, direitos sociais, saúde, educação e radicaliza a democracia pela auto-organização. Que não joga mais sua sorte e suas esperanças no esquema trapaceiro dos partidos da ordem e semeia núcleos de poder popular como fatores de resistência.

Antes da conjuntura instalada pela guerra de nervos do impeachment no congresso, nossa organização política já vinha posicionando idéias e leituras sobre a evolução da crise e apontando as táticas para atuar no processo social-político que vive o país. Achamos oportuno trazer para o debate e o conhecimento de nossos leitores e simpatizantes uma seleção com recortes deste material de análise.

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Eleições nacionais 2014

(…) nós não fazemos vista grossa com o que tem de específico e singular os candidatos e os partidos da democracia burguesa. Mas a rigor está fora do panorama das eleições presidenciais um projeto reformista, por esquerda, no sentido clássico. O que pode ser captado são variáveis de administração, modos de operar a máquina que ao final não põem em causa as suas engrenagens, não questionam as suas regras de funcionamento.

Os governos Tucanos foram a mão pesada do neoliberalismo no Brasil. Dirigiram o ingresso violento do país nos circuitos ideológicos e econômicos do mercado capitalista globalizado. Privatizações de bens públicos, arrocho salarial, recorte de direitos sociais, desemprego de massas e desmonte dos serviços públicos foram os seus expedientes. Em que pese toda rejeição popular suscitada a direita logrou impor no fundamental os seus estabilizadores da ordem. O que se chama pelo nome de estabilidade econômica é, antes de tudo, a produção de um consenso conservador que tomou de assalto o discurso político e fez recuar posições de esquerda até o ponto de fazer o seu setor majoritário renunciar as pautas mais caras da classe trabalhadora e se integrar ao poder como uma peça funcional.

O PT governista, a escalada do Partido dos Trabalhadores no parlamento e finalmente no governo central é uma história de capitulação ao sistema. Que não começa quando o Lula chega Lá. Toma definições no curso de um processo que faz da política parlamentar e da carreira burocrática-institucional a sua escada. Que se consuma em 2002, com a declaração de fé da “carta ao povo brasileiro” feita ao pé da bandeira da ordem e do progresso capitalista.

Este período recente de 12 anos tem elementos de distinção com o que vinha dando os dois mandatos do governo FHC. O PT cria governabilidade com uma política de alianças que atrai e divide setores oligárquicos da direita. Foi empurrado pra vala comum dos conchavos, lobis, propinas, caixa dois entre tantos esquemas de desvios de verbas públicas e favorecimentos de negócios privados. Na sociedade faz um arranjo de pacto social que faz chegar mecanismos de governo sobre as duas pontas da estrutura de classes. Faz política de crescimento dos ganhos do sistema financeiro e dos grandes capitais e ao lado disso atende com programas sociais os mais pobres que estavam desassistidos de políticas públicas, faz inclusão de mercado dos setores populares. Está fora de causa o combate as estruturas de concentração da riqueza e do poder. Medidas que atuem nessa direção, taxação das grandes fortunas, redução da jornada de trabalho sem perdas salariais, etc…

O governismo petista conduz ideologicamente a um desarme do projeto independente, das organizações e lutas das classes oprimidas. Quebra a unidade de classe e planta confusão, ambições e valores que formam um perfil técnico-burocrático absolutamente estranho aos valores militantes da esquerda de intenção revolucionária. Faz do sindicalismo oficialista aparelhos de transmissão da vontade do governo e cogestores de fundos de pensão.

Recessão, carestia e ajuste econômico

Depois de ganhar as eleições por um fio, o governo Dilma desmonta a tática de marketing por esquerda (pra não perder eleitores desiludidos), e chama os quadros do sistema financeiro, da patronal e do agronegócio para afiar a faca do ajuste fiscal e do tarifaço contra o povo.

A promessa do capitalismo brasileiro, que vinha crescendo pela mão de uma desapropriação violenta dos bens comuns, pela dominação dos capitais do agronegócio, mineradoras e empreiteiras, quebra a cara com a queda do preço das “commodities” e da desaceleração do capitalismo chinês. As idéias triunfalistas de um país de classe média, puxado pelo consumo e o endividamento de massas, pelos empregos precários e a inclusão dos pobres, como sujeito flexível do mercado mostram sua fragilidade e já entram em desencanto em amplas camadas de trabalhadores do país.

A classe operária vive de novo as demissões na indústria e na construção civil. Só no ramo de autopeças a patronal prega mais uma chantagem, exigindo infinitos incentivos fiscais e flexibilização de direitos, ameaçando em caso contrário com 30 mil demissões ao longo do ano. A falta de água e luz cria calamidade nas periferias urbanas e o preço das contas de energia, da alimentação e dos serviços aumentam mais que a renda dos trabalhadores. A mudança de regras do seguro-desemprego e o acesso a benefícios previdenciários cortam direitos e colocam sobretudo uma classe trabalhadora jovem e localizada em empregos precários (terceirizações, telemarketing, construção) em uma situação de maior vulnerabilidade e risco. Agora as patronais sanguessugas podem demitir hoje e recontratar amanhã para se livrar dos encargos e assim engordar ainda mais seus lucros.

Os impostos castigam o consumo dos setores populares e médios, enquanto aliviam os ricos, donos de empresas e grandes fortunas. Em contrapartida a saúde e a educação pública seguem sucateadas, o transporte coletivo é péssimo, a justiça criminaliza a pobreza e a polícia é racista e mortal nas vilas, favelas e subúrbios.

Os precarizados, a massa dos trabalhadores brasileiros, alçados como modelo do regime de trabalho flexível e super-explorador, sujeitos de uma rotina de pesados sacrifícios, dão sinais de cansaço e irritação.

A patronal, não satisfeita com os inúmeros incentivos vindos dos governos, quer mais trabalho precário e pressiona o governo pela lei de terceirizações.

 Petrolão, HSBC, sonegadores. Sistema corrupto e criminal.

A operação Lava Jato da Polícia Federal trouxe à superfície um esquema bilionário de saque e espoliação dos recursos da Petrobrás, um trapaceiro “toma lá da cá”, operado por políticos e empresários pra financiar campanhas eleitorais e privilegiar negócios privados. No entanto, nem só de “Lava Jato” e “Petrolão” se alimenta esse artifício estrutural na política brasileira, a corrupção. Recentemente, o chamado    “escândalo” do HSBC tem revelado uma complexa rede internacional de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal em paraísos fiscais na Suíça, administrados pelo próprio banco. Entre os implicados brasileiros encontramos os principais conglomerados de comunicação, como a rede globo, bandeirantes, o grupo folha e abril. Daí que esse caso não é motivo de alarde nos chantagistas telejornais de grande audiência.

A Lava Jato não faz nenhuma descoberta extraordinária. Ela volta a pôr em evidência ummodo suprapartidário de governar que não toca nos privilégios das oligarquias, no poder dos grupos econômicos e financeiros e no regime ideológico das práticas institucionais. Trata-se de corrupção sistêmica. Quem governa com o sistema, pelo sistema é governado, já dissemos outra vez.

Os partidos, os políticos, as burocracias, as empreiteiras, os bancos e os lobistas corporativos são todos sócios na corrupção e na impunidade. Uma mão lava a outra. Todos tem seu turno. Quem não pactua não governa.

Na concepção liberal burguesa, a representação sempre foi um mecanismo legitimador da usurpação das forças coletivas e dos bens comuns pela vontade das minorias. Por isso que para defender a Petrobras e o patrimônio público a luta dos trabalhadores e do povo deve superar o controle burocrático estatal. Tem que ser uma luta para avançar na gestão direta do patrimônio público, pela mão das organizações operárias e populares.

Direita, governismo e reação.

O agravante desse escândalo é que o PT, do mensalão de 2005 somado ao trambique com as empreiteiras na Petrobras, se afunda de vez na vala comum da política burguesa. (…)um PT domesticado pelo poder conservador das instituições e que cultiva entre os seus aliados, funcionários e políticos de carreira, um patrimônio formado pelos valores, as técnicas, os discursos e a bagagem ideológico-cultural da direita, daqueles que tomam o lado das injustiças e desigualdades da ordem burguesa.

O governismo vive os piores dias na sua carreira de partido da ordem. Enquanto o PT evolui na direção do centro e da direita, governa entre tropeços e come na mão das oligarquias. Outro setor da direita, de partidos como o PSDB e DEM que figuram como oposição, pra não perder o bonde, se reagrupam e fazem barulho aliados com as posições mais conservadoras e ultra-reacionárias.

Os grupos monopolistas que controlam a mídia, em que pese terem sido favorecidos por verbas publicitárias, desonerações fiscais pelo governo e vista grossa pelas suas diversas sonegações fiscais, engrossam o caldo do oportunismo. Por um lado empurra as “verdades” da direita, travestidas de um discurso econômico “técnico” e pretensamente objetivo que defende a fatalidade do ajuste fiscal. Por outro, surfa no discurso da corrupção para quebrar a moral de toda esquerda classista pela vidraça do PT.

O antipetismo se manifestou massivamente nas ruas de todo o país (…) Convocado por grupos da direita, partidos e formações liberais-conservadoras, as grandes mídias e seus “intelectuais”, setores evangélicos fundamentalistas e a fuzilaria ultra-reacionária de saudosistas do golpe de 64. Por sua vez, essa convocatória também foi capaz de sensibilizar parte expressiva dos trabalhadores, justamente indignados com os intermináveis casos de corrupção, pela estafante vida nas grandes cidades e o aumento no custo de vida. Hoje estes setores da direita já ensaiam uma qualificada disputa pelos rumos do descontentamento popular. É preciso que se diga, sem meias palavras, que foram encorajados pela capitulação dos sucessivos governos petistas, que se ajoelham aos agiotas do sistema financeiro, sentam no colo das velhas raposas da oligarquia lideradas pelo PMDB e se atola no balcão de negócios do Planalto, do Congresso e das estatais.

Lastro ideológico do PT.

O projeto histórico da frente de centro-esquerda liderada pelo PT, depois de alcançado seu objetivo de chegar à presidência da república, deixou plantada uma desorientação que não é fácil de medir. O avanço da direita na aliança governista e na oposição das ruas, assim como o sentimento confuso de setores populares entre fogo cruzado nos dão hoje uma amostra do lastro político-ideológico dessa trajetória.

A experiência do PT, na busca e na conquista do governo, integrando-se nas instituições e nas regras do jogo, trouxe uma mudança importante na cultura e nos valores da esquerda. Aqueles sonhos e esperanças que foram mobilizados e produziam um sujeito de cambio que lutava em todas as frentes do povo para transformar o país e construir socialismo, foram esmorecendo. Muitos militantes do trabalho de base viraram os arrivistas de gabinete, ratos de aparelho. Quando muito, os teimosos foram simplesmente ignorados e substituídos pelos técnicos de gestão ou funcionários burocráticos da máquina. Sindicatos e movimentos sociais trocaram a independência da classe trabalhadora por cargos e ministérios, se fizeram gestores de fundos de pensão, assessores empresariais e linhas auxiliares do governo. Um processo que não se iniciou com a conquista da presidência, encontrando raízes ainda na década de 1980.

Essa subjetividade muito afeita a disputa de cargos e direções do aparelho, que põe o partido antes das lutas da classe, também fez escola entre a esquerda que não foi a reboque.

As relações de poder que encontram nessa conjuntura o suporte das idéias e os movimentos da direita tem haver, em grande parte, com esse processo histórico de desarticulação de forças sociais que amarga o campo classista. A colaboração de classes, a burocracia e o governismo desarmaram as organizações sindicais e populares, dividiram as lutas e as atrelaram ao estado. Formaram uma ideologia que reproduz as práticas das instituições burguesas, que faz do povo um sujeito que espera pelo que vem de cima.

Burocracia, reformismo e via eleitoral.

[Os controles sobre as bases radicalizadas] é uma medida envergonhada das burocracias atreladas ao aparelho de estado para não aprofundar a crise do governismo em Brasília. Tem ideias fortes embutidas nessa concepção, que pagam alto tributo ao pior do reformismo. Para a burocracia sindical o excesso de luta desestabiliza e faz a cama para o inimigo deitar. Nós pensamos tudo o contrário. Que a luta de classes, pela ação direta dos trabalhadores e a união dos organismos de democracia de base, é o fator de resistência que muda a correlação de forças.A ação de greves, piquetes, ocupações e solidariedade de classe produz ideologia de um povo forte e peleador que não anda a reboque das saídas tramadas por cima pelas classes dominantes. Pra não deixar dúvidas: a falta de luta pelo calor das bases e as táticas de ação direta desarma e consome as forças no burocratismo ou na corrente conservadora.

Mas a força do movimento faz trincheira lá onde a burocracia não controla. O palco dos intermediários não dobrará o governo pelos artistas da negociação, nem tampouco o verbo radical do proselitismo auxiliar. A radicalidade de uma greve só pode achar terreno no piquete decisivo que paralisa o funcionamento da máquina, no corte de rua que faz a cidade parar. A greve será greve pela mão dos comandos de mobilização regionais, pelas zonas e os bairros, onde os trabalhadores do setor público se unam com os moradores da periferia, criem organismos de democracia de base nas comunidades para que participem os setores populares. Façam espaço solidário pra que a luta seja tomada pelo povo como luta pelas demandas populares por educação, saúde, mais serviços públicos.

A via eleitoral é bloqueada pelos poderes econômicos e os mecanismos conservadores do Estado para fazer reformas que atinjam as estruturas dominantes. As legendas de esquerda são coadjuvantes que emprestam verniz liberal-democrático ao Estado de direito das oligarquias e os proprietários.

As eleições não tem decisão estratégica sobre as pautas que motivaram os conflitos socais que tem vazão nesta etapa aberta da luta de classes. Os fatores conservadores do sistema deixam uma margem muito pequena para as manobras dos governos de turno. Na formação histórica do Brasil e pela sua liderança no continente eles pesam ainda mais. O que está em disputa são gradações do modelo de gestão de um sistema dominado globalmente pelo capitalismo financeiro. O reformismo está fora de causa. Governar é, em primeiro lugar, fazer arranjos com as estruturas de poder que não obedecem o voto.

O Estado não é uma máquina neutra que põe em funcionamento suas instituições ao gosto dos seus pilotos de turno. Na concepção liberal burguesa a representação sempre foi um mecanismo legitimador da usurpação das forças coletivas e bens comuns pela vontade das minorias. O Estado é o poder político das classes dominantes, o Estado oligárquico de direito, onde “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, como diz o ditado popular.

[FARJ] Libera #163

Retirado de: https://anarquismorj.wordpress.com/2015/01/17/libera-163/

Acabou de ser impresso o exemplar mais recente do Libera, nosso jornal. O Libera #163, referente aos meses de julho a outubro de 2014, tem como editorial um texto analisando as eleições de 2014 e nossa posição sobre. Além disso, há um texto nosso sobre “Sectarismo e Vanguardismo – Debatendo um problema da esquerda”, notas sobre um ato ocorrido no Rio de Janeiro em solidariedade à Revolta Curda, sobre o massacra de estudantes no México, atividade de sarau ocorrida no CEAT, atividade de 150 anos da AIT realizada no Rio de Janeiro, o caso do Rafael Braga, o II Gritinho dos Excluídos ocorrido em Vila Isabel e 140 anos de Ricardo Flores Magón.

Você pode conseguir o Libera fisicamente com nossos militantes e apoiadores e na Biblioteca Social Fábio Luz. Caso deseje receber um número grande para distribuir, entre em contato conosco.

O Libera #163 pode ser baixado aqui ou clicando na figura abaixo.

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2014 acabou, mas em 2015 a luta continua!

Neste ano de 2014 tivemos muita luta no Paraná e no Brasil! Os movimentos sociais combativos e o anarquismo organizado se fortalecem cada vez mais, com ação e democracia direta avançamos rumo a uma sociedade mais justa e igualitária.

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A luta por um transporte público de qualidade e pela tarifa zero continuam! Com organização e ação direta fizemos com que o Projeto de Lei pelo Passe Livre para estudantes e desempregados tramitasse e vamos fazer ele sair do papel com muita luta em 2015.

Suplicy arrancado

Não esquecemos e não perdoamos os 50 anos do Golpe Militar. Na UFPR, durante a ditadura, o ex-Reitor Flávio Suplicy de Lacerda tentou instaurar mensalidades nas universidades públicas, foi o Ministro da Educação responsável pelo acordo MEC-Usaid e perseguiu muitos estudantes. No pátio da Reitoria existia um busto representando esse senhor, que foi arrancado em um ato simbólico dos estudantes, professores e servidores da UFPR.

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Teve muita luta contra a privatização Hospital de Clínicas (HC-UFPR)! Porém, com golpe do Reitor, criminalização e repressão do Estado e Polícia, a classe dominante conseguiu privatizar o maior hospital público do Paraná – mas a luta vai continuar!

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Foi lançado o Movimento de Organização de Base – Paraná – movimento combativo de luta comunitária!

A organização e luta por moradia digna, água, luz e regularização fundiária aconteceu durante o ano inteiro, mas, ainda sem estas conquistas, aconteceu uma grande tragédia na Portelinha – incêndio que levou o menino Eduardo Domenique à morte. O luto levou à luta e a revolta aconteceu pela ação direta. Para nunca mais acontecerem tragédias com o nosso povo como esta, a luta vai continuar. A CULPA É DO ESTADO! EDUARDO PRESENTE!

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Em 2014 também tivemos nossos grupos de estudos acontecendo em 3 cidades do Paraná (Curitiba, Maringá e Campo Mourão). Lançamos o Círculos de Estudos Libertários (CEL) em Maringá, fizemos mais um ciclo do CEL em Curitiba e começamos o primeiro ciclo do Grupo de Estudos Libertários (GEL) na UTFPR – Campo Mourão.

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Durante este 2014, ano do bicentenário de nascimento de Mikhail Bakunin, apresentamos o seminário “200 anos Bakunin: O Anarquismo Organizado nas Revoltas do Presente” em Curitiba, Maringá, Campo Mourão, Londrina e Foz do Iguaçu!

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Lançamos duas edições do nosso periódico No Batente, que passou a ser semestral. A primeira em maio sobre os 200 anos de Bakunin e a segunda em outubro sobre as eleições burguesas e como votam os anarquistas.

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Continuamos com a venda de livros na banquinha do CALC – e em 2015 vai ter muita novidade!

opinic3a3o-anarquista-5-2014_page_1Lançamos 2 Opiniões Anarquistas este ano – um sobre a luta contra a EBSERH e o outro sobre a Copa do Mundo no Brasil.

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Foi lançado o site da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) – da qual o CALC faz parte – anarquismo.noblogs.org, assim como novas edições da Revista Socialismo Libertário e do Jornal Socialismo Libertário – ambos da CAB.

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E no final do ano, dia 7 de dezembro, se foi um grande companheiro de luta:

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‘Descanse em paz, companheiro.

Sua revolta e determinação para construirmos uma sociedade justa, igualitária e libertária nunca serão esquecidas.

Grande colaborador com os encontros do CEL em Curitiba, com a venda dos nossos livros anarquistas, com a luta pelo transporte na capital paranaense.

Um anarquista que defendia organização, um antifascista que viveu e lutou para vivermos em um mundo sem dominação.

DIEGO PRESENTE! PRESENTE! PRESENTE!’

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Em 2015 a luta dos oprimidos e a propaganda anarquista continuam! Você é do Paraná e se interessa pela luta e pelo anarquismo organizado? Entre em contato conosco!

Lutar! Criar Poder Popular!

Arriba lxs que luchan!

[CABN] Boletim CABN out/2014

Retirado de: http://www.cabn.libertar.org/boletim-cabn-out2014/

Salve companheiras e companheiros!

Neste boletim de outubro: 11 anos da ocupação na Univille; Dia nacional de luta pelo Passe Livre; Eleições; Campanha “Protesto não é Crime!”; Resistência Curda; Terrorismo de Estado no México

11 anos da Ocupação na Univille

No dia 30 de outubro, relembramos a Ocupação da Reitoria da Univille em 2003, ação de grande repercussão na cidade e que foi vitoriosa em impedir o aumento das mensalidades na Universidade. Leia aqui:
http://www.cabn.libertar.org/joinville-memoria-do-movimento-estudantil-da-univille/

Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre

O 26 de outubro, Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre, marcou em 2014 os 10 anos da primeira Revolta da Catraca em Florianópolis. O Movimento Passe Livre de Joinville e de Florianópolis realizaram atos para marcar a data, para defender a bandeira da Tarifa Zero e lutar contra a criminalização de militantes em Joinville. Leia mais em:
http://www.cabn.libertar.org/dia-nacional-de-luta-pelo-passe-livre-uma-decada-da-revolta-da-catraca/
Relato da manifestação em Joinville:
http://www.amargem.info/mpl-entrega-dobradica-de-ouro-a-sociedade-harmonia-lyra/

Eleições

Reproduzimos em nossa página uma análise do resultado eleitoral produzida pelo Coletivo Anarquista Luta de Classe, do Paraná, que pode ser lida aqui:
http://www.cabn.libertar.org/breve-analise-socialista-libertaria-dobre-o-resultado-das-urnas-em-2014/

Chamamos também atenção para uma nota da Coordenação Anarquista Brasileira denunciando as calúnias e difamações realizadas por indivíduos e grupos que se consideram libertários, mas dedicaram seu tempo a inventar mentiras para desmerecer a atuação da CAB:
http://www.cabn.libertar.org/cab-nota-de-repudio-a-difamacao-politica/

Campanha Protesto Não é Crime!

Em Joinville, uma ampla campanha com distintos setores da esquerda combativa foi lançada, com o mote “Protesto Não é Crime!”. A iniciativa é uma resposta à série de processos políticos a militantes sociais da cidade, uma tentativa de silenciar as lutas populares. A campanha começou com um debate na Ielusc e uma manifestação em conjunto com o Movimento Passe Livre. Leia mais aqui:
http://www.cabn.libertar.org/joinville-debate-criminalizacao-dos-movimentos-sociais-com-eloisa-samy/
http://www.cabn.libertar.org/joinville-campanha-protesto-nao-e-crime-2/

Resistência Curda

Divulgamos aqui uma importante iniciativa de apoio e solidariedade à aguerrida luta popular curda, que nesse momento enfrenta o fascismo teocrático do Estado Islâmico na fronteira entre a Turquia e a Síria, território de maioria curda. Apesar do apoio dúbio e atrasado de algumas nações, a população curda organizou uma forte luta armada com grande protagonismo das mulheres para enfrentar o inimigo, pré-requisito para garantir seu território e as medidas progressistas e libertárias que vêm sendo tomadas. Mais informações aqui:
http://anarquismorj.wordpress.com/2014/10/14/solidariedade-a-resistencia-popular-curda/
http://resistenciacurda.wordpress.com/
https://www.facebook.com/resistenciacurda

Terrorismo de Estado no México

Já passa de um mês desde que sumiram 43 estudantes secundaristas mexicanos da região rural de Guerrero. Neste momento, há uma grande mobilização em todo o país e ações de solidariedade em todo o mundo. Por todas as ruas do México, a palavra de ordem é: “Vivos os levaram, vivos os queremos de volta!” Leia mais em:
http://www.coletivocompa.org/2014/11/solidariedade-ao-povo-mexicano-na-luta.html

Saudações libertárias!

Coletivo Anarquista Bandeira Negra, integrante da Coordenação Anarquista Brasileira

ca-bn@riseup.net | http://cabn.libertar.org

Para entrar em nossa lista de notícias, envie um e-mail para ca-bn@riseup.net

Banquinha de livros e materiais libertários à venda em Florianópolis.

Quatro anos do Coletivo Anarquista Luta de Classe! Nenhum passo atrás! Firmes na Organização por uma sociedade Socialista Libertária!

Há exatos quatro anos atrás, 31 de outubro de 2010, o Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC) se apresenta publicamente por meio de seu documento de lançamento: Carta de Apresentação do CALC.

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O CALC, mesmo em pouco tempo história até agora, busca formar um espaço de militância e organização para os anarquistas do Paraná com o objetivo de inseri-los de forma organizada nas lutas que acontecem no nosso estado. Desde sua fundação, o CALC é formado por militantes engajados na luta comunitária e estudantil.

Surgindo na capital paranaense, Curitiba, a militância de nossa organização buscou se integrar às mais diversas lutas protagonizadas pela classe dominada na capital, como a luta por um transporte público de qualidade (compondo a Frente de Luta pelo Transporte) e pela saúde (compondo Frente de Luta para Não Perder o HC). Deste modo, podemos afirmar que o CALC é uma organização de trabalhadores, estudantes, militantes da periferia, que faz parte da classe dominada e luta para transformar esta dura realidade.

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Neste ano de 2014 temos tentado articular nossa militância também em torno das lutas sindicais (além de compormos as lutas estudantis e comunitárias), em especial no campo da educação pública, assim afiando nossos instrumentos de luta e ampliando nossa influência em meio aos explorados. Em um ano de aumento da repressão e criminalização dos movimentos sociais, não negligenciamos também a luta pelos Direitos Humanos, colocando peso na denúncia dos crimes da ditadura, fazendo parte da campanha “Protesto não é Crime” da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) e somando esforços no Comitê “Lutar Não é Crime” – que foi fundado para defender o lutador e agora processado político Nicolas Pacheco.

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Buscamos também afirmar a política dos anarquistas, mesmo em períodos tão difíceis de marcar uma posição como estes “tempos de eleições”. Buscamos esclarecer que os anarquistas não se abstêm da política, mas sim “votam” nas lutas, nas organizações da classe trabalhadora, pois entendem que este é o lugar para se construir um projeto de emancipação social (nosso projeto é o Poder Popular) e não as urnas e a disputa do Estado Burguês. Leia mais em: Como Votam os Anarquistas?, Elementos da Conjuntura Eleitoral 2014, Breve Análise Socialista Libertária sobre o resultados das urnas em 2014 No Batente 4.

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Não podemos deixar de citar o esforço de nossa militância na busca pela ampliação do espaço que ocupa o Anarquismo Organizado na terra das araucárias, em especial pela proposta de levar o Seminário 200 anos Bakunin: O Anarquismo Organizado nas Revoltas do Presente para várias cidades de todas as partes do Paraná. Os espaços dos 200 anos de Bakunin estão gerando novos Grupos de Estudos Libertários articulados pelo CALC em várias cidades do estado. Tais grupos de estudo tem o intuito de fomentar a discussão sobre a importância, concepções e prática dos anarquistas organizados, em especial dos especifistas. Já existem Círculos de Estudos Libertários e Grupos de Estudos Libertários articulados pela nossa organização em Curitiba, Campo Mourão e Maringá!

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Cabe ainda ressaltar que nossa militância é parte da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB). A coordenação articula um projeto de militância nacional do Anarquismo Especifista, sendo composta por organizações de 9 estados do Brasil. Deste modo, mesmo que de forma modesta colaboramos para a difusão e organização de nossa corrente. Na medida do possível, buscamos ainda ampliar nossa militância para além das fronteiras do Brasil, assim nos articulamos por meio da CAB com a fAu (Federação Anarquista Uruguaia) e o ZACF (Zabalaza Anarchist Communist Front da África do Sul), afirmando o internacionalismo que aponta que a pátria dos explorados é o mundo do trabalho.

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Não podemos esquecer do também modesto, mas válido esforço do CALC, de rearticular a imprensa anarquista, com a circulação de o No Batente que já está em seu quarto número e de o Opinião Anarquista que já conta com 6 edições. Sempre fizemos também por divulgar o Socialismo Libertário, órgão de informação da CAB. Temos feito um crescente trabalho de difusão e comunicação das lutas e organização dos especifistas no Paraná e no Brasil a partir de nosso site: anarquismopr.org e da nossa página no Facebook.

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Já demos alguns passos nesta caminhada, afinal, quando começamos contávamos apenas com uma jovem, mas disciplinada militância. O anarquismo organizado no Paraná se encontrava disperso e muito a margem das lutas sociais, no entanto, atualmente ocupamos um modesto posto nas lutas, justamente porque não exigimos nada a mais que “um lugar na luta”! Deste modo, já inscrevemos nossa militância na História do Anarquismo do Paraná, mas muito ainda temos a caminhar, pois não podemos afirmar nada diferente do que consta nas nossas palavras iniciais, de quando nos lançamos a quatro anos:

“Por isso buscamos um retorno organizado às lutas sociais, esperando que outros companheiros e companheiras da cidade de Curitiba e do Paraná venham se juntar a nós. Assim, acreditamos que será possível retomarmos o caráter social e classista que o anarquismo sempre portou, pois se continuarmos desorganizados ideologicamente não constituiremos uma força política capaz de intervir na dinâmica das lutas sociais, o que só interessa aos nossos adversários e inimigos de classe.” (CALC, 2010)

Humildemente conseguimos criar este espaço de organização para a luta, seguiremos firmes em nosso propósito, ombro a ombro com as exploradas e os explorados, buscando ampliar nossa influência e organização com os de baixo! Se foram quatro anos. Virão mais muitos de luta em busca do Socialismo e da Liberdade!

 Vida longa ao CALC!

Vida longa a CAB!

Lutar! Criar Poder Popular!

Arriba lxs que luchan!

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Breve análise Socialista Libertária sobre o resultado das urnas em 2014

Após um apertado resultado nas urnas, a candidata petista Dilma sela mais quatro anos para o Partido dos Trabalhadores governar o executivo do país. Como bem sinalizávamos, a saída à esquerda neste período não pode vir das urnas (leia em: Elementos da Conjuntura Eleitoral 2014). Nenhuma das candidaturas majoritárias, inclusive a candidatura vencedora do PT (supostamente à esquerda), se compromete em romper com o capital financeiro ou dar fim aos mecanismos jurídicos que obrigam o pagamento da dívida pública (a absurda Lei de Responsabilidade Fiscal). A nefasta dívida pública abocanha 42% do rendimento anual, e sem mexer neste pagamento, nos rendimentos dos bancos, nenhuma mudança significativa pode vir no campo da educação, saúde ou transporte.

Ambas as candidaturas (PT e PSDB) foram financiadas pelo grande capital (agronegócio, bancos, empreiteiras e indústria alimentícia), ficando claro que sequer fazem questão de esconder ou omitir suas relações umbilicais com o capital.

 

Ainda no campo da economia, sabemos que esta vem em franca desaceleração. Por um lado, a desaceleração descontenta os de cima, que vem lucrando menos, e por outro começa a gerar mais revolta aos de baixo, que tendo seu consumo baseado no crédito bancário agora estão endividados (57 milhões de brasileiros endividados, destes, 60% endividados no dobro do salário). O rentismo (princípio econômico característico deste governo) sugere como solução para inflação a alta da taxa de juros, que vai na direção contrária do crescimento, afinal aumentar a taxa de juros afasta o capital produtivo capaz de gerar mais e melhores empregos, como favorecer políticas cientificas e educacionais, e ainda atrai os abutres da especulação.

Mais uma vez as classes dominantes sugerem que a solução para o crescimento é cortar na carne dos trabalhadores, cortando direitos, privatizando serviços, aumentando impostos e reduzindo o orçamento já esparso para as garantias sociais (como o Bolsa Família). Como nos 12 anos anteriores, sabemos o que PT fará, atacará os trabalhadores e seus direitos (como já fez privatizando a saúde federal no caso da EBSERH e na reforma da previdência), jogando algumas migalhas aos mais precários (Bolsa Família e Mais Médicos), dando uma aura de governo dos pobres, favorecendo o pacto de classes, por meio de exorbitantes lucros aos de cima e distribuição de migalhas para os miseráveis.

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Sabemos que este governo não buscará desconcentrar renda e gerar empregos por meio da expansão dos serviços e obras que beneficiam a população. Sabemos que não irá na contramão das privatizações ampliando os serviços e direitos. Sabemos que a reforma agrária já é parte do passado do PT e não está nos planos do PT da “Carta aos Brasileiros”. Isso porque seu compromisso já foi selado com as classes dominantes, algo que ocorreu bem antes das eleições de 2014.

Politicamente devemos destacar ainda que ambas as candidaturas fazem coalizão com setores conservadores (neopentecostais, ruralistas, etc.) nas bancadas federais (senado e congresso). Pactos estes que devem pesar mais ainda contra os direitos humanos (regulação das drogas, luta antimanicomial, direitos homoafetivos e da mulher, a exemplo do aborto), afinal como apontou o DIEP (Departamento Intersindical de Estudos Parlamentares), esta é a composição da Câmara mais conservadora desde 1964.

No campo da política, o único compromisso mais claro do PT é com a dita reforma política. Reforma esta que não visa colocar mais poder nas mãos da população para decidir questões estratégicas do país, como o pagamento da dívida, privatizações, direitos humanos, mas sim reformular o desgastado sistema político representativo e burguês,  visando o reabilitar frente a massa descrente, que no primeiro turno se absteu em cerca de 30% do processo. Nível de abstenção tamanho, que só é menor do que o de 1998 desde a “abertura democrática”.

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Poucos dias após a vitória de Dilma, tudo indica que os apelos das ruas não serão ouvidos. O governo afirma que seguirá com o modelo e quando fala em promover o diálogo não pensa em fazê-lo com as massas revoltosas que ocupam as ruas desde 2013, mas com a oposição (PSDB), com o capital, com a mesma mídia que o ataca. O PT faz questão de afirmar que não há cisão na sociedade: “Conclamo, sem exceção, a todas as brasileiras e brasileiros para nos unirmos em favor do futuro de nossa pátria. Não acredito que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Creio que elas mobilizaram ideias e emoções às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca por um futuro melhor” (discurso de Dilma no pós vitória).

Nós, anarquistas organizados, ao contrário, continuamos entendendo que este país continua dividido em explorados e exploradores. Por isso, não acreditamos em um projeto que oferece aos explorados o pacto de classes em troca de míseras migalhas. No lado de cá da trincheira, no lado dos explorados, serão mais 4 anos de luta ou o quanto for necessário para que possamos construir uma realidade de socialismo e liberdade. Vemos que só é possível chegarmos à sociedade que queremos por meio de um projeto de classe, o Poder Popular, que não se constrói nos acordos com a classe dominante e seu Estado, nem nas eleições, mas na luta cotidiana, na construção do poder que vem de baixo, nas marchas, movimentos, sindicatos e em todo e qualquer espaço de luta das classes exploradas.

ou se vota com os de cima ou se luta com os de baixo

Para nós, a máxima ainda vale: Ou se Vota com os de Cima ou se Luta com os de Baixo!

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[CAB] Nota de repúdio à difamação política

Retirado de: http://anarquismo.noblogs.org/?p=125

A Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) vem a público emitir uma nota de repúdio às difamações que vem sofrendo durante este período eleitoral por parte de determinados setores e, recentemente, de um coletivo de mídia alternativa. Estes vêm insinuando de maneira covarde ou afirmando categoricamente que membros da nossa corrente (especifista) vêm apoiando o voto crítico no governo Dilma, com o claro intuito de atacar nossa Coordenação.

A posição da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB), que reúne 9 organizações anarquistas dessa corrente, espalhadas em diversas regiões do país, sempre foi clara nesse sentido: “Ou se vota nos de cima. Ou se luta com os de baixo”, ou seja, a defesa do voto nulo e a abstenção eleitoral. Além da análise conjuntural realizada, em que avaliávamos as especificidades das duas propostas de gerência do capitalismo brasileiro, as organizações vinculadas a nossa coordenação emitiram dezenas de comunicados e realizaram atividades que não deixam dúvidas sobre nossa posição; recomendando à nossa militância e àqueles que nos cercam o “Não votar”, o “Votar Nulo” e, principalmente, à partir disso, o se organizar nas bases pela construção do Poder Popular.

Lembramos que a CAB, nesse sentido, só responde e exige coerência de sua própria militância. Não temos controle da posição de militantes dos movimentos sociais nos quais estamos inseridos e, tampouco, podemos ser responsabilizados por opções individuais fora de nossa corrente. Sabemos também que, a despeito das divergências com outras correntes do socialismo sobre esse ponto, manteremos uma relação fraterna com aqueles que defendem outras opiniões. Nosso debate sempre foi e sempre será político. Difamações, insinuações injuriosas e inverdades não fazem parte da nossa prática política.

Chamamos atenção para a responsabilidade ética dos que difundem essa opinião caluniosa ou se omitem diante da difamação que nossa Coordenação vem sofrendo, ainda que coloquem-se como anarquistas.

Assim, mais uma vez, seguiremos na luta, fora das urnas e na construção do poder popular.

 Ou se vota nos de cima, ou se luta com os de baixo!

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[FAG] Lutar e vencer fora das urnas – Opinião Anarquista sobre o 2º turno das eleições

Os resultados parciais das eleições para o governo federal em 1° turno repetem a polarização entre o PT e o PSDB dos últimos 20 anos. Votos brancos, nulos e abstenções chegaram perto de alcançar 30% dos eleitores. O congresso nacional teve pouca renovação e posições conservadoras lograram um avanço. Ao que tudo indica o governo Dilma terá no próximo dia 25 de outubro uma disputa apertada com o candidato Aécio Neves.

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Em nosso Ato Público de 20 de setembro reafirmamos que a via eleitoral é bloqueada pelos poderes econômicos, pelos mecanismos conservadores do Estado e pelos oligopólios da mídia para fazer mudanças que atinjam as estruturas do poder dominante. Trocando em miúdos, quem faz carreira e se habilita a governar com o sistema, pelo sistema é governado. O espaço de manobras da política dentro das instituições e as relações de poder que a fazem funcionar é marginal e controlado para que nada saia da ordem de coisas estabelecida.

Com isso, não fazemos vista grossa com o que tem de específico e singular entre os candidatos e os partidos da democracia burguesa. A rigor está fora do panorama das eleições presidenciais um projeto reformista, por esquerda, no sentido clássico. O que vemos são variáveis administrativas, modos de operar a máquina que ao final não põem em causa as suas engrenagens, não questionam, ainda que timidamente, as suas regras de funcionamento.

Os governos Tucanos foram a mão pesada do neoliberalismo no Brasil. Dirigiram o ingresso violento do país nos circuitos ideológicos e econômicos do mercado capitalista globalizado. Privatizações de bens públicos, arrocho salarial, recorte de direitos sociais, desemprego de massas e desmonte dos serviços públicos fizeram parte de seu expediente. Em que pese toda rejeição popular suscitada, a direita logrou impor no fundamental os seus estabilizadores da ordem. O que se chama pelo nome de estabilidade econômica é, antes de tudo, a produção de um consenso conservador que tomou de assalto o discurso político e fez recuar posições de esquerda até o ponto de fazer o seu setor majoritário renunciar as pautas mais caras da classe trabalhadora e se integrar ao poder como mais uma peça funcional.

dilma-aecio_1_0O PT governista, na sua escalada ao parlamento e, finalmente no governo central, é expressão de uma história de capitulação ao sistema. Esse processo não começa quando o Lula chega Lá, mas toma definições no curso de uma linha que faz da política parlamentar e da carreira burocrática-institucional a sua escada. Que se consuma em 2002, com a declaração de fé da “carta ao povo brasileiro”, feita ao pé da bandeira da ordem e do progresso capitalista.

O período de 12 anos de governo petista possui elementos distintos aos dos dois mandatos do governo FHC. O PT cria governabilidade com uma política de alianças que atrai e divide setores oligárquicos da direita. Foi empurrado pra vala comum dos conchavos, lobbies, propinas, caixa dois entre tantos esquemas de desvios de verbas públicas e favorecimentos de negócios privados. Na sociedade organiza um pacto social que faz chegar mecanismos de governo nas duas pontas da estrutura de classes. Faz política de crescimento dos ganhos do sistema financeiro e dos grandes capitais e, junto a isso atende com programas sociais os mais pobres que estavam desassistidos de políticas públicas, incluindo os setores populares no mercado via consumo. Contudo, deixa de fora o combate às estruturas de concentração da riqueza e do poder e medidas que atuem nessa direção como a taxação das grandes fortunas, redução da jornada de trabalho sem perdas salariais, fim da terceirização, reforma agrária e urbana que ataque a concentração fundiária e a especulação imobiliária, etc.

O governismo petista conduz ideologicamente a um desarme do projeto independente das organizações e das lutas das classes oprimidas. Quebra a unidade de classe e planta confusão, ambições e valores que formam um perfil técnico-burocrático absolutamente estranho aos valores militantes de esquerda. Faz do sindicalismo oficialista aparelhos de transmissão da vontade do governo e co-gestores de fundos de pensão, quebrando toda a cultura organizativa e de luta com perspectivas de acumulação a um projeto de ruptura e transformando os tradicionais instrumentos de organização da classe em meros gestores burocráticos.

Esse processo de enfraquecimento progressivo da organização da classe trabalhadora atingiu níveis absurdos com a ascensão da coalizão pretensamente reformista ao Planalto, mas vem de antes, muito antes. Em que pese as inúmeras expressões de sindicalismo combativo e de base no seio da CUT ao longo dos anos 1990, podemos afirmar que nessa década, fundamentalmente após o lamentável desfecho da greve dos petroleiros de 1994, a CUT vem consolidando um fazer sindical alheio a sua base. Não são poucos os exemplos onde o aparato governista no movimento sindical atua de forma deliberada para desmobilizar e desmoralizar o conjunto dos trabalhadores.

Nesse sentido, o próprio PT é responsável por criar o estado de coisas que pode impedir sua continuidade enquanto governo. O Partido dos Trabalhadores não está enfrentando simplesmente uma ofensiva dos setores mais à direita, mas fundamentalmente a sua própria cria.

Organizar a rebeldia que vem de baixo

Nosso voto é NULO e ATIVO!

Enquanto anarquistas, não participamos no 1º turno e não participaremos nesse 2º turno das eleições com o nosso voto. Nosso voto foi e será nulo! Um voto nulo ativo, pois ativo é e será nossa militância cotidiana na organização independente dos diferentes setores das classes oprimidas. Enquanto anarquistas politicamente organizados na Federação Anarquista Gaúcha (FAG), apostamos na inserção social orientada estratégica e programaticamente e que dê passos concretos na construção do Poder Popular. Um esforço de fomento e impulso criativo no interior dos movimentos sociais e espaços de base da participação, iniciativa e protagonismo. Nas fábricas, oficinas, escolas, faculdades, bairros, no campo e na floresta.

CABNão temos nada a oferecer, hoje, àqueles e àquelas que pensam as eleições burguesas como um meio mais fácil, rápido e eficaz de resolução dos nossos problemas enquanto povo. O que temos a oferecer é um espaço de organização, um projeto coletivo a se construir no cotidiano das lutas por melhores condições de vida e um horizonte Socialista e Libertário. Não estamos falando de algo para um amanhã que nunca chega e sim da forja diária de valores combativos, de lutas por conquistas parciais no marco de conquistas estratégicas, de acúmulo de forças e de experiências coletivas que não são perdidas tão facilmente na troca de governos de turno.

Nosso voto é nulo, nossa militância ativa, constante e cotidiana!

Organizar a rebeldia que vem de baixo!

Lutar e vencer fora das urnas!

[CQM – CURITIBA] Atividade A Outra Campanha – Nossas urgências não cabem nas urnas! Amanhã – 21/10

Retirado de:                               http://quebrandomuros.wordpress.com/2014/10/20/curitiba-atividade-a-outra-campanha-nossas-urgencias-nao-cabem-nas-urnas-amanha-2110/

Desde 2006, os zapatistas desenvolvem “A Outra Campanha”, uma alternativa às eleições representativas. Partindo de uma linha de esquerda e anticapitalista, “A Outra campanha” baseia-se na consulta e no diálogo direto com a população, na descentralização da prática política e no estímulo a formas autônomas de organização e cooperação. Políticos profissionais e pequenos grupos de líderes são vistos como desnecessários: é de baixo – ou seja, do povo organizado – que vem as reivindicações, propostas e ações.

É, além de uma proposta contrária as eleições, representativas, um chamado para a ruas, pros movimentos de base, pra que não esperemos de um governo e sim façamos as conquistas nós mesmos!

A proposta deste encontro é apresentar A Outra Campanha e discutir como a colocamos em prática, como fazemos a mudança fora das eleições, todos os dias!

QUANDO: TERÇA-FEIRA, 21/10, 19 HORAS.

ONDE: PRÉDIO HISTÓRICO DA UFPR! SALA 205 DA PSICOLOGIA.

Nosso lugar é com os de baixo e na rua, é na luta!
Nossas urgências não cabem nas urnas!

Evento no Facebook:                  https://www.facebook.com/events/871655879524692/

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