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Fortalecer a identidade, promover organização de base e seguir na luta em defesa de direitos sociais!

Em uma tarde de sol e fortes rajadas de vento nos campos do sudoeste paranaense, neste último sábado – 5 de novembro, foi realizada mais uma atividade de comunicação popular e organização de base por estudantes, indígenas, professores e comunicadores populares na ocupação da Universidade Federal Fronteira Sul em Laranjeiras do Sul. Esta foi a primeira universidade federal a puxar este processo de ocupações pelo imediato cancelamento da PEC 241 (55) e da MP 746/16.

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Organizada pelo movimento estudantil autônomo da universidade, foi realizada uma oficina sobre comunicação popular e as rádios populares, livres e comunitárias como instrumento de luta e organização dos/das oprimidos/as. Foram exibidos trechos do filme “Uma Onda no Ar”, de Helvécio Ratton, e distribuído o jornal “No Batente”, publicação do Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC). Promovido pelo Coletivo de Articulação de Rádios e Comunicação Popular Indígena e por estudantes kaingang de Educação do Campo da UFFS, o objetivo da atividade foi dar seguimento ao processo de articulação da comunicação popular indígena, envolvendo além dos lugares de moradia, os lugares de estudo e trabalho. Esta também foi uma atividade importante pelo marco histórico que representa – um ano de construção de organização popular através de rádio livre no sudoeste paranaense em território kaingang!

Através de um debate sobre o que a comunicação popular pode denunciar e propor através da nossa própria luta cotidiana, os participantes da oficina tiveram a iniciativa de construírem pequenos áudios-programas sobre temas cotidianos que hoje estão “fora” da mídia comercial, no entanto estão dentro do dia-a-dia de cada um. Assim foram construídos pequenos programas sobre a luta e a dignidade indígena[1], sobre a ocupação da UFFS[2], uma entrevista de uma estudante ocupada na UFFS[3] e um relato dos educadores populares presentes na oficina[4].

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Estamos em uma conjuntura de avalanche de ataques aos nossos direitos sociais e para respondermos a esses ataques é necessário nos organizarmos a partir de instrumentos de luta como as rádios populares, livres e comunitárias. Desde a década de 1950, várias populações tradicionais da América Latina têm se organizado por meio de rádios e da comunicação popular na denúncia dos ataques de grupos de mineradoras, de empresas com claros objetivos de privatizar recursos naturais, grandes madeireiras, indústrias farmacêuticas, contra seus territórios tradicionais. É fato que antes mesmo de servirem como instrumento de defesa dos direitos sociais, as rádios populares, livres e comunitárias servem para o fortalecimento da identidade e cultura indígena, com uma programação construída pelo próprio povo. A reprodução da programação no idioma nativo fortalece uma cultura que esta cada vez mais ameaçada pela expansão da cultura branca, apoiada na mídia comercial.

No Brasil, o maior conglomerado de comunicação é controlado por uma só família, a família Marinho. A Rede Globo detém uma complexa, hierarquizada e capilarizada organização dos meios de comunicação, que vai desde jornais, revistas, rádios, TVs, portais de internet até selos de gravadoras, grupos de publicidade, propaganda e marketing, estúdios fonográficos, entre outros, conformando sua influência no país e dando um tamanho poder de dizer “a verdade” sobre a formação histórica da sociedade brasileira e como ela pensa. Construir alternativas a estes meios de comunicação é estrategicamente necessário para caminharmos rumo a autonomia e como ferramenta de combate ao capitalismo.

Apostamos nossas energias na construção de rádios populares, livres e comunitárias em territórios indígenas, quilombolas, camponeses, favelas, ocupações urbanas, escolas, universidades, bairros e todo espaço de encontro dos/das marginalizados/as, excluídos/as, oprimidos/as, explorados/as. A partir da discussão sobre nossa realidade, nossos cotidianos, a organização em torno de instrumentos de classe, de rádios populares por exemplo, é possível darmos voz a quem nunca foi ouvido/a, expressar aquilo que sempre foi marginalizado, denunciar aquilo que nunca tinha sido denunciado.

Pela reforma agrária da terra e do ar!

Por uma comunicação popular e livre!

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 Novembro de 2016, Laranjeiras do Sul, Paraná.

Coletivo de Articulação de Rádios e Comunicação Popular Indígena

Coletivo Rádio Gralha

Coletivo Anarquista Luta de Classe/CAB

[1]           https://archive.org/details/radio_ocupa_uffs

[2]           https://archive.org/details/Radio_Ocupa_Uffs_2

[3]           https://archive.org/details/radio_ocupa_uffs_3

[4]           https://archive.org/details/radio_ocupa_uffs_4

[MATINHOS] Roda de conversa sobre o Movimento Indígena

papo com indigenas litoral

Por intermédio do Rizoma de Rádios Livres (radiolivre.org) e da AMARC (Associação Mundial de Rádios Comunitárias) três indígenas, dois do Amazonas e um do Equador, estarão dos dias 04 ao dia 11 de abril visitando Curitiba e regiões próximas, como terras indígenas, comunidades populares, espaços de educação popular e universidades, com o intuito de compartilhar saberes e experiências ancestrais, como também relatando suas trajetórias de vidas e suas ações, compondo o movimento indígena.

Silvio, indígena da etnia Ticuna, é atualmente formado em licenciatura intercultural indígena pela Universidade Estadual do Amazonas, Campus de Tefé- AM. Trabalha na FUNAI e é membro do coletivo de comunicadores populares Rádio Xibé (xibe.radiolivre.org). Tem experiência em educação escolar indígena e esta envolvido com a organização das comunidades etnicas no baixo solimões.

Jonas, indígena da etnia Miranha, é xamã em sua comunidade, agricultor em Tefé-AM e também é membro do coletivo Rádio Xibé. Tem experiência na construção de pequenos transmissores de rádio e habilidade na radiocomunicação.

Yanda, indígena equatoriano da etnia Sapara, é comunicador popular e membro do projeto “A Nave Vai” que tem como objetivo conhecer experiências de cultura e comunicação dos povos originários da América Latina. É fotográfo e tem experiências com cinema popular.

As atividades estão sendo articuladas com a intenção de iniciar o ABRIL INDÍGENA, em uma parceria estratégica entre os coletivos Rádio Gralha, Coletivo Anarquista Luta de Classe, Somos Todos Guarani-Kaiowá e Rádio Xibé, com apoio da Associação dos Geógrafos Brasileiros, do Núcleo de Estudos em População e Territorio (NUPOTE) da UFPR e da AMARC.

Quando: Dia 07 de abril, quinta, 14:30 horas.
Onde: Auditório da UFPR Litoral – Matinhos.
Evento no Facebook:                   https://www.facebook.com/events/1059947987411338/                 

[CURITIBA] Roda de conversa sobre o Movimento Indígena

roda de conversa

Por intermédio do Rizoma de Rádios Livres (radiolivre.org) e da AMARC (Associação Mundial de Rádios Comunitárias) três indígenas, dois do Amazonas e um do Equador, estarão dos dias 04 ao dia 11 de abril visitando Curitiba e regiões próximas, como terras indígenas, comunidades populares, espaços de educação popular e universidades, com o intuito de compartilhar saberes e experiências ancestrais, como também relatando suas trajetórias de vidas e suas ações, compondo o movimento indígena.

Silvio, indígena da etnia Ticuna, é atualmente formado em licenciatura intercultural indígena pela Universidade Estadual do Amazonas, Campus de Tefé- AM. Trabalha na FUNAI e é membro do coletivo de comunicadores populares Rádio Xibé (xibe.radiolivre.org). Tem experiência em educação escolar indígena e esta envolvido com a organização das comunidades etnicas no baixo solimões.

Jonas, indígena da etnia Miranha, é xamã em sua comunidade, agricultor em Tefé-AM e também é membro do coletivo Rádio Xibé. Tem experiência na construção de pequenos transmissores de rádio e habilidade na radiocomunicação.

Yanda, indígena equatoriano da etnia Sapara, é comunicador popular e membro do projeto “A Nave Vai” que tem como objetivo conhecer experiências de cultura e comunicação dos povos originários da América Latina. É fotográfo e tem experiências com cinema popular.

As atividades estão sendo articuladas com a intenção de iniciar o ABRIL INDÍGENA, em uma parceria estratégica entre os coletivos Rádio Gralha, Coletivo Anarquista Luta de Classe, Somos Todos Guarani-Kaiowá e Rádio Xibé, com apoio da Associação dos Geógrafos Brasileiros, do Núcleo de Estudos em População e Territorio (NUPOTE) da UFPR e da AMARC.

Quando: Dia 04 de abril, segunda, 14 horas.
Onde: Sala T2, Politécnico, UFPR.
Evento no Facebook:                                                                   https://www.facebook.com/events/596138077201751/

[NOVAS LARANJEIRAS] O Levante Zapatista e a Luta Indígena no Brasil

evento-novas laranjeirasO evento consistirá em alguns espaços abertos de discussão com lideranças e juventude indígena que moram em reservas e territórios indígenas. São atividades abertas a todos e todas que queiram contribuir e apoiar de alguma forma na luta indígena.

Quando: 13 de fevereiro de 2016, a partir das 9 horas.
Onde: Território Indígena Rio das Cobras, município de Novas Laranjeiras, Paraná.

A intenção das atividades é abrir vias de diálogo com a população, discutir a atual cojuntura política e como podemos intervir nela. Para isto, teremos um debate sobre a organização indígena, indigenista e sobre as principais lutas no campo e florestas.

Vivemos uma conjuntura de ataques históricos aos povos originários desse país, como a PEC 215, Novo Código de Mineração, PL de Licenciamento Ambiental, veto da Presidenta Dilma sobre o PL que instituiria o ensino multi-linguístico nas escolas, por isso a luta e organização dos povos originários é fundamental.

Teremos também a presença do companheiro Guilherme da Rádio Xibé e do CMI Tefé que vai facilitar uma atividade sobre a experiência zapatista no México e da companheira Eliane que vai relatar suas experiências de Cinema Popular em Tefé/AM.

Outro espaço de discussão que acontecerá é sobre algumas ferramentas que vêm sendo utilizadas na luta das comunidades indígenas, como a comunicação popular. O Coletivo Rádio Gralha que possui experiência na utilização de rádios livres articulará este espaço.

Se alguém tiver disponibilidade de tempo e vontade para apoiar essa frente, precisamos:

-Filmar toda a atividade;
-Fotografar;
-Fazer relato sobre experiências de comunicação popular e livre que já teve.


Organização:
Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC)
Coletivo Estudantil Indígena
Coletivos Rádio Gralha e Rádio Xibé

Lutar! Criar Poder Popular!
Não ao PEC 215!
Vitor Kaingang VIVE!